30/03/2011

Copel estuda entrada em geração de energia eólica

SÃO PAULO (Reuters) - Após sair dos limites do Paraná em 2010 e conquistar importantes ativos de geração e transmissão de energia em São Paulo e no Mato Grosso, a Copel pretende entrar no segmento de geração eólica, também fora do seu Estado de origem.
A companhia conta com "algumas dezenas de ofertas" de locais interessados em receber eventuais parques eólicos da companhia, e já existem contatos com fornecedores para que a empresa já tenha pré-contratos quando os leilões forem realizados, afirmou à Reuters o presidente da estatal paranaense, Lindolfo Zimmer.
"É desejável que a participação no leilão seja fechada com fornecedores definidos", disse. "Os custos de implantação (de uma usina eólica) estão caindo de forma acentuada... Nossa empresa não pode se dar ao luxo de ficar de fora", acrescentou.
Ele não revelou em quais locais poderiam ser construídos parques eólicos da Copel, mas disse que mapeamentos mostram o Nordeste, partes de Minas Gerais e Rio de Janeiro e sul do Rio Grande do Sul como locais propícios.
Na manhã desta quarta-feira, em teleconferência com analistas, o presidente do Conselho de Administração da empresa, Mauricio Schulman, disse que a companhia não participará de projetos que tenham taxas de retorno inferiores aos custos.
Schulman afirmou que estudos indicam que o potencial para a energia eólica no Brasil é de mais de 150 mil megawatts (MW), 50 por cento a mais do que toda a geração hídrica no país.
Fonte: Por Carolina Marcondes - Agência Reuters 30/03/2011

03/03/2011

Bioenergy espera preço na casa dos R$140 por MWh no leilão de energia eólica deste ano

Companhia vai cadastrar 450MW em parques no certame; mercado livre também é visto como alternativa para viabilizar usinas
A Bioenergy, empresa especializada em geração a partir de fontes renováveis, acredita que o próximo leilão de energia de reserva e A-3, previsto para o final do primeiro semestre deste ano, chegará ao fim com um preço médio de R$140 por MWh para os empreendimentos eólicos. Segundo o presidente da companhia, Sérgio Marques, a Bioenergy vai cadastrar 450MW em usinas no próximo certame.
O executivo, porém, afirma que, caso a tarifa fique muito abaixo do previsto, a companhia vai preferir não vender energia e esperar uma taxa melhor de rentabilidade. "Vamos estar no leilão. Se a tarifa cair muito, a empresa prefere resguardar seu portfolio", disse. Nos certames realizados em 2010, o preço médio da fonte foi de R$133 por MWh.
A declaração do presidente vem logo após a Bioenergy confirmar a contratação de 54 turbinas eólicas da americana GE, ao custo total de R$250 milhões. Os equipamentos têm como destino a construção de quatro parques: dois em Guamaré (somando 28,8MW) e dois no município de Caiçara do Norte (que totalizam 57,6MW), ambos instalados no Rio Grande do Norte.
As usinas de Guamaré, que fecharam contratos no leilão de reserva em 2009, entrarão em operação ainda em agosto deste ano. Já os parques de Caiçara do Norte, que foram contratados no Ambiente de Contratação Livre (ACL), pela Cemig, serão inaugurados em agosto de 2012.
Marques ainda adianta que já há um pré-contrato maior com a GE, que prevê o fornecimento de mais 250 turbinas. Esses equipamentos serão implantados conforme o desempenho da empresa nos próximos certames. Somando os negócios, os acordos fechados entre GE e Bioenergy chegam a R$1,4 bilhão e envolvem um total de 304 turbinas eólicas.
O executivo também não esconde a expectativa de grande competição para o próximo leilão. "Esperamos um certame difícil. Houve muitas mudanças nas regras: período de medição, raio de atuação, certificação", analisa Marques. Ele também lembra que o custo dos parques vem caindo. Até pouco tempo, gerar 1MW de energia eólica exigia um investimento de R$ 5 milhões, em média. Hoje, segundo ele, esse valor já está abaixo dos R$ 4 milhões.
O presidente da Bioenergy destaca também sobre a competitividade da energia gerada a partir do vento. Segundo ele, a eólica se encontra hoje, em termos de competição, em pé de igualdade com outras fontes. "É só você ver os resultados dos últimos leilões. As pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) não estão vendendo (energia). O gás natural está sendo negociado a R$160 por MWh", exemplifica o executivo. Ele também afirma que a energia eólica é "muito mais competitiva" que a nuclear. "Angra 3 foi contratada a R$ 180 por MWh, isso com todos os subsídios que o governo oferece: isenção de PIS, Confins e financiamento do BNDES. Eu não tenho nenhuma vantagem dessa e mesmo assim consigo negociar a um valor mais interessante para o consumidor", compara Marques.
O executivo também não poupa críticas ao governo. Para ele, o que falta para a energia eólica decolar no Brasil é um projeto de longo prazo, o que proporcionaria a continuidade dos investimentos na área. "Nosso governo erra e erra feito ao não fazer um planejamento estratégico de longo prazo. Todo ano fica essa incerteza sobre os leilões. Ficamos submetidos à política da EPE [Empresa de Pesquisa Energética], resumida a um pequeno grupo de pessoas, para decidir se haverá ou não leilão eólico. Isso não pode acontecer", afirma.
Apesar das críticas à falta de certeza sobre os leilões, que contratam energia para o mercado regulado, formado pelas distribuidoras, Marques destaca que em breve será possível viabilizar parques eólicos somente com negociações no mercado livre. Isso porque, de acordo com o executivo, o preço que os agentes pagam nesse ambiente está acima do registrado no ambiente regulado.

Concluído, parque eólico de Tramandaí aguarda apenas transmissão

Usina de 70MW no Rio Grande do Sul está em fase final de obras de subestação e montagem de LT
O parque eólico de Tramandaí, no município de mesmo nome, no Rio Grande do Sul, está com as obras civis e montagem dos equipamentos totalmente concluídas. Também já foram terminadas as obras civis da linha de transmissão que vai conectar a usina à rede. As únicas pendências são a subestação, que está 90% pronta e a montagem da LT. A previsão é de que a operação tenha início em maio deste ano.
O empreendimento, com 70MW de capacidade instalada, pertence à EDP Renováveis e teve início das obras em 15 de março do ano passado. O projeto foi viabilizado pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) do governo federal e tem contrato de venda de energia assinado por 20 anos, com início de suprimento em 2011. O investimento estimado na usina é de R$300 milhões, sendo que o BNDES financiou R$227 milhões desse total.
A EDP também divulgou nesta quinta-feira (3/3), em seu balanço, o andamento da obra da termelétrica Porto do Pecém I, que utilizará carvão mineral importado como combustível. A usina, com 725MW, comercializou energia no leilão A-5 de outubro de 2007, com início do suprimento em janeiro de 2012. A conclusão do empreendimento, porém, está bastante próxima.
Segundo a EDP, 87,7% do cronograma físico do projeto já foi terminado. Também já foram compradas 770 mil toneladas de carvão para uso em testes, comissionamento e início de operação - material que será aportado em abril deste ano.