30/11/2012

Setor eólico se prepara para nova realidade a partir dos próximos leilões


Estabelecida a realidade de que apenas o A-5 será realizado e com um cenário completamente inclonclusivo sobre o montante de contratação, vamos novamente para o leilão. Novamente alterações no edital não comentadas com os agentes. Quando ocorrem geralmente tornam o processo ainda mais complicado. Vejam a matéria de  Fabíola Binas para o Jornal da Energia. Notem que a matéria fala em possibilidade de cancelamento do A-3. Esclareço o A-3 já está cancelado(ver post anterior). Segue:

De um lado, a competitividade pode fazer o preço da energia baixar ainda mais, de outro a indústria nacional teme perder clientes por não ter mais margem para reduzir os valores dos seus produtos

O setor eólico brasileiro está prestes a enfrentar um dos momentos de maior competitividade na sua recente história no Brasil. De um lado, a indústria é obrigada a investir ainda mais na nacionalização da produção, o que tem ocasionado o aumento de seus custos. Do outro, a possibilidade de uma demanda menor, em meio à possibilidade do cancelamento do leilão A-3, poderá levar os investidores para uma competição ainda mais acirrada no A-5. Os dois certames acontecem em dezembro, nos dias 12 e 14, respectivamente.

A presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo afirmou que o setor está se preparando para um eventual cancelamento do A-3. Por isso, Élbia explica que quase todos os projetos foram habilitados para os dois certames. “Sabemos que vai ser competitivo, mas estamos dispostos e com apetite para participar”, frisou após participar do Windpower Tech Brazil, em São Paulo.

A executiva lembrou que quando os projetos foram inscritos, a realidade do setor era outra, com taxas de câmbio diferentes das atuais, sendo que na época, os fabricantes ainda não sabiam que teriam que fazer mais investimentos para atender às exigências novas impostas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), para manter as linhas de crédito da indústria eólica (Finame).

Fabricantes
Entre os fabricantes que marcaram presença no encontro técnico, o comentário era o de que a indústria está em seu limite de custos. Eles alegam que, caso seus clientes decidam ser mais agressivos no leilão, oferecendo tarifas mais baixas pelo preço do MWh, não poderão abaixar os preços. “É uma preocupação, mas temos que ver o que vai acontecer”, disse um deles, que pediu para não ter o nome divulgado.

Fato é que toda a indústria eólica estabelecida no país se movimenta em torno de novos investimentos, como ampliação de plantas. A GE por exemplo, estuda a implantação de uma fábrica de naceles (parte da turbina eólica) no Brasil. “O BNDES está totalmente correto. Mas agora eles têm que considerar, junto com o governo, a nova realidade que se desenha”, analisou o diretor de vendas da GE Wind Latin America, Sérgio Souza.

“Os grandes fabricantes vão se se adaptar à nova realidade, mas o país tem um desafio nos próximos anos, que é o desenvolvimento dessa cadeia produtiva”, disse durante o debate, o gerente comercial da Impsa, Paulo Ferreira. “Também queremos essa cadeia produtiva sustentável, mas também temos um prazo curto para cumprir”, emendou Warwick David Heaney, gerente tecnológico da Vestas.

Apesar dos novos desafios do mercado, um dos executivos presentes lembrou que o BNDES está disposto a oferecer uma espécie de “bônus“ para aqueles fabricantes que aprimorarem suas linhas de produção além do exigido, o que seria um fator positivo, porém outro ponderou que “o governo tem que se conscientizar que não dá para ter a energia eólica mais barata do mundo fabricando tudo no Brasil”.

De acordo com Élbia Mello, dos 30GW inscritos nos dois leilões, 16GW - ou seja, mais da metade - correspondem a projetos eólicos. 


Lelão A-3/2012 Cancelado

Segue portaria do MME.  Fonte: Imprensa Nacional


PORTARIA No- 603, DE 29 DE NOVEMBRO DE 2012
O MINISTRO DE ESTADO DE MINAS E ENERGIA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único, incisos II e IV, da Constituição, tendo em vista o disposto nos arts. 19 e 20 do Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004, resolve:

Art. 1º Cancelar o Leilão de Compra de Energia Elétrica Proveniente de Novos Empreendimentos de Geração, denominado Leilão "A-3", previsto para ser realizado no dia 12 de dezembro de 2012, conforme estabelecido no art. 1º da Portaria MME nº 554, de 23 de setembro de 2011.

Art. 2º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.


21/11/2012

Leilões de energia em dezembro interessam ao mercado


Matéria do Jornal Terceira Via

Eólica deverá se destacar pela estabilidade ou até queda nos preços

Deverão despertar grande interesse os leilões de energia marcados para dezembro. A incerteza do mercado em relação a preços – principalmente no setor de eólica – promete agitar o mercado. Com 637 projetos cadastrados e capacidade instalada de 15.667 MW, esse tipo de energia – que tem São Francisco de Itabapoana como referência no estado – o setor está entre os mais competitivos.

Para especialistas, como o diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), José Carlos de Miranda, os preços estáveis ou até mesmo em queda serão um grande atrativo e provocados por um mercado em grande competição.

Para a presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia de Melo, esse é um setor que cresce a olhos vistos e que deverá receber investimentos da ordem de R$ 40 bilhões nos próximos oito anos.


20/11/2012

Gamesa prioriza Brasil em plano de negócios


Vejam a matéria Fabíola Binas para Jornal da Energia.

Emergentes devem avançar mais do que economias tradicionais e serão motores de demanda

Ao apresentar seu plano de negócios para o período 2013-2015, a espanhola Gamesa projeta uma mudança em seu mix de clientes, com regiões emergentes como a América Latina, por exemplo, ganhando mais espaço frente à mercados tradicionais como Estados Unidos e Europa, por conta do atual cenário econômico. “Determinados emergentes como Índia, México e Brasil serão importantes como motores da demanda”, pontuou a companhia durante apresentação do The Way Forward - Caminho a seguir, em português.

De acordo com o documento, outros países da América Latina como Chile e Uruguai também terão peso na nova configuração de mercado, além de regiões do continente africano. “Também temos confiança na Índia, que por conta da energia cara e da falta de infraestrutura, faz a eólica ter um papel importante no desenvolvimento do setor”, pontuou a Gamesa ao lembrar que ela foi o primeiro fabricante estrangeiro do setor a apostar no território indiano, o que traz um diferencial na hora de expandir mercado.

Diante das mudanças, a fabricante eólica prevê que seu patamar de instalações anuais caia dos 47,6 GW em 2012, para 42 GW no próximo ano, apresentando então um recuperação quando chegar aos 51,4 GW em 2014, montante que permanecerá praticamente estável em 2015. “Não podemos nos considerar especiais, temos que ser realistas e nos adaptar à nova situação de mercado”, afirma a empresa.

Cenário 
Em relação à desaceleração alguns mercados-chave, a Gamesa disse que a definição eleitoral nos Estados Unidos deve interferir nos negócios regionais - provavelmente porque Obama levanta a bandeira das fontes renováveis.

Outra questão levantada foi a falta de perspectiva de novas encomendas na Espanha, por conta da nova situação regulatória e a desaceleração econômica europeia.

A Gamesa aponta que a China estaria apresentando problemas por conta de 14GW que estariam sem conexão com o sistema, o que deverá levar tempo para ser resolvido, não acontecendo no curto prazo.


01/11/2012

Vá entender: Confiante, WEG quer aumentar presença no setor eólico


Quem acompanha as notícias do segmento sinceramente não entende qual é a estratégia da WEG para o segmento de energia eólica. Vejam a matéria de Wagner Freire para o Jornal da Energia. Pesquisem WEG no blog e verão como as notícias são conflitantes. 

Empresa apresentou lucro de R$194,7 milhões no terceiro trimestre, alta de 32,1% frente aos resultados de 2011

A catarinense WEG reafirmou nesta quinta-feira (25/10) suas perspectivas para o setor de equipamentos eólicos. Segundo o diretor de Relações com Investidores da companhia, Laurence Beltrão Gomes, o contrato firmado em setembro deste ano, que prevê o fornecimento de turbinas eólicas no montante de 90MW, é apenas o primeiro passo da empresa no setor.

De acordo com o diretor, esse primeiro contrato mostra que a empresa conseguiu desenvolver produtos interessantes para esse mercado, de alta tecnologia e fabricados localmente. "Esse contrato nos dá uma oportunidade de crescimento gradual, aumentando a nossa presença no mercado nos próximos anos", disse, em teleconferência.

