25/01/2012

Para consultoria, armazenamento de energia será viável antes do que se esperava

Bloomberg New Energy Finance diz que tecnologia ajudará a viabilizar fontes limpas e trará avanços no gerenciamento da carga 
Um estudo da Bloomberg New Energy Finance (BNEF) divulgado nesta terça-feira (24/1) conclui que a tecnologia de armazenar energia pode estar mais próxima de se tornar viável do que se imaginava. A aposta se baseia em uma expectativa de queda nos preços de baterias nos próximos anos e no avanço do desenvolvimento de técnicas e equipamentos. 
A estocagem de eletricidade seria importante para ajudar na integração à rede de fontes intermitentes, como parques eólicos e placas solares, além de reduzir os custos para atender picos de demanda. Para a consultoria, a rápida retração nos preços da tecnologia, aliada a um suporte regulatório adequado, criaria uma oportunidade significativa para o uso desses sistemas. 
O estudo aponta que armazenamento de energia já é viável no Reino Unido para alguns nichos de agentes, principalmente para aliviar gargalos em transmissão e distribuição. A penetração dessa técnica em escala mais substancial, porém, pode acontecer em um horizonte de cinco anos. 
A reserva para uso rápido deve ser mais comum até 2014, enquanto o estoque para operação por períodos curtos pode ser viável em 2017. Já o uso da estocagem por consumidores para administrar os custos com energia pode ser economicamente vantajoso logo em 2013 para players de grande porte - e em 2016 para agentes menores. 
O que anima os especialistas é principalmente a queda no preço de baterias de íon de lítio, estimulada pelo desenvolvimento dos carros elétricos. “O custo das baterias utilizadas nesses veículos vai cair e essa tecnologia vai ser diretamente transferível para o a rede elétrica”, diz o relatório da BNEF. Hoje, um projeto em escala para baterias de lítio na rede custaria mais de US$1.000 por KWh, enquanto a previsão é de que em 2015 esse preço seja de US$600 por KWh. 
Em 2020, pela análise da consultoria, sistemas de armazenamento poderão ser utilizados em larga escala no Reino Unido por meio dos sistemas de transmissão e distribuição, dentro de parques eólicos e solares ou até nas próprias instalações dos consumidores. 
A adoção dessa tecnologia, porém, depende em nível crítico de políticas de apoio - a regulação de hoje no Reino Unido chega a até mesmo proibir as empresas de transmissão e distribuição de utilizá-la, mesmo quando há benefício para o sistema. 
Shu Sun, analisa da Bloomberg, afirma que a armazenagem poderia permitir à rede ter um percentual muito maior da geração atrelado a fontes renováveis e ajudar grandes consumidores a evitar a compra de energia nos momentos em que ela é mais cara. Sun ainda vê fundos de apoio à economia de baixo carbono e incentivos à inovação como potenciais financiadores de projetos nesse sentido.

24/01/2012

Bahia licencia 133 projetos eólicos - que somam 3.200 em potência

Com isso, estado calcula que pode alcançar 4GW eólicos no leilão de energia A-3
O Diário Oficial da Bahia publicou a emissão de licenças de localização para 133 parques eólicos a serem implantados no estado. Juntos, os projetos somam 3.200MW de potência e, se somados à carteira de usinas habilitadas anteriormente, a Bahia poderá ter 4.000MW eólicos em disputa no próximo leilão de energia nova A-3, marcado para 22 de março pelo Ministério de Minas e Energia. 
As licenças se referem à análise de viabilidade ambiental e foram emitidas pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). Mas, como o próprio governo baiano destaca, os documentos representam apenas um dos requisitos exigidos para a participação no certame. 
"As licenças são um resultado do esforço conjunto das secretarias de meio ambiente e da indústria, através da sua Comissão Técnica de Garantia Ambiental (CTGA)”, afirma o secretário da Indústria, Comércio e Mineração baiana, James Correia. Ele acrescenta que, caso todos os projetos sejam habilitados, é provável que a Bahia garanta a maior participação no certame. 

