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05/09/2023

Brazil Windpower 2023 traz a temática da Política Industrial Verde e Novas Tecnologias e Inovação

A 14ª edição do Brazil WindPower, o maior evento de energia eólica da América Latina, acontecerá de forma híbrida de 12 a 14 de setembro no pavilhão da São Paulo Expo, em São Paulo. Este evento é uma realização do Grupo CanalEnergia by Informa Markets, em parceria com a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) e o Conselho Global de Energia Eólica (GWEC). Para este ano, o Brazil WindPower se superou, expandindo-se para mais de um pavilhão e três arenas de conteúdo simultâneas. Além disso, contará com a participação de mais de 90 empresas expositoras e aproximadamente 30 patrocinadores.


Uma das novidades desta edição é a Arena Ocean Winds Offshore, que estará dedicada à energia eólica offshore e às novas tecnologias, incluindo o hidrogênio verde. Há uma expectativa positiva em relação ao Brasil aproveitar nos próximos meses os marcos legais para a geração de energia eólica offshore e o hidrogênio verde. No Congresso Nacional, estão em tramitação três projetos de lei que buscam regular a geração de energia eólica offshore, sendo o mais promissor deles o PL 576/2021. Adicionalmente, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) já recebeu 74 pedidos de licenciamento ambiental para projetos eólicos offshore, que, juntos, somam uma potência de 183 gigawatts (GW).



Nesta edição, os participantes terão ainda mais oportunidades de aprendizado, com atrações simultâneas em três palcos distintos. No primeiro dia, 12 de setembro, o tema central será "Transição Energética Justa". No dia 13, o evento abordará a "Política Industrial Verde" e, no último dia, o enfoque será em "Novas Tecnologias e Inovação".


Uma outra inovação importante é a introdução do Prêmio Estande Sustentável 2023, que tem o propósito de reconhecer as marcas que apresentarem os estandes mais sustentáveis durante o evento. Para concorrer a esse prêmio, as empresas expositoras precisam preencher um questionário que detalha as práticas sustentáveis implementadas em seus estandes.

O Brazil Windpower conta com patrocínio platina de empresas como Fugro, Goldwind, Schneider Electric, Siemens Gamesa e TEN. Além disso, tem patrocínio ouro de Edp Renewables, Hine, New Wind, Nordex, Statkraft, Vestas e WM; patrocínio prata de Dois A, Grupo Cortez, Senai e Techwind; e patrocínio Bronze de Campos Melo Advogados, Construtora Gaspar Mingyang, Omexom, Onyx Insight, Ramboll, Simm, Tecnogera, Voltalia e Weg. Também há o patrocínio Alumínio de Forte Fixadores, Gel, Hitachi, YMS e SGS.


O Brazil WindPower é um evento essencial para profissionais e entusiastas do setor de energia eólica e renovável no Brasil e na América Latina. Com a inclusão da Arena Ocean Winds Offshore e um foco renovado em questões como transição energética, política industrial verde e inovação, esta edição promete ser particularmente relevante para o futuro da energia eólica no país.

Não perca a oportunidade de participar deste evento que impulsiona a discussão sobre o futuro da energia eólica no Brasil e contribui para a transição para fontes de energia mais sustentáveis.



20/03/2014

É um absurdo, diz Rufino sobre atraso na ICG Ibiapina,da Chesf


Mais um exemplo do problema que persiste e mancha a reputação da fonte na matéria de Wagner Freire para o Jornal da Energia. 

Linha, de responsabilidade da estatal, se quer iniciou as obras de implantação 

Em mais um processo de concatenação de cronograma, o diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Donizete Rufino, demonstrou indignação ao saber que a ICG Ibiapina, no Ceará, sequer iniciou as obras de implantação. "A Chesf nem começou? É um absurdo", disse com surpresa, ao ser informado que a ICG Ibiapina também é uma concessão de responsabilidade da estatal Eletrobras.

Por causa do atraso na ICG, a Aneel se viu obrigada a concatenar o cronograma de operação comercial de cinco centrais eólicas da Energimp, vencedoras do 2º Leilão de Fonstes Alternativas (LFA) em 2010.

Aliás, não é a primeira vez que as eólicas Ventos do Parazinho (30MW-CE), Vento Formoso (30MW-CE), Ventos de Tianguá Norte (30MW-CE), Morro do Chapéu (30MW-CE) e Ventos de Tianguá (30MW-CE) têm suas datas de entrada em operação alteradas. O início de suprimento original era janeiro de 2013. Porém, um atraso no processo de licitação da ICG imputou uma postergação da operação das geradoras para setembro de 2013.