Nesta quarta-feira (24/10), a WEG divulgou o resultado do terceiro trimestre do ano, apresentando um lucro líquido de R$194,7 milhões, alta de 32,1% se comparado com o desempenho apresentado em igual período no ano passado. E embora esteja engatinhando no setor eólico, a empresa é especialista na fabricação de motores elétricos, geradores, transformadores e subestações de energia elétrica.

Para 2013, segundo Gomes, a companhia projeta um desempenho semelhante ao deste ano. Ele destacou que “as condições de mercado continuam desafiadoras”, mas que a WEG vem mantendo sua política de aumentar sua competitividade. “Todo nosso trabalho é em aumentar a competitividade em relação aos nossos concorrentes de mercado.”

O gerente de Relações com Investidores da empresa, Luís Fernando Oliveira, lembrou que a política econômica adotada pela presidente Dilma Rousseff - de controlar o câmbio, diminuir as taxas de jutos, entre outras medidas adotadas pelo governo - impactam diretamente na indústria e em seus clientes. "Todos esses fatores contribuirão para aumentar a demanda no ano que vem. Os empresários precisam ter confiança e continuar investindo", observou.

Para atender o contrato de 90MW eólicos, a WEG possui uma unidade fabril de nacelles em Jaraguá do Sul, em Santa Catarina, com capacidade de produzir 65 nacelles por ano. Em 2014, serão 108 e, em 2015, 130 máquinas. Entre elas, um modelo novo, que deve começar a ser disponibilizado em 2014. Essa turbina terá 2,3MW, contra os 1,65MW das máquinas atualmente produzidas.

Gomes explicou que, como esse contrato de fornecimento é para atender um parque do Nordeste que vendeu energia em 2011, com início de suprimento em 2016 - os equipamentos serão entregues ao longo dos próximos anos.


28/10/2012

Conexão de parque da Renova na Bahia sofrerá mais atraso

Me causa espécie que o presidente da CHESF não consiga uma respostas do IPHAN da Bahia nem do IPHAN Nacional. Se entregou a documentação em Maio, devia ter divulgado o problema muito antes...  

Vejam a matéria de Natália Bezutti para o Jornal da Energia.

Segundo o presidente da Chesf, João Bosco, obras terão maior atraso por falta de anuência do Iphan

O parque eólico da Renova Energia em Igaporã, na Bahia, terá a sua geração ainda mais atrasada segundo o presidente da Chesf, João Bosco. O motivo é a falta de resposta do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) sobre a anuência da obra. Segundo o presidente da estatal, em abril deste ano, a empresa se reuniu com algumas empresas para repactuar os prazos para a conexão dos parques instalados em João Câmara (RN), Acaraú (CE) e Igaporã.

“De todos os acordos feitos em abril recolocando novas datas, nós só temos o risco de não cumprir em Igaporã, Está tudo pronto e as licenças foram emitidas, mas o Iphan não dá anuência à obra, não diz o porquê, e nem responde a gente, nem o da Bahia e nem o nacional. Isso é um absurdo”, declarou João Bosco, em entrevista exclusiva ao Jornal da Energia.

Pela falta de retorno, a Chesf encaminhou à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na última semana uma carta em que declara que não poderá cumprir o prazo assumido em abril com as empresa, porque a obra teria que ter sido iniciada neste mês. Segundo o diretor de engenharia da empresa, José Ailton, o prazo acordado para o parque da Renova Energia foi junho de 2013.

“Eu comuniquei a Aneel, Empresa de Pesquisa Energética (EPE), e o Ministério de Minas e Energia (MME), para ver se alguém consegue falar com o Iphan. Está tudo pronto para começar a obra, as empreiteiras estão prontas. Desde maio nós entregamos a documentação”, comentou o presidente da estatal.

Nesta terça-feira (23/10), os diretores da agência reguladora negaram em reunião ordinária o recurso da Chesf, que pedia a reconsideração de uma multa no valor de R$2,2 milhões, em decorrência do descumprimento do cronograma de implantação das obras referentes à Igaporã.

Já em Aracaú (CE), seis parques com a conclusão prevista para janeiro de 2013 não deverão enfrentar problemas de atraso de geração por falta de conexão, devido à parceria entre a estatal e a Impsa. Segundo Bosco, a Chesf está fazendo obras de ampliação em paralelo à obra de conexão. No município de João Câmara, Bosco não comentou os prazos, mas declarou que seguirão o acordado em abril.

“Em quase um ano que eu estou aqui, a nossa relação com os órgãos ambientais melhorou muito, não tenho grandes dificuldade em nenhum estado do Nordeste. Agora o nosso problema é o Iphan e, mais especificamente, na Bahia, porque os demais Estados têm nos atendidos bem”.

27/10/2012

Aneel já considera não realizar A-3 em 2012

Contra fatos não há argumentos. Sem crescimento econômico, não tem investimento. Sem investimento  não há de aumento de carga. Sem aumento de carga, não tem leilão. Simples assim. Ou não? 

Vejam a matéria de Fabíola Binas para o Jornal da Energia.


Revisão do crescimento da demanda e sobrecontratação de distribuidoras seriam os motivos

O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hübner, afirmou nesta quarta-feira (24/10) que a hipótese de cancelamento do leilão de energia nova A-3, marcado para 12 de dezembro, já está sendo considerada.

Segundo Hubner, a revisão das perspectivas de crescimento da demanda por energia nos próximos anos combinado com o atual cenário de sobrecontratação das distribuidoras podem resultar no adiamento do certame.

“Estamos avaliando a situação, mas é possível que não haja esse leilão neste ano”, disse em entrevista aos jornalistas, após participar do XX Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica (Sendi), no Rio de Janeiro. 


18/10/2012

Folha de São Paulo: Falta de chuva faz ONS ligar térmicas a óleo e diesel; conta deve encarecer


Vamos ajudar o ONS fazendo a boa e velha dança da chuva. Vejam a matéria de Agnaldo Brito

O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) determinará hoje o acionamento de térmicas movidas a óleo combustível e diesel em todo o país para suprir uma carga de 2.100 MW médios que deixarão de ser fornecidas pelas hidrelétricas ao sistema.

A razão para essa decisão está no atraso das chuvas. O ONS só determina o acionamento destas térmicas quando a situação é crítica.

O custo por MWh (megawatt hora) gerado nessas usinas pode variar entre R$ 400 e R$ 500, muito acima das térmicas a gás natural, que também já foram ligadas para tentar frear a queda dos reservatórios do sistema elétrico brasileiro.

Não deve faltar energia, mas os consumidores devem sentir os efeitos desse custo no ano que vem, quando as distribuidoras responsáveis pelo fornecimento da energia que consumimos receberem o reajuste das tarifas.

No alto verão --quando há abundância de água nos reservatórios--, as hidrelétricas produzem energia a um custo inferior a R$ 50 por MWh, mas isso não está ocorrendo neste momento.

Com o atraso das chuvas, o PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) --índice utilizado pelo operador do sistema elétrico para precificar o custo da geração a partir da oferta de energia disponível nas hidrelétricas-- atinge agora níveis superiores a R$ 300 por MWh.

Como aumentou o risco de déficit no sistema, o operador determinou o acionamento das térmicas a óleo combustível. O ONS disse que o sistema de reservatórios de hidrelétricas no Sudeste e Centro Oeste tem déficit de 11,5% acima da CAR (Curva de Aversão ao Risco).

Essa "curva de aversão" foi criada para calcular qual é o tamanho do déficit de hidrelétricas no SIN (Sistema Interligado Nacional). Hoje, esse risco não deveria superar 5% no sistema. No Nordeste, a curva está 5,3% acima do nível meta.

Desde setembro, o ONS sentiu a necessidade de ligar as térmicas a óleo, mas retardou a decisão para evitar custos excessivos aos consumidores. Agora, alega que não tem mais como esperar.

À ESPERA DAS CHUVAS
A expectativa agora é pela chegada das chuvas para a recomposição dos reservatórios. No Sudeste e Centro-Oeste, o conjunto de reservatórios das hidrelétricas está com 41,8% de sua capacidade.

No Nordeste, os reservatórios têm neste momento um volume equivalente a 37,4% de sua capacidade. No Sul, as hidrelétricas estão com uma reserva de 38% e, no Norte, de 46%.