Potencial 
Atualmente, a Bahia tem 57 projetos de energia eólica previstos para serem instalados. Os empreendimentos somam aproximadamente R$ 6,5 bilhões em investimentos e têm previsão de gerar entre 400 e 600 empregos na fase de operação. Quando os parques estiverem operando vão acrescentar aproximadamente 1.418 MW à rede elétrica. 
A previsão é que até setembro de 2012, 18 parques estejam em pleno funcionamento no Estado. As usinas eólicas foram contratadas nos leilões de fontes alternativas e de reserva realizados pelo governo nos últimos três anos.

19/01/2012

Situação da CEA põe em risco cronograma de eólicas

Por Luciano Costa - Jornal da Energia
Inadimplência da companhia do Amapá, que participou de leilão de 2010, coloca entraves a financiamentos do BNDES para usinas
Os problemas financeiros da CEA, estatal de energia do Amapá que soma dívidas e inadimplência junto ao setor, começa a ameaçar não só seus credores, mas também a expansão da matriz brasileira e outros investidores. Isso porque a situação da companhia impede que ela possa assinar os contratos de compra e venda de energia fechados nos leilões promovidos pelo governo. Em 2010, por exemplo, a estatal comprou 26% da produção futura das usinas que participaram do certame de fontes alternativas. Foram mais de 400MW, sendo 90% de parques eólicos.
A impossibilidade de assinatura dos contratos acontece devido ao fato de a CEA não ter sequer contrato de concessão, uma vez que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) pediu a caducidade da autorização da companhia ainda em 2007. A empresa também não é agente da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), pois faz parte dos sistemas isolados. "A CEA é inadimplente no setor. Ainda que ela assinasse um contrato, o BNDES não aceitaria. O banco considera qualquer coisa que a empresa assinar como um crédito podre", explica Élbia Melo, presidente-executiva da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).
A entidade que reúne os investidores na geração a partir dos ventos tem acompanhado atentamente a questão. Os parques do leilão de 2010 precisam iniciar a operação em janeiro de 2013 e, como os empreendedores acabaram travados no BNDES, há o risco de atraso. "O contrato é um recebível para o empreendedor, e ele leva isso no BNDES para conseguir o empréstimo. Aí o BNDES não liberou esses recursos referentes ao montante da CEA, que é uma quantia razoável. Isso vai reduzir a quantidade de dinheiro que as empresas podem pegar no banco", detalha Élbia.
Parte dos empreendedores tem conseguido se virar com recursos próprios, aportes de fundos ou até mesmo empréstimos-ponte. Mas algumas companhias ainda estão à espera dos recursos do banco, o que compromete os cronogramas. A executiva da Abeeólica lembra que o parque de Cerro Chato (90MW), da Eletrosul, o primeiro viabilizado em leilão a gerar, levou cerca de um ano e meio para ficar pronto.
Para resolver o assunto, a Abeeólica teve reuniões com Aneel e Ministério de Minas e Energia. Élbia admite que "houve falha" do governo e da agência em não perceber antes que a entrada da CEA nos certames poderia causar problemas. Mas diz que uma solução está próxima. A ideia seria desclassificar a CEA da licitação de 2010 devido à inadimplência. Com isso, os contratos da empresa seriam distribuídos entre as demais concessionárias. "O processo está dessa forma e a decisão vai ser tomada em uma reunião de diretoria, esperamos que ainda neste mês. Já está nas mãos do relator, o diretor Julião Coelho".
O presidente da CEA, José Ramalho, garantiu na semana passada, em conversa com o Jornal da Energia, que a empresa passou a honrar seus compromissos, o que poderia dar maior tranquilidade aos novos credores. Para Élbia Melo, "o problema estrutural da CEA tem que ser resolvido, o que leva tempo", mas é preciso preservar o mercado. "As empresas tinham que ter pego o dinheiro do BNDES no ano passado para fazer os parques. As usinas precisam operar em janeiro (de 2013) e nem sequer conseguiram os empréstimos", lamenta.
O Ministério de Minas e Energia afirma, por meio da assessoria de imprensa, que "a responsabilidade sobre os leilões é da Aneel". A pasta, porém, se preocupa com o problema e enviou, em 27 de dezembro, uma carta em que pede que o órgão regulador resolva a questão o quanto antes.

