31/10/2011

OCDE vê entraves em licenças e forte presença estatal no setor elétrico brasileiro

Organização afirma que País enfrentará grande desafio para expandir a geração no mesmo ritmo da demanda
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada por 34 países, acredita que o setor elétrico brasileiro tem como maior desafio a necessidade de aumentar a capacidade de geração de energia para atender a uma demanda "que deve crescer rapidamente nos próximos anos". A opinião aparece em um estudo que se debruça sobre números da economia do Brasil e elogia os progressos sociais - ao mesmo tempo em que alerta contra a inflação e sugere mudanças estruturais, como a reforma previdenciária.
Para a OCDE, "as autoridades devem investigar a prática de subsídios cruzados no setor de energia e, em função dos resultados das apurações, proibir a atuação de empresas de distribuição e de geração pertencentes ao mesmo grupo". Outro fato que chama a atenção dos especialistas do órgão é a força da estatal Eletrobras, que tem participado de todos os leilões de geração. Para a organização, o governo precisa avaliar se não há a necessidade de abrir mais o setor para os investimentos privados.
O relatório também aponta que "o licenciamento ambiental deve ser simplificado", embora admita "muitos progressos". Segundo o documento, o País é um dos únicos a ter três etapas: licença prévia, licença de operação e licença de instalação, sendo que cada uma delas "oferece oportunidades para terceiros moverem ações na Justiça". Para a OCDE, a questão "tem ocasionado incertezas, prazos longos e altos custos de transação", "especialmente no setor de energia".

24/10/2011

Parque eólico do Proinfa inicia operação comercial em Santa Catarina

Usina Bom Jardim, da Energimp, soma 30MW em potência instalada, divididos em 20 aerogeradores
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) liberou nesta segunda-feira (24/10) a operação comercial do parque eólico Bom Jardim, instalado em Bom Jardim da Serra, Santa Catarina.
Por meio de despacho no Diário Oficial da União, o órgão regulador autorizou a geração a partir de 22 de outubro das 20 turbinas da usina. Cada máquina soma 1,5MW de potência, totalizando 30MW de capacidade.
A planta pertence à Energimp, companhia formada por uma parceria entre a argentina Impsa e o FI-FTGS. O projeto foi viabilizado por meio do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) do governo federal. As usinas enquadradas no Proinfa têm até 31 de dezembro deste ano para iniciar a operação.
Nota do Blog: Quando se fala em projetos do Proinfa pode se manter a última frase da notícia guardada. O prazo é 31 de dezembro. Não importa de que ano.  

04/10/2011

Bahia fala em energia solar a R$150 por MWh e pede entrada da fonte em leilões

Secretário também afirma que mais empresas de energia eólica estão perto de fechar instalação no Estado
A secretaria de Indústria, Comércio e Mineração da Bahia está em contato com diversos empreendedores do setor elétrico interessados em se instalar no Estado. Após assinar um memorando de intenções com a GE, que produzirá turbinas eólicas na região, o secretário James Correia revela que investidores da geração solar também estão sondando fortemente a região. Segundo ele, o interesse é tanto que o governo irá se empenhar em convencer o Ministério de Minas e Energia a abrir os próximos leilões para a participação da fonte.
"Achamos que alguns projetos já podem ser competitivos na casa dos R$150 por MWh. Então, por que não deixar participar, qual é a restrição? Defendo essa liberação o mais rápido possível", explica Correia. Segundo ele, esse número, muito mais baixo que os valores que têm sido apontados no mercado para a energia solar, não é uma estimativa do governo, mas de gente da área. "Tem empreendedor nos procurando e dizendo que está com projetos nesse preço.Até em função da conjuntura. Você tem um mercado com dificuldades na Europa, nos Estados Unidos, e quem tem linha de produção montada está disposto a produzir por preço menor".
O secretário lembra o caso da energia eólica, que enfrentava resistência e, após começar a aparecer em leilões, teve o preço em queda livre, chegando a patamares abaixo dos R$100 por MWh. No primeiro certame envolvendo a fonte, agentes falavam que não seria possível viabilizar usinas abaixo de R$180 por MWh. "O governo tem que abrir. Não cabe julgar se (as usinas) vão ter preço (baixo) ou não. O leilão é para isso", argumenta Correia.
Para o representante do governo baiano, a viabilização dos primeiros projetos é importante para atrair os fabricantes para o País, uma vez que, por enquanto, o interesse em se instalar no Estado tem sido mais de usinas do que de fornecedores. "Tem que ter mercado. A própria energia eólica só foi desenvolver fábricas quando começaram os leilões, três anos atrás. Com a solar a mesma coisa. Você não vai conseguir atrair fábrica para cá sem ter uma política de contratação. Só um louco viria", brinca o secretário.
Indústria eólica aquecida
Grandes nomes da indústria como Gamesa, Alstom e GE já comunicaram a escolha da Bahia como sede para fábricas no Brasil. E, de acordo com Correia, os anúncios não vão parar por aí. Ele adianta que "duas grandes empresas" estão próximas de fechar acordos com o governo para produzir aerogeradores localmente. E outros agentes da cadeia do setor, como produtores de pás e torres, também estão na mira.
"A Andrade Gutierrez está vindo fabricar aqui torres de concreto de até 100 metros e uma empresa espanhola vai fabricar torres metálicas. Estamos avançando a cadeia aqui", afirma. Correia destaca que o governo tem assinados protocolos de intenção para receber 20 mil MW em projetos eólicos. Considerando-se um custo de investimento médio de R$4 milhões por MW instalado, o Estado calcula que pode receber R$80 bilhões em empreendimentos.
"Temos um mercado definido. Posso dizer que a Bahia é a bola da vez na energia eólica: tem o maior mercado, os melhores ventos, e tem atraído uma série de empresas para cá por causa disso", comemora o secretário do Estado.

03/10/2011

Abengoa e Banco Santander vão construir parques eólicos no Brasil

Grupos espanhóis formam joint venture para a instalação de três usinas no Ceará que somarão 64MW de potência
A elétrica Abengoa e o Banco Santander firmaram uma joint venture para a construção e operação de três parques eólicos no Ceará. As companhias, ambas espanholas, viabilizaram essas usinas, que somam 64MW de potência, no último leilão de energia promovido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em agosto.
Com expertise no setor elétrico brasileiro, a Abengoa será a responsável pela construção, operação e manutenção das plantas durante os vinte anos de concessão. Segundo comunicado da companhia, as usinas produzirão energia suficiente para abastecer 200 mil pessoas e evitar a emissão anual de mais de 400 mil toneladas de CO2 na atmosfera.
A Abengoa ainda destaca que, em março, já havia acertado a entrada no mercado eólico do Uruguai. Na ocasião, a companhia viabilizou a construção de um parque de 50MW na localidade de Peralta, em Tacuarembó, por meio de leilão promovido pela UTE, a estatal local de energia.