Até o final do verão, em março de 2013, as chuvas terão de recompor essas reservas para que o país consiga cruzar o próximo período seco, entre abril e outubro.

Se as chuvas, porém, frustrarem as expectativas, o país terá de manter ligadas as térmicas por mais tempo, o que afetará as tarifas de energia em 2013. Quando isso ocorreu, em 2008, o custo repassado aos consumidores foi de quase R$ 3 bilhões.

Uma situação como essa tem potencial de reduzir os efeitos do corte tarifário que o governo está prometendo para janeiro quando as novas regras do setor elétrico entrar em vigor.

Com a MP 579, em discussão no Congresso Nacional, o governo autorizou a renovação das concessões por mais 20 anos, mas quer em troca uma redução média de 20% na conta de luz dos consumidores brasileiros.

A necessidade de maciça geração térmica pode, se alongado por muito tempo, comprometer esse plano do governo. O país saberá qual o tamanho da conta das térmicas apenas em 2013, após o período das chuvas.

A torcida do ONS é que o céu seja generoso.


17/10/2012

Desserviço ao meio ambiente: ONS despacha 2.100 MW de térmicas a óleo para manter nível-meta.



Procuradores do MP de várias regiões do Brasil criam obstáculos à crescimento da oferta de energia renovável brasileira. A restrição não discrimina as fontes embora atue de forma regional. No Ceará, as eólicas são as perseguidas. No Paraná, as PCHs são combatidas pelo MP do estado. No plano nacional as UHEs são as grandes vilãs. Fazem isto nome do interesse público e da preservação do meio-ambiente.  

A matéria do Canal Energia mostra um dos resultados da pauta ambientalista. Serão descarregados na atmosfera CO2 a um ritmo de mais de 30.000 toneladas por dia. (Suape II emite 6.000 tonCO2/dia para 380 MW). Há modos de evitar este consumo com energia renovável através de grandes barragens ou mesmo com o aumento da garantia física pela construção de PCHs e ou Eólicas(não ajudam muito pois são intermitentes). No entanto, mesmo as hidrelétricas a fio d'água não conseguem sair do papel.

Obviamente o fato não se deve apenas ao resultado das ações dos MPs pelo país. Vale, entretanto, como reflexão sobre a diferença entre uma análise crítica e lógica das opções para o crescimento do país e a simples gritaria baseada em uma pauta que, muitas vezes, é puramente política. 

O conteúdo do Canal Energia não pode ser reproduzido sem autorização prévia. Para lera a matéria  de Milton Leal, clique aqui

10/10/2012

Setor eólico global desacelera no primeiro semestre de 2012, aponta WWEA



Vejam a matéria de Fabíola Binas e Wagner Freire para o Jornal da Energia.

Mercados potenciais como Brasil e México tiveram crescimento modesto, mas acima da média mundial 

Relatório divulgado pela World Wind Energy Association, entidade que reúne representantes do setor eólico de 95 países, apontou um recuo no mercado global nos primeiros seis meses do ano. De acordo como o relatório, as novas instalações de parques somaram 16,5 GW de capacidade instalada no primeiro semestre de 2012, contra os 18,4 GW implantados no mesmo período do ano anterior, o que representa uma queda de 11,35%.

Apesar do encolhimento na expansão dos negócios, a capacidade instalada mundial do setor eólico ultrapassou os 250 GW, devendo “chegar aos 274 GW até o final do ano”, ressalta o levantamento da World Wind. Segundo a associação internacional, o momento de retração do mercado, se seu por conta da “desaceleração na China que levou à diminuição global”, além de citar ainda algumas incertezas em mercados-chave.

Responsáveis por 74% do market share mundial, países como China, Estados Unidos, Alemanha, Espanha e Índia continuam, nesta ordem, a liderar como os maiores mercados eólicos. De acordo com o estudo, os dez principais mercados estão em situação diversificada em relação ao cenário, sendo que EUA, Alemanha, Itália, França, Reino Unido mostraram avanço no último ano, a Índia apresentou estabilidade e China, Espanha, Canadá, Portugal viram o setor colocar o pé no freio em 2011.

Para a World Wind, mercados considerados potenciais na América Latina, como o México e o Brasil tiveram taxas de crescimento modestas, mas acima da media mundial. “Para ambos é esperado que continuem como mercados-piloto na região nos próximos anos”. O cálculo é de que a capacidade instalada brasileira saltou de 1,42 GW para 1,54GW no período apurado e os parques mexicanos cresceram de 929 MW para 1GW.

Análise global
O vice-presidente e responsável pela área internacional da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Lauro Fiúza (foto), lembra que a crise econômica na Europa está afetando muitas empresas do setor de energia dos ventos. Isso porque mercados como Espanha, Portugal, França, Itália, Grécia estão enfrentando dificuldades para manter seus investimentos no setor. “A Alemanha é a única que mantém seus investimentos na Europa”, destaca.

Segundo o executivo, "com raras exceções, toda indústria eólica internacional está passando por dificuldade. Não digo no sentido do que aconteceu com a Fuhrlander, mas no que se refere a se readaptar ao novo cenário econômico mundial", disse, referindo-se à fabricantes de equipamento alemã que pediu falência no mês passado. 

"Nos EUA as coisas também estão paradas. Lá, os investidores estão aguardando a prorrogação do programa de incentivos para a indústria eólica. Para se ter uma ideia, estão previstos para ser instalados neste ano de 8 a 10GW nos Estados Unidos. Porém, para o ano que vem, não mais do que 1GW", destaca Fiúza.

Na avaliação de Fiúza, o Brasil ainda não precisa se preocupar, mesmo que haja um cancelamento dos leilões previstos para este ano. "O cancelamento do leilão não teria um baque muito forte no setor. Isso porque há muitos investimentos em andamento. Essa parada seria até bom para dar uma organizada nos negócios."


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04/10/2012

Sem ICGs, 294,4 MW eólicos da Renova Energia são considerados aptos a operar, mas com datas distintas


Agora o consumidor começa a pagar a conta pelas falhas de todos: EPE, ANEEL, CHESF, etc... 

Medida permite que empresa receba por usinas que não estão gerando energia para o sistema; no entanto, revisão de cronograma poderá incidir em perda de receita de alguns empreendimentos.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por meio da sua Superintendência de Fiscalização dos Serviços de Geração, considerou que 294,4MW eólicos da Renova Energia estão aptos a entrarem em operação, reconhecendo que quatro usinas estariam prontas para operar desde a partir de 1º de  julho deste ano,  oito desde  27 de julho e duas a partir de 29 de agosto. 

Com isso, a Renova passa a ter o direito de receber as remunerações previstas para essas usinas a partir das respectivas datas, inclusive retroativamente. No entanto, ao não considerar todas como 1º de julho, a companhia poderá ter uma perda de receita.

Em comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliárias (CVM), o  diretor de Relações com Investidores da Renova, Pedro Villas Boas Pileggi, disse estar em contato com a Aneel para "obter esclarecimentos" a respeito dos critérios utilizados na determinação das datas de reconhecimento da operação dos parques eólicos.

"A Renova entende que todas as usinas estavam aptos a operar na data prevista contratualmente, qual seja, 1º de julho de 2012", questionou o diretor.

Essas plantas venderam energia no leilão de 2009, mas não podem despachar energia para o sistema elétrico pela ausência da linha de transmissão Igaporã (ICG), de responsabilidade de Chesf, que só ficará pronta em 2013.

Outras autorizações
Da mesma forma, a Aneel autorizou nesta segunda-feira (1/10) que sete parques eólicos da CPFL Renováveis fossem considerados aptos a operar. Essas usinas somam 188MW no Rio Grande do Norte e aguardam a conclusão da IGC João Câmara.

Até o final da semana, usinas da Dobrevê Energia, que estão na mesma situação, também receberão o aval da agência reguladora. A companhia aguarda a receita de 144MW, oriundos de parques implantados também no Rio Grande do Norte.


03/10/2012

LM Wind inicia instalação de fábrica em PE


Acabou o segredo. Vejam a matéria de Fabiola Binas para o Jornal da Energia.

Planta será construída no Complexo Industrial Portuário de Suape

A dinamarquesa LM Wind oficializou nesta terça-feira (2/10), o início da construção de sua primeira planta no Brasil, que ficará no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco. O projeto, que já estava nos planos da fabricante de pás eólicas, deve consumir R$ 100 milhões em investimentos.