05/01/2012

Aneel aponta 8,8GW em usinas atrasadas e sem previsão de operação; quase 1GW é de eólicas

Relatório de fiscalização da agência tem térmicas como maiores vilãs, com 4,3GW em projetos com problemas de cronograma
O último relatório de fiscalização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que data do final de dezembro, aponta que 8.845MW em projetos de geração estão com problemas de cronograma e sem previsão de entrada em operação. Desse total, 4.600MW são vistos como empreendimentos com "graves restrições" e apontados em vermelho no documento. Tais complicações podem ser decorrentes de fatores como suspensão do processo de licenciamento, demandas judiciais, solicitação de rescisão amigável do contrato de concessão ou até mesmo declaração de inviabilidade de execução devido a questões ambientais. 
De acordo com os dados, as maiores vilãs são as termelétricas, que respondem por quase metade das usinas sob risco de não cumprir os prazos estabelecidos. Entre as plantas a combustíveis fósseis, são colocados pela agência reguladora 2.328MW como sem qualquer previsão de início da geração de energia. Outros 499MW estão também sem data para entrar, mas somente com a luz amarela ligada - o que representa entraves como falta de licença ambiental, obras não iniciadas ou contrato de combustível indefinido. 
Nas geradoras a biomassa, são enumerados 1.312MW em usinas com problemas e 243,2MW com restrições graves, somando 1.555MW sem expectativas de cumprimento do cronograma. Aparecem nessa lista seis projetos do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) que representam 137MW em potência. Essas usinas, enquadradas no programa do governo federal, teriam garantida a venda de energia por 20 anos para a Eletrobras. 
Entre os parques eólicos, que ultimamente são vistos como as "meninas dos olhos" do setor, há 990MW com indícios de atraso, sendo 562MW vistos como casos mais complicados. Esse número, porém, está concentrado em três usinas com problemas, como a de Quintanilha Machado, no Rio de Janeiro, que pediu rescisão de contrato amigável junto ao Proinfa. Já os outros 427MW para os quais a Aneel alerta se dividem entre 125 empreendimentos. 
As hidrelétricas apresentam também complicações, com 2.315MW sem projeções para geração de energia. Desses, 681MW são mais problemáticos. A maior parte dos apontamentos no relatório da Aneel, porém, é de usinas licitadas no modelo antigo do setor elétrico e que estão travadas devido a problemas ambientais - como as UHEs Pai Querê, Couto Magalhães e Itaocara. 
Das plantas licitadas mais recentemente, apenas Teles Pires, Colíder e Santo Antônio do Jari são vistos com restrições, mas, ainda assim, com a expectativa de cumprimento dos prazos e, até mesmo, de antecipação.
Já nas hidrelétricas de pequeno porte, as PCHs, aparecem 1.156MW sem expectativas de conclusão, dos quais 784MW com entraves maiores. Dessas, três são usinas do Proinfa, todas vistas como com graves complicações e somando 32MW com a luz vermelha acesa. 
Somando todas as fontes, o levantamento da Aneel prevê a entrada em funcionamento de 10.745MW em novas usinas ao longo de 2012. Em 2012, devem ser outros 10.886MW a começar a geração. Ao todo, o relatório contempla 50.625MW em projetos fiscalizados, com operações previstas entre 23 de dezembro de 2011 e o final de 2019.

01/01/2012

2012 - Ano do Mercado Livre de Energia


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A campanha 2012 - Ano do Mercado Livre de Energia tem o objetivo de valorizar as contribuições que o mercado livre de energia elétrica oferece à economia brasileira, ampliando o conhecimento sobre diversos aspectos do seu funcionamento a vários segmentos da sociedade, além de propor aprimoramentos regulatórios e de mecanismos de gestão, de modo a potencializar benefícios para todos: governo, indústria, comércio e consumidores.


A campanha é uma realização das associações Abeeólica (energia eólica), Abiape (investidores em autoprodução de energia), Abrace (grandes consumidores industriais de energia e consumidores livres), Abraceel (comercializadores), Abragel (geração de energia limpa), Abragef (geração flexível), Abraget (geração térmica), Anace (consumidores de energia) e Apine (produtores independentes e  geradores de energia elétrica).

Empresas que pagam acima de R$ 50 mil na conta de energia elétrica podem escolher sua fornecedora de energia e obter em média 15% de economia. Para saber mais, acesse www.anomercadolivre.com.br

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