Acontece que, segundo a Aneel, até o momento a linha sequer teve suas obras iniciadas. A expectativa é que a ICG esteja pronta somente no final de fevereiro de 2015. Se o novo cronograma for respeitado, significa que as usinas vão entregar energia 25 meses depois do prazo inicialmente planejado no leilão em 2010.

Para o relator do processo, o diretor da Aneel José Jurhosa, a compatibilização dos prazos é o melhor a se fazer, pois atende ao interesse público na medida em que evita que o consumidor pelos contratos de sem ter a possibilidade de receber energia.

Vale observar que as centrais geradoras também não estão com suas obras concluídas. "No geral, o dano menor talvez seja o da concatenação, dado que mitiga o problema do atraso da ICG. O bem da verdade é que esse é um cenário absolutamente ruim. Todo mundo atrasou, ninguém cumpriu a sua obrigação contratual", desabafou Rufino. "De uma forma mais ou menos acentuada, acaba que o consumidor não tem acesso à energia que ele contratou a um preço mais baixo", completou.

Diante dos fatos, a diretoria da Aneel decidiu por concatenar a entrada em operação das cinco centrais eólicas com a operação da instalação de transmissão. Determinou que no prazo de 60 dias após a disponibilização da ICG os parques estejam em operação comercial. Afastou qualquer penalidade à Energimp. Postergou o pagamento de encargos pelo uso do sistema de transmissão e garantiu a validade do contrato de fornecimento pelo período de 20 anos contados a partir da entrada em operação comercial das geradoras.

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20/02/2013

Uma alternativa para a questão das ICGs


O artigo abaixo é de autoria de Mauricio Dester. Por deferência gostaria de apresentá-lo no início e não ao final do artigo(como na publicação original). Acredito que desta forma valorizamos mais ainda as ideias por ele apresentadas. 

Mauricio Dester é graduado em Engenharia Elétrica (Unicamp-FEEC, 2001), mestre em Engenharia Elétrica, linha de pesquisa em Estabilidade de Tensão (Unicamp FEEC, 2006), doutor em Planejamento de Sistemas Energéticos, linha de pesquisa em Política Energética (Unicamp-FEM, 2013). Trabalha em Furnas, na área de Operação de Sistemas de Energia Elétrica, há 30 anos.

Mauricio Dester tem uma visão deste assunto muito parecida com a deste blogueiro. Seu artigo trata de forma muito justa as intenções originais da inclusão das ICG's e não poupa argumentos à necessidade de maior planejamento e agilidade por parte dos envolvidos na licitação e implantação das instalações compartilhadas. Reconhece ainda a incapacidade do Estado de prover obras estruturantes em curto prazo e oferece uma solução interessante de passagem de responsabilidade ao empreendedor sem para isto criar mais entraves à iniciativa privada. Acredito, no entanto, que ainda estamos distantes de obter a necessária integração entre empreendedores para que a "SPE da ICG" opere de forma satisfatória. 

Confesso que sobre este tema tenho mais dúvidas que certezas: 
  • Como o empreendedor poderia prever o seu custo de ICG na tarifa? 
  • Como ANEEL e EPE podem auxiliar na correta avaliação destes empreendimentos evitando elevação exagerada na tarifas?
  • Cabe uma nova regulamentação para este procedimento? 
  • Como proteger o investimento dos empreendedores na transmissão diante da possibilidade de que, sob a justificativa do menor custo global, outros empreendedores possam aproveitar-se da capacidade de transmissão extra reservada aos futuros projetos dos empreendedores envolvidos? 

Apesar dos questionamentos, acredito que a ideia tem viabilidade. Meu sincero agradecimento ao Maurício por seu artigo muito esclarecedor. Convido a todos para ler e opinar sobre o tema. Segue o artigo postado originalmente no Jornal da EnergiaBoa leitura.  

Para estimular a integração da geração distribuída (GD) ao Sistema Interligado Nacional (SIN), foi instituída a figura das instalações compartilhadas de geração (ICGs). Trata-se de um mecanismo destinado a viabilizar os projetos de GD, do ponto de vista técnico e econômico. Este mecanismo, contudo, não representa uma solução de compromisso com os aspectos de estabilidade e confiabilidade do SIN e não foi estruturado de forma a incorporar uma visão de longo termo para a questão da GD.