Com a instalação do empreendimento, fruto de uma joint venture com a Eólice, a LM abre espaço para expansão dos negócios com a possibilidade de fornecer pás, não só para o Brasil, mas também para o mercado latino-americano. A expectativa é de que a fábrica comece a produzir pás eólicas em setembro de 2013.

"Um número de clientes estratégicos pediram à LM que apoiasse seus esforços no desenvolvimento do mercado de energia eólica no Brasil e na toda América Latina”, comentou o CEO of LM Wind Power, Leo Schot ao acrescentar que o anúncio reforça o comprometimento da empresa em acompanhar a demanda de seus parceiros.

Oportunidade
Em agosto, durante o evento PE Business, o diretor comercial da LM Wind, Richard Pettifor conversou com o Jornal da Energia, quando afirmou que o governo brasileiro vem dando apoio significativo para o setor eólico, o que tem propiciado um ambiente favorável da desenvolvimento da indústria por aqui.

O executivo chegou a dizer que a empresa estudava a possibilidade instalar de uma segunda fábrica por aqui, caso as condições continuem favoráveis aos negócios. Ainda sobre escolha de Pernambuco para a primeira planta, ele disse a empresa encontrou no estado benefícios como a localização privilegiada, custos competitivos, apoio governamental e força de trabalho adequada. 


30/09/2012

Depois de dois meses deu no Estadão: 32 parques eólicos estão parados à espera de transmissão de energia


Ainda que com alguma demora, o paradoxo das ICG´s e o planejamento da transmissão focado somente na demanda suscitaram matéria em jornais de grande circulação. Seria de grande valia que esta discussão se desse além dos profissionais diretamente relacionados ao segmento uma vez que tais anomalias certamente resultarão em prejuízos aos consumidores finais. Com relação às receitas a serem recebidas com geração, há cálculos bem maiores que os R$ 370 milhões citados na reportagem. 



Dados da Aneel mostram que 32 dos 71 parques eólicos leiloados em 2009 estão parados por causa da falta de linhas de transmissão


SÃO PAULO - Quase metade das usinas licitadas no primeiro leilão de energia eólica do Brasil está pronta sem poder gerar um único megawatt (MW) de eletricidade. Dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) mostram que 32 dos 71 parques eólicos leiloados em 2009 estão parados por causa da falta de linhas de transmissão. "Houve um descasamento entre a entrega das usinas e do sistema de transmissão", afirmou o diretor da agência reguladora, Romeu Rufino.

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), estatal do Grupo Eletrobrás, venceu o leilão das linhas de transmissão, mas não concluiu nenhum projeto - em alguns casos, nem iniciou as obras. Pelas regras do contrato, o sistema de transmissão teria de ser concluído na mesma data dos parques eólicos para permitir o início dos testes. Mas, na melhor das hipóteses, a conexão com as usinas apenas se dará em julho do ano que vem.

Consequentemente, as obras do sistema de transmissão dos parques licitados em 2010 também ficarão comprometidas. No mercado, algumas empresas foram informadas de que os cronogramas de empreendimentos marcados para setembro de 2013 foram estendidos para janeiro de 2015.

Rufino afirmou que a Aneel tem discutido constantemente com a estatal para tentar resolver o problema e diminuir os impactos para o consumidor.

Segundo ele, não está descartada a possibilidade de fazer uma instalação provisória enquanto a definitiva não é concluída. Apesar de não poderem produzir energia, as geradoras terão direito de receber a receita fixa prevista nos contratos de concessão. Pelos cálculos da Aneel, as 32 usinas têm receitas de R$ 370 milhões a receber.


21/09/2012

Leilões Adiados

Fonte: Abeeólica

As portarias abaixo adiam os leilões A-3 e A-5 respectivamente para 12 e 14 de Dezembro. Ao que parece a declaração das distribuidoras foi pífia novamente. 




17/09/2012

Setor ainda tem muitas dúvidas quanto a realização do leilão A-3



Agentes colocam em xeque a realização da licitação, marcada para 18 de outubro; data já foi adiada três vezes

Sob o impacto das relevantes mudanças causadas no setor de energia após a publicação da Medida Provisória da renovação das concessões e ainda com dúvidas sobre a cassação de termelétricas do Grupo Bertin que não devem sair do papel, os agentes começam a colocar em xeque a realização do leilão A-3, adiado mais uma vez pelo governo. Pelo menos é o que se ouviu nos corredores do Energy Summit, evento que acontece no Rio de Janeiro e acaba nesta sexta-feira (14/9).

Um executivo ligado a uma companhia geradora analisou que o momento é crítico. “Até que tudo se estabilize, pelo menos nos próximos meses, as distribuidoras vão ficar temerárias em relação à sua demanda”. Ele ainda afirmou que “a gente pode passar o ano sem mais nenhum leilão”.

O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite, manteve a cautela ao dizer que o segmento não foi o mais impactado pela MP das Concessões, que teria até apresentado aspectos positivos. Mas, em relação ao A-3, Leite admitiu a incerteza. “Nós corremos risco de não ter o leilão”.

As distribuidoras já apresentaram ao Ministério seu posicionamento em relação ao que vão precisar em termos de contratação de energia - se é que vão precisar, uma vez que essas informações ainda não foram divulgadas.

“Pode haver uma retração da demanda, mas não posso afirmar que haverá. Ainda temos que analisar com muito cuidado tudo isso”, ponderou Leite, sobre a possibilidade de haver ou não necessidade de compra por parte das distribuidoras.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, comentou que está "postergando (o certame) à espera de uma decisão da Aneel sobre a cassação das térmicas (da Bertin)”. 

O leilão de energia A-3 foi marcado originalmente ainda no ano passado e era previsto para 22 de março. Depois, ficou para 28 de junho. Depois, o certame foi remarcado para 11 de outubro. Agora, a data prevista é 18 de outubro. Tolmasquim chegou a admitir que a licitação pode nem ser realizada, uma vez que, mesmo com as cassações de usinas, as distribuidoras podem não precisar ir às compras. "O A-3 está em abertou", ponderou o executivo do governo.


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13/09/2012

Choque elétrico - Editorial da Folha de São Paulo sobre as medidas para redução das tarifas de energia elétrica.

O pacote de que prometeu a diminuição das tarifas de energia elétrica para consumidores residenciais e industriais gerou muito polêmica durante a semana. Acredito que a maioria delas está retratada no editorial de ontem(13/09/2012) da Folha de São Paulo. Vale a pena ler. O único ponto deixado de fora foi o claro desincentivo ao mercado livre de energia. Íntegra abaixo:

Choque elétrico

Medidas do governo federal para reduzir peso da energia no custo Brasil seguem na direção correta, mas ainda causam incerteza no mercado


O anúncio oficial das medidas de redução dos preços da energia elétrica a partir de 2013 confirmou o que já se sabia: 16,2% de corte para consumidores residenciais e até 28% para indústrias.
Surpresa, mesmo, causaram a amplitude das mudanças na regulação do setor e a composição dos cortes -cerca de 70% decorrem diretamente de tarifas que serão diminuídas e apenas 30% correspondem à retirada de encargos sobre a conta de luz.

Mas não foi desta vez, ainda, que se falou de corte de impostos propriamente ditos. Continua incólume o ICMS, que onera o consumo de energia em até 40%.

Diante da dificuldade de convencer governadores a abrir mão de ao menos parte dessa receita, o governo Dilma Rousseff optou por prorrogar por 30 anos as concessões que venceriam a partir do ano que vem. E condicionou tal prorrogação a que os atuais concessionários rebaixem tarifas, além de aceitar a indenização a ser calculada pela União para investimentos realizados pelas empresas que a lei manda reembolsar-lhes no vencimento da concessão.

É possível inferir do que já se divulgou que o Planalto busca uma tarifa média de geração de R$ 30 a R$ 40 por MWh (megawatt-hora), valor que estima ser suficiente para cobrir custos operacionais das empresas. Em alguns casos, porém, em especial no da Eletrobras, o corte pode tornar a operação deficitária. Assim, ao concentrar o ônus da redução nas empresas (por meio das tarifas), e não nos impostos, o governo arrisca comprometer novos investimentos.

As indenizações devidas pela União poderiam evitar esse estrangulamento, mas o governo sinaliza que não pretende pagar muito pelos ativos que restam por indenizar. Parece acreditar que seriam suficientes para isso os R$ 21 bilhões do fundo criado para dar conta dos ressarcimentos (RGR, ou Reserva Global de Reversão).

Alguns concessionários têm entendimento diferente. A direção da Eletrobras, por exemplo, já fez saber que espera indenização de R$ 27 bilhões só para as suas usinas.

A conta final só será conhecida daqui a alguns meses, pois depende de cálculos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e de conversações com as geradoras. Não será uma negociação fácil. E a insegurança que paira sobre as empresas de energia já fez suas ações despencarem na Bolsa.

Existe ainda o risco adicional de questionamentos à constitucionalidade da prorrogação por meio de medida provisória. Há quem defenda que seria necessária uma emenda constitucional para tanto.

O governo federal definiu um objetivo correto para a renovação das concessões: diminuir o peso desse componente importante do custo Brasil. Mas ainda não deixou claro se a medida não vai minar a capacidade do setor de manter os investimentos necessários.

Até que os valores envolvidos e a legalidade do procedimento estejam estabelecidos, a boa-nova permanecerá envolta em incerteza.


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22/08/2012

Saiba o que está incluído na sua conta de energia elétrica.

Vejam o interessante matéria e comentário de Miriam Leitão.


Baixar a conta de luz é ótima frente de competitividade

Na conta de luz existem vários penduricalhos: siglas que representam subsídios e tarifas para financiar os mais diversos programas. Isso torna a conta de luz mais cara para famílias e empresas. Tira a competitividade da economia. E o que é pior: é feito de um jeito que o consumidor não tem acesso às informações, não sabe nem que está pagando.

No total, são nove siglas federais que aumentam o preço da conta de luz no pais. Fora os encargos estaduais. Uma delas é a RGR (Reserva Global de Reversão), que existe desde 1957 para financiar a universalização do acesso à energia. Arrecadou quase R$ 2 bilhões no ano passado e tem R$ 16 bilhões em caixa, ou seja, dinheiro que não foi usado. Foi prorrogado no último dia do governo Lula para existir por mais 25 anos e deve tirar R$ 40 bi da economia nesse período. 

(...)


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21/08/2012

Acciona terá fábrica de hubs para turbinas eólicas na Bahia



Unidade, próxima de ser inaugurada, pode ser futuramente ampliada para incluir a produção de outros equipamentos  

A espanhola Acciona, fabricante de equipamentos para a geração de energia eólica, está bem próxima de instalar uma nova fábrica para hubs na cidade de Simões Filho, Bahia. O hub é uma peça que fica na frente do aerogerador e na qual são conectadas as pás. O equipamento é apelidado de “nariz da turbina”.

Apesar de a notícia coincidir com o recente descredenciamento da empresa do Finame, sob a alegação de não cumprimento dos índices mínimos de nacionalização exigidos pelo BNDES, a instalação estava aprovada pelo governo da Bahia há "bastante tempo". 

Segundo o secretário executivo da Câmara Transversal de Energia da Bahia, Rafael Valverde, o investimento só não foi divulgado antes "por uma questão de governança corporativa da Acciona". O técnico do governo, porém, diz que essa é "uma excelente oportunidade" para a empresa, uma vez que "mostra que ela já tinha uma estratégia de nacionalização”.

Segundo o secretário, a construção da fábrica está prevista para ocorrer em duas etapas, com a possibilidade de expansão da unidade para produzir outros produtos. A ampliação, no entanto, vai depender da evolução do market share da Acciona no Brasil.

Fechado
A Acciona anunciou em abril deste ano seu primeiro contrato de fornecimento de turbinas eólicas no Brasil. O negócio foi fechado com a CPFL Renováveis e prevê a fabricação e instalação de 40 máquinas, de 3MW cada, em parques no Rio Grande do Sul.


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10/08/2012

Energia Eólica em Curitiba!!!



Calma... A revisão do atlas eólico ainda não veio mas já tem gente querendo entregar aerogeradores aqui. Alguém poderia me sugerir como estas pás foram parar na esquina da Mario Tourinho com a Eng. Serafim Voloschen??

Preparem-se pois vai virar rotina em muitas cidades do Brasil! 


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09/08/2012

EPE vê preço menor da energia eólica em próximos leilões


A fala do diretor reflete uma visão exclusivamente política do assunto. Tanto no caso do preço da eólica se manter ou diminuir como no caso das tarifas para PCHs o discurso vai de encrontro com fatos como, por exemplo, a variação cambial e o imbróglio do BNDES. No caso das PCH`s sabe-se que, na prática, a redução de preços de equipamentos para PCHs reflete em menos de 30% do custo de implantação. Nestas obras o principal são as obras civis(novamente o aço e o cimento). 

A expectativa do diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) José Carlos de Miranda é de que os preços da energia eólica recuem nos próximos leilões, previstos para serem realizados em outubro. "É esperado que os preços da eólica continuem caindo ou se estabilizem. A perspectiva é de que em alguns locais os preços caiam ainda". Em 2011, a energia eólica chegou a ser contratada a R$ 99 por Mwh.

Questionado sobre se o governo também sinalizaria para uma redução, com a diminuição do preço-teto do leilão, Miranda disse que a decisão é do ministro de Minas e Energia e que a EPE faz o trabalho de levantamento junto ao mercado e leva em consideração também o resultado dos últimos leilões. Mas admitiu que a tendência é de que os preços sejam mantidos. "A redução é proporcionada pela própria competição", afirmou.

O diretor da EPE também comentou a respeito do preço da energia de PCH. Projetos dessa fonte não têm sido contratados nos leilões porque empreendedores consideram que os preços-teto já são baixos demais. Mas Miranda argumentou que, em recentes conversas, representantes dessa área teriam dito que já conseguiram reduzir preços de equipamentos.

"Claro que se contrata primeiro as usinas mais baratas e depois as mais caras, mas num processo em que os preços vêm caindo (para algumas fontes), estas vão ser contratadas antes de outras e as que ficaram mais caras vão ser contratadas no futuro", disse.


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08/08/2012

Projetos eólicos com máquinas que saíram do Finame pagarão financiamento mais caro


Como já avisado antes os maiores prejudicados beste imbróglio são os investidores. São na sua maioria brasileiros que acreditam no Brasil e que investem em nosso país na geração de energia limpa e de baixo impacto ambiental. 

Minha opinião: Política de conteúdo nacional com a deste caso só contribui para formação de cartéis( o do aço e do cimento prosperam no segmento eólico) e justificar aumento dos preços por parte dos fabricantes. Não colabora para a bendita modicidade tarifária. Vejam o que relata Wagner Freire do Jornal da Energia 

BNDES seguirá apoiando usinas, mas diz que juros seguirão IPCA e não TJLP

Os parques eólicos que venderam energia no mercado regulado e tiveram seus fabricantes de equipamentos descredenciados do Finame não ficarão sem o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A garantia é do chefe do departamento de fontes alternativas, Antonio Carlos Tovar. No entanto, os empreendimentos enfrentarão aumento de custos, pois as taxas de financiamento serão baseadas no IPCA e não mais na TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo).

"O banco não pode deixar de financiar um projeto que foi objeto de leilão público, que tem cronograma de entrada em operação com o poder concedente. Para que não exista esse prejuízo, o BNDES vai continuar apoiando esses projetos numa taxa com custo maior, corrigido pelo IPCA", explicou Tovar.

Segundo o diretor, todas as empresas que foram descredenciadas do Finame iniciaram o processo de regularização. Foram retiradas as fabricantes Vestas, Suzlon, Acciona e Clipper por não cumprirem o índice de nacionalização mínimo exigido pelo banco, que é de 60%.

Tovar disse também desconhecer rumores sobre empresas estrangeiras que teriam desistido de entrar no Brasil por causa do imbróglio do BNDES com os projetos eólicos. Além disso, o executivo garante que não há desembolsos parados no banco.

"Os projetos que nós vínhamos apoiando eram com fabricantes que continuam credenciados, então isso não tem nenhum prejuízo do cronograma de liberação. Até porque os projetos que o banco apoiou no ano passado são de fabricantes continuam no cadastro", ressaltou.

Tovar disse ainda que os fabricantes que foram descredenciados podem voltar ao cadastro do Finame a qualquer momento, desde que cumpram o índice de nacionalização mínimo exigido. O executivo do BNDES falou com a imprensa nesta terça-feira (7/8), após participar do 13º Encontro Internacional de Energia, organizado pela Fiesp, em São Paulo.

Planos adiados
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, havia revelado que o governo pretendia aumentar o índice de nacionalização de equipamentos eólicos do BNDES. Mas o resultado da auditoria do banco, que concluiu que os fabricantes não cumpriam os patamares mínimos exigidos, surpreendeu e mudou os planos.

Em conversa com a imprensa, Tolmasquim admitiu que não é mais momento de falar em elevar os índices, mas sim de fazer com que as metas existentes sejam cumpridas. 

(Colaborou Luciano Costa)


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07/08/2012

Cepel diz que empresas não fornecem dados para mapa eólico


Justificativa do Cepel é no mínimo inocente. Vejam o que relata Wagner Freire do Jornal da Energia

Centro de Pesquisas justifica atraso e promete continuar projeto, que fechou convênio com o InpePor 

O diretor-geral do Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel) da Eletrobras, Albert Melo, explicou nesta segunda-feira (6/8) o motivo do atraso na publicação do novo Atlas Eólico Brasileiro. Segundo ele, o adiamento ocorreu justamente por causa do sucesso do setor no Brasil.

"A equipe que estava desenvolvendo o projeto contava com dados de diversos agentes que trabalharam conosco na área de energia eólica. Só que, com o sucesso da fonte, ninguém quis dar nada, nem para balizar nossos estudos", revelou.

Segundo Melo, a alternativa foi comprar acordos institucionais. "Procuramos o Inpe [Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais] e eles toparam. Assinamos o convênio há mais ou menos dois meses e esperamos publicar a atualização do atlas em um prazo máximo de um ano ou menos."

A atualização do Atlas Eólico é esperada há anos, uma vez que o anterior, publicado em 2001, contava com medições a 50 metros de altura e apontava para um potencial de 143 mil MW no País. Espera-se que o novo documento apresente pelo menos o dobro do anterior, indicando, inclusive, os melhores lugares para se instalar os parques.

Embora tenha evitado dar detalhes sobre o tema, Melo contou que teve que mudar a coordenação do projeto. "Meu trabalho é tratar de relações institucionais e não pessoais. Se a gente soubesse antes que esses relacionamentos [com agentes] não estavam firmados em relação a esses dados, a gente talvez não tivesse levado tanto tempo para publicar o Atlas."

De acordo com o pesquisador, o documento já tem verba liberada e deve custar R$ 800 mil. Quanto a um futuro atlas solar, Melo descarta a possibilidade no momento.

O diretor do Cepel conversou com o Jornal da Energia após participar do 13º Encontro Internacional de Energia, realizado pela Federação Nacional das Indústrias do Estado de São Paulo.


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05/08/2012

Atualização do Atlas Eólico Brasileiro pode ficar só na promessa



Embora o documento seja considerado importante, principalmente para novos investidores que desejam entra no mercado de geração dos ventos, Cepel evita falar do assunto

A atualização do Atlas Eólico Brasileiro é considera importante para especialistas do setor de energia elétrica, principalmente para novos investidores que ainda não entraram no mercado de geração dos ventos. No entanto, apesar de prometido há anos, o documento não deve ser publicado tão cedo.

Uma fonte diretamente ligada ao projeto, tocado pelo Centro de Pesquisa de Energia Elétrica (Cepel) da Eletrobras, garante que nada mudou desde que o Jornal da Energia publicou, no ano passado, uma matéria alertando que o atlas estava parado, embora tenha verba liberada há dois anos. A fonte revela que o Tribunal de Contas da União (TCU) esteve no Cepel em meados do ano passado para verificar a situação e chegou a dar um prazo de 20 dias para o centro resolver se tocaria o projeto ou devolveria o dinheiro.

"Embora a direção da empresa (Eletrobras Cepel) anuncie na Rio + 20 que o projeto está em andamento, não tem nada. Isso não é verdade. Parece que existe algum interesse por trás disso que impede a atualização do atlas", diz. "Não importa quem tocará o projeto, o que importa é que ele saia, pois é uma oportunidade boa para desenvolver energia no Brasil. Na época em que o TCU pressionou houve até uma movimentação... mas até agora nada foi feito".

Lançado em 2001, também pelo Cepel, o primeiro atlas eólico nacional estimava que o potencial brasileiro é da ordem de 143 mil MW. Este estudo, entretanto, contempla medições realizadas a 50 metros de altura. Segundo técnicos do Ministério de Minas e Energia, medições prévias apontariam que o potencial eólico do Brasil pode ultrapassar os 350 mil MW caso sejam feitas medições entre 80 e 120 metros de altura.

Na opinião de um especialista — que inclusive participou do planejamento e implantação de empreendimentos do Proinfa — há interesses claros que explicariam a não publicação do documento. "Me parece a boa e velha reserva de mercado, uma vez que o altas só ajudaria a quem ainda não está no segmento."

Para o diretor presidente da MultiEmpreendimentos, Pedro Cavalcanti - que também acumula o cargo de diretor da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) para a região Nordeste - não há dúvida da importância da atualização do atlas. "Sabemos que o documento não é definitivo, mas orienta as estratégias de investimento. É bem sabido que quem tem as medições não divulga esses dados. Trata-se de democratizar a informação."

Cavaltanti explica que a atualização iria além de mostrar o potencial de geração. "O documento é importante porque ajuda a identificar questões ambientais, de infraestrutura, de transmissão de energia, por exemplo. Além do mais, essas informações são preciosas para se aperfeiçoar um projeto."

O executivo concorda que o novo atlas beneficiaria, principalmente, novos players que almejam desenvolver uma planta eólica, uma vez que as empresas que já estão no setor possuem suas próprias medições.

A reportagem buscou junto ao Cepel informações sobre o andamento do projeto, mas a entidade diz apenas que não vai se pronunciar sobre a questão. 


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26/07/2012

Renova vende créditos de carbono de parques eólicos do leilão de 2010


Notícia boa! Créditos de Carbono com certeza aumentam a rentabilidade dos projetos eólicos. Infelizmente a incerteza sobre esta receita impede que possam ser considerados na análise de rentabilidade dos projetos.

Além disto pesa sobre o Brasil o fato de nossa matriz energética ter grande parcela de energia renovável o que cria uma distorção muito interessante: Devido à matriz energética da China ter grande parcela de energia de origem fóssil, os projetos de energia renovável da China geram mais créditos de carbono para uma mesma quantidade de energia renovável gerada. Na prática o crédito da carbono chinês "vale mais" que o crédito de carbono Brasileiro. Isto precisa ser repensado. 


Negócio com banco alemão deve adicionar até R$2,2 milhões anuais aos cofres da geradora

A Renova Energia fechou um contrato com o banco alemão Deutsche Bank para venda de créditos de carbono a serem emitidos pelos seus projetos eólicos que venderam energia em um leilão de 2010. Embora o negócio tenha sido firmado em agosto de 2011, a transação divulgada ao mercado nesta quarta-feira (25/7), quando a empresa enviou comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) sobre o assunto.

Segundo a Renova, o valor a ser pago pelo banco, que também tem filiais no Brasil, será exercido parte por preço fixo e parte por percentual do preço de mercado spot. Sendo assim, se as usinas registrarem exatamente a geração do mesmo montante contratado, o acordo pode representar uma receita adicional à companhia de R$2,2 milhões por ano.

Os créditos de carbono são certificados emitidos para uma pessoa ou empresa que reduziu a sua emissão de gases de efeito estufa (GEE). Uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) corresponde a um crédito de carbono, que pode ser negociado no mercado internacional. Comprar créditos de carbono equivale a adquirir uma permissão para emitir GEE.

De acordo com a Renova, o registro dos projetos do certame de 2010 na Organização das Nações Unidas (ONU) está previsto para ocorrer até 31 de dezembro de 2012 e o contrato com o Deutsche Bank tem prazo de sete anos. O tempo conta a partir da entrada dos parques eólicos em operação, que está prevista para setembro de 2013.

Nos projetos do complexo eólico Alto do Sertão I, do leilão de energia de reserva de 2009, a companhia optou por não vender os créditos antecipadamente, como fez com os empreendimentos de 2010. No entanto, a documentação para comercialização dos créditos desses projetos foi aprovada no Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e será submetida ao registro junto à ONU - para depois serem negociados no mercado.

Já no caso dessas usinas de 2009, a receita com a venda de cerca de 365 mil créditos de carbono poderia render R$2,7 milhões à companhia. 

A empresa também deve negociar os créditos referentes a usinas que participaram do leilão de 2011. Nesse caso, os trâmites estão em elaboração e a expectativa é de que uma eventual comercialização poderia render uma receita adicional de R$ 1,9 milhões por ano.


23/07/2012

De 1,8GW do leilão eólico de 2009, apenas 370MW entram em operação no prazo



O fato só reforça a urgência da resolução dos problemas estruturais brasileiros. Some-se a isto a cultura brasileira de deixar tudo para a última hora, a insegurança jurídica criada pelas regras que mudam o tempo todo e só se definem quando suas consequências já geraram atrasos.


Falta de transmissão impede 646 MW de gerar; outras usinas devem estar prontas até julho de 2013

Em 2009, o setor elétrico comemorou o sucesso do primeiro leilão de energia realizado pelo governo exclusivamente para contratação de parques eólicos. No entanto, dos 1.841MW comercializados naquele certame, apenas 370MW em usinas já são uma realidade e estão gerando eletricidade para o sistema.

Conforme balanço feito pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), a pedido do Jornal da Energia, há ainda outros 646 MW prontos para operar, mas impedidos de fazê-lo pela ausência de linhas de transmissão. Essas linhas, as chamadas ICGs, estão a cargo da Chesf e devem ficar prontas só no ano que vem. Outros 703,7 MW estão fora do cronograma original, que previa início de operação em 1 de julho de 2012.

Como exceção, há os parques de Icarai I e II, Taiba Aguia, Taiba Andorinha e Colônia. Esses projetos, que somam 121,8MW no Ceará, receberam aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para postergar a entrada em operação. Nestes casos, a agência entendeu que houve demora na emissão dos atos de outorga, alteração das características de transmissão, bem como mudança de política governamental de financiamento.

Isso porque os empreendimentos, da Energio, estavam aprovados pelo Banco do Nordeste, mas tiveram que ser redirecionado para o BNDES, que exige um índice maior de nacionalização. Esses fatores fizeram com que a Aneel transferisse as datas, que agora variam entre novembro e dezembro deste ano.


Dos atrasados
Dos 703,7 MW que estão fora do cronograma, a previsão de operação comercial mais distante é do parque eólico de Araras, de responsabilidade da Energimp. A usina tem início de geração esperado para julho de 2013, um ano depois da data original. O empreendimento tem 30MW e está construção no Ceará.

Outros, como Osório 2 (24MW, RS), Sangradouro 2 (26MW, RS) e Miassaba 3 (50,4MW, RN), são os mais próximos de operar. Em relatório, a área de fiscalização da Aneel esperava que essas usinas começassem a funcionar em junho, mas a expectativa não foi cumprida até o momento. Os dois primeiros são de responsabilidade da Elecnor-Enerfin, enquanto o último é de sociedade de propósito específico (SPE) formada por Eletronorte, Furnas, Bioenergy e J. Malucelli.

No relatório obtido pela reportagem não são colocadas as causas dos atrasos. A única menção está relacionada ao licenciamento ambiental, mas a Abeeólica explica que "cada empreendedor possui seus motivos para atraso" e que alguns, inclusive, já têm pedido postergação dos prazos para a agência reguladora.


17/07/2012

Impasse com o BNDES atinge 2GW em usinas eólicas, calcula Abeeólica


Se enganam aqueles que imaginam que somente os fabricantes de aerogeradores saem prejudicados pelas restrições do BNDES. Estes podem simplesmente sair do país se entenderem que não há crescimento sustentável neste mercado. 

São os empreendedores os mais prejudicados pela fiscalização falha do BNDES, falta de comprometimento dos fabricantes e política instável dos governos estaduais e do governo federal. Continuam tendo obrigações contratuais a cumprir e terão que absorver os custos adicionais resultantes da desorganização do mercado regulado. Não tenham dúvidas que serão punidos pelos seus atrasos ou inadimplementos mesmo que decorrentes da queda de braço entre o BNDES e fabricantes.

Enquanto isto empresas estatais continuam sem punição pelo não cumprimento de suas obrigações contratuais. Para os estatais, grita nos jornais e esquecimento. Para os privados, perda da concessão e execução de garantias. 



Associação tem conversado com o banco e espera decisão para breve sobre situação de financiamentos

Dos mais de 6,5 GW em parques eólicos contratados nos leilões de energia promovidos pelo governo desde 2009, cerca de 2GW estão com o futuro em suspenso. Os investidores aguardam uma decisão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que suspendeu fabricantes de equipamentos do setor do FIname - que lista máquinas cuja aquisição é financiável. Com isso, as empresas que tocam as obras ainda não sabem se e em que condições terão acesso ao crédito da instituição estatal. Sem esses recursos, com juros abaixo do mercado, muitos empreendimentos podem se tornar até mesmo inviáveis economicamente.

O cálculo sobre o número de usinas atingidas é da presidente executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Elbia Melo. A retirada de fornecedores do Finame aconteceu depois de uma auditoria em que o BNDES teria concluído que alguns deles não cumpriam os índices de nacionalização de componentes exigido. Agora, os projetos que usariam turbinas dessas marcas - como Vestas e Suzlon - estão à espera. “Uma medida que parece penalizar o fabricante na verdade está penalizando os investidores de eólica”, lamenta Elbia.

A executiva ressalta que, além de influenciar os prazos de construção das plantas, a indefinição pode comprometer a viabilidade de algumas delas. E defende um equilíbrio por parte do BNDES na hora de decidir o destino dos financiamentos.

“Achamos que tudo bem que o banco exija esse índice de nacionalização, só que ele não poderia mexer nestas regras enquanto está rolando o jogo", argumenta Elbia. Ela lembra que as empresas estavam cadastradas no Finame na época em que os leilões foram realizados. “Que o BNDES aplique as regras de maneira que ele está querendo, nós apoiamos, mas ele poderia fazer isso para os próximos projetos”, sugere a dirigente.

Desde a auditoria do BNDES, foram promovidas várias reuniões entre o banco, a Abeeólica e representantes do setor - a primeira delas em 25 de junho e a última na sexta-feira (13/7). O encontro mais recente, inclusive, contou com a presença do presidente da instituição financeira, Luciano Coutinho. Elbia diz que desde então as equipes técnicas do BNDES têm analisado o caso internamente. “Tenho a impressão que semana que vem talvez eles abram alguma decisão”.

Cadastro de volta
Contatado pela reportagem, o BNDES, por meio da assessoria de comunicação, confirmou manter o diálogo com o setor. Além disso, a instituição explicou que as empresas podem voltar a ter seus cadastros validados pelo Finame ao comprovarem que estão de acordo com as exigências referentes aos índices de nacionalização.

03/07/2012

BNDES coloca fabricantes eólicos em xeque quanto a índice de nacionalização


O índice de nacionalização exigido para os aerogeradores é tema polêmico. Muitos atribuem a este fato os atrasos do PROINFA. Mesmo com esta lição, manteve-se um certo protecionismo ainda em 2009 nas normativas do primeiro leilão eólico que previam regras para impedir aquisição de turbinas importadas abaixo de 1,5 MW. Que sentido há na exigência de fabricante nacional com base na potência nominal? De fato, não serviu de nada pois todos fabricantes, inclusive os que já tinham fábrica no Brasil, atualizaram sua linhas para equipamentos de maior potência nominal. 

Por outro lado, fabricantes que assumiram compromissos junto a governos federais e estaduais para nacionalizar seus equipamentos e construir plantas industriais no Brasil "empurram com a barriga" o cumprimento destes acordos e protocolos de intenção sob a justificativa de morosidades da máquina pública, dificuldades de licenciamento, etc... e também aguardando que este mercado se consolide ou que surja lá fora um mercado mais interessante. É fato que a burocracia e constante mudança de humores dos órgãos públicos (basta mudar um secretário de estado ou um diretor de órgão ambiental) atrapalham mas há nos fabricantes um certa desconfiança na seriedade do mercado mesmo depois de tantos avanços. .

Confesso que não tenho opinião formada sobre o assunto. No entanto acho que legislação restritiva não atrai investimentos industriais independente do segmento. Acredito que estejam mais interessados em: mercado com crescimento sustentável, segurança jurídica, regras claras e estáveis e insumos locais competitivos. Com a eólica não é diferente. 

Vejam a matéria de Luciano Costa no Jornal da Energia. Em tempo: pesquisei no site do BNDES hoje e a Siemens também está fora da lista do BNDES. Até a semana passada o aerogerador SWT 2.3MW constava na lista. 

Auditoria e suspensão de empresas do Finame deixa setor apreensivo; banco busca solução que não prejudique projetos

Uma grande auditoria levada a cabo pelo Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em cima dos fabricantes de turbinas eólicas que vendem equipamentos no Brasil tem deixado o setor apreensivo. Ao mesmo tempo em que visitou fábricas e usinas para verificar o índice de nacionalização das máquinas, a instituição estatal retirou o nome de algumas empresas do Finame - lista de equipamentos e máquinas cuja aquisição pode ser financiada.

Um agente disse ao Jornal da Energia que sete companhias tiveram o registro suspenso. Em uma busca no site do BNDES nesta terça-feira (3/7), a reportagem encontrou quatro companhias que ficaram sem cadastro: Vestas, Suzlon, Acciona e Clipper. Outras seis estão com a situação normal: GE, Impsa, Gamesa, Alstom, WEG e Wobben.

Para a presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Élbia Melo, tanto fabricantes quanto investidores que constroem usinas ficam "em uma situação complicada" porque, caso o BNDES decida não financiar os empreendimentos que usam máquinas dessas empresas, estes se tornariam inviáveis. "Vai prejudicar não só o fabricante, mas a indústria como um todo. Tem vários parques que já estão em construção, pegaram empréstimo-ponte esperando o BNDES...", explica Élbia.

Segundo a diretora, a Abeeólica tem conversado com o banco para sensibilizá-lo sobre o assunto. "Em nenhum momento a gente contesta a política do BNDES, até apoiamos. Mas, quando essas empresas entraram no leilão, as fabricantes estavam no Finame. Agora não dá para mexer no meio do jogo".

O BNDES tinha uma reunião nesta terça-feira (3/7) para discutir a questão, mas, até o fechamento desta matéria, não havia previsão sobre decisões. Em nota, o banco disse que "está buscando uma solução que permita continuar apoiando os projetos de energia eólica em curso, mas ao mesmo tempo privilegiar os fabricantes que atendam as exigêcias de conteúdo local estabelecidas".

Na Suzlon, que foi uma das que tiveram o cadastro no Finame suspensos, o clima é de surpresa com a decisão. O presidente da empresa, Arthur Lavieri, garante que o índice de nacionalização, de 60%, é cumprido e até ligeiramente ultrapassado pela fabricante indiana.

O executivo conta que recebeu a visita de auditores do banco nas unidades de produção da Suzlon no início de junho e que, até o momento, não recebeu nenuhma resposta sobre o resultado da análise. "Fomos comunicados que, durante todo esse processo, uma série de fabricantes teria seus cadastros suspensos enquanto aguarda-se a decisão".

Pelo relato de Lavieri, a situação na empresa é um misto de "tensão" devido à espera e à falta "absoluta" de comunicados por escrito. E de "tranquilidade" devido aos investimentos feitos no País até o momento. "Temos acalmado nossos clientes. Estamos mostrando que tentamos entrar o mais profundamento possível no País, para não ser simplesmente uma montadora, mesmo com toda dificuldade de encontrar uma cadeia produtiva eólica no Brasil", ressalta.

A Suzlon conta hoje com um centro de produção em Maracanaú, no Ceará, que compreende uma linha de produção de painéis elétricos e montagem de hubs, além de um laboratório de repotenciação de acionamentos e motores. E conta com parceiros locais, como a Aeris, que fabrica pás, e o Grupo Cortez, que produz torres de concreto.

"Entregamos um caderno de mais de 300 páginas de documentos para eles (BNDES) que mostra toda a composição de custo do aerogerador, licenças, CNPJs", resume Lavieri. Segundo ele, a Suzlon tem hoje 340MW para serem entregues - em 14 parques, todos já em obras - e que seriam prejudicados por uma eventual exclusão da empresa do Finame. Além de outros 300MW em negociação. "Isso mexe com o mercado de uma maneira brutal", lamenta o presidente.

A Vestas também foi procurada, mas não se manifestou até o momento.


26/06/2012

Consumidor pagará R$377 milhões por energia eólica que não será entregue


A novela da ICGs apresenta agora quem vai pagar pela geração de energia não transmitida pela CHESF: Os consumidores. Felizmente o Sr. Romeu Rufino lembrou o fato de que o leilão para as ICGs tratava-se de uma licitação cujas obrigações devem ser cumpridas sob pena de punição. Espera-se agora da Aneel tratamento à estatal isonômico ao dispensado às empresas privadas. Afinal o atraso em licenciamento ambiental não pode, de forma alguma, ser caracterizado como algum típo de força maior. 

Em tempo: Ameaçar de punição não é suficiente. É preciso punir. Uma punição interessante seria a proibição de participar dos próximos leilões transmissão(incluindo ICG) e também de geração de energia. 
Segue a matéria de Luciano Costa do Jornal da Energia.

Atraso em ICGs não deixará usinas enviarem produção à rede; diretores ameaçam punições à Chesf, responsável pelas instalações

O consumidor brasileiro pagará mais de R$377 milhões por uma energia que não será entregue. O cálculo foi feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e leva em conta a remuneração a parques eólicos que estão prontos, mas não terão como enviar energia à rede devido à falta de instalações de transmissão. Essas usinas, que somam 636MW, seriam conectadas a ICGs – centrais de conexão compartilhada – que deveriam ter sido construídas pelas Chesf, mas estão com atraso e deverão ser concluídas somente em meados do ano que vem.

Pelas regras do leilão de energia de reserva de 2009, no qual as plantas foram contratadas, o gerador tem a garantia da receita caso a impossibilidade de entregar a energia não seja de sua responsabilidade. Nesta terça-feira (26/6), a diretoria da Aneel decidiu os critérios para que esses investidores possam receber. Eles terão que cumprir obrigações listadas pelas áreas técnicas do regulador para mostrar que estão aptos a operar e que a não entrega de energia acontece apenas por culpa da falta de transmissão.

Em carta enviada à Aneel, a Chesf informou os prazos previstos para entrada em operação das ICGs, que serão construídas no Rio Grande do Norte, Bahia e Ceará. As datas são, respectivamente, 15 de fevereiro, 26 de agosto e 19 de julho de 2013.

O atraso, porém, pode ser maior e gerar ainda mais custos para o consumidor do que o previsto pelo regulador. Isso porque esse cronograma foi passado à Aneel pela Chesf em março. E, há uma semana, a estatal informou ao Jornal da Energia outras previsões, que apontam para 21 de junho , 13 de setembro e 21 de setembro de 2013.

O diretor da Aneel Edvaldo Santana também fez uma relação com a complementaridade entre a geração eólica e a hídrica e disse que, caso as usinas realmente entrassem em operação, o sistema poderia poupar água no reservatório das hidrelétricas. “São custos para o sistema que não estão calculados”, salientou.

As usinas afetadas pelo problema das ICGs pertencem a Renova, Dobrevê e CPFL Renováveis. Todas precisariam começar a funcionar em 1 de julho, mesma data programada para todos outros parques que venderam energia no certame de 2009.

Punição
O relator do processo referente ao imbróglio, Romeu Rufino, disse que a agência vai apurar a responsabilidade da Chesf pelo não cumprimento dos cronogramas das ICGs. A estatal alega lentidão no licenciamento ambiental para justificar as dificuldades. Mas Rufino apontou que a área de fiscalização da Aneel vai checar a situação, podendo executar as garantias depositadas pela empresa para os projetos.

Rufino apontou que mesmo eventuais multas e execução de garantias da Chesf “não chegariam nem perto” do prejuízo causado aos consumidores pela não conclusão das obras a tempo. E disse que a Aneel buscará argumentos para responsabilizar a companhia ao máximo pelo problema. Até porque a arrecadação com as multas ou garantias não seria revertida para a modicidade tarifária, o que faria com que o consumidor continuasse com o ônus.

“Ainda que os prazos tenham ficado apertados, foi uma licitação. O agente (Chesf) participou consciente do que tinha em termos de obrigação. Participou porque quis, assumiu os riscos”, justificou.