Como consequências do modelo adotado, nota-se um descompasso entre a entrega para operação das ICGs e as usinas que delas farão uso. Por exemplo, em 2009, no primeiro leilão exclusivo para a energia eólica, foram contratados 1.841 MW de potência instalada. Deste montante, 622 MW estão entregues para operação, todavia impossibilitados de gerar devido às respectivas ICGs ainda não estarem concluídas. O problema tende a se agravar, pois existem discrepâncias entre os cronogramas de conclusão de novas usinas e suas respectivas ICGs. Estes fatos são resultado de uma visão segmentada no processo de planejamento da expansão e que repercutirão de forma negativa na operação do SIN, seja nos aspectos econômico, seja naquelas relacionados à segurança, confiabilidade e ao meio ambiente. 

A saída para esta questão passa por uma mudança na forma de contratação das ICGs. Uma possível solução é integrar o empreendimento de uma determinada ICG às usinas que se conectarão a ela e delegar o ônus e a responsabilidade do projeto e construção desta ICG aos agentes proprietários das usinas que farão uso da ICG. Certamente estes agentes devem avaliar os custos que lhe caberão, em função desta responsabilidade, para que o lance realizado no leilão considere estes custos. Entrando no detalhamento da proposta, deve haver a constituição de uma SPE pelos agentes usuários, cujas participações devem ser estabelecidas previamente, em relação ao leilão. Esta SPE será a responsável, de fato, pela ICG. Os critérios para divisão do aporte de capital para a constituição da SPE devem estar atrelados ao montante de energia contratado pelas respectivas usinas usuárias da ICG. Deve ainda regulamentar-se a liberação da entrada em operação destas usinas, que somente deve aceita se a respectiva ICG estiver também liberada. Mesmo procedimento deve ser adotado com a conexão da usina até a ICG, assim como em relação à conexão desta até a rede básica. Para aumentar ainda mais a segurança no que concerne à disponibilidade da ICG no prazo certo, a parte do capital destinado a SPE e suficiente para a conclusão da ICG pode ser requerida em conjunto com o depósito de garantias para a participação dos leilões.

Após o comissionamento, a ICG deve, então, ser doada para o agente proprietário do ponto de conexão à rede básica. Este, por sua vez, passa a ser, a partir de então, responsável pela operação e manutenção da ICG, sendo remunerado por meio de uma RAP correspondente e devidamente dimensionada considerando esta situação específica. Seria algo semelhante do que já se pratica no que se refere ao acesso à rede básica por consumidores livres. A partir deste momento a SPE pode ser dissolvida, uma vez seu propósito já ter sido alcançado. Alguns cuidados especiais devem ser tomados, por parte do órgão de planejamento. Um deles é requerer no projeto da ICG a possibilidade de serem efetuados reforços, de forma que se possa prover conexão a empreendimentos futuros de GD, já previstos ou com potencial de se efetivarem na região onde a ICG estiver localizada. Esta proposta pode impactar nos valores da energia comercializada nos leilões, entretanto há que se contrapor este ônus com aquele que pode advir da não disponibilidade da energia elétrica e que hoje já é arcado pelos consumidores ligados ao SIN.


22/01/2013

Brasil constrói usinas eólicas, mas não tem como distribuir energia


As notícias veiculadas há pouco mais de seis meses na imprensa especializada agora aparecem nos jornais, portais, revistas. Provavelmente se trata de repercussão da matéria do Fantástico. Vejam a matéria do Portal Região Nordeste disponível na Abeeólica.

Neste ano 50 novas usinas de produção de energia elétrica com a força dos ventos ficam prontas, mas não podem produzir e ainda recebem dinheiro do governo. Isso porque, por falta de planejamento, não existe a rede para levar a eletricidade para o sistema de distribuição nacional. 

As usinas são montadas por empresas privadas, que venceram os leilões do governo.

Vinte e seis delas já estão prontas, mas as hélices de geração ficam travadas, porque não tem como levar a energia para a casa do consumidor. 

A rede de distribuição é construída pela estatal Eletrobras, que enfrenta toda a burocracia das empresas públicas e ainda alega dificuldades no licenciamento ambiental. 

Se essas usinas já estivessem funcionando, o consumidor brasileiro não precisaria pagar os 150 milhões de reais gastos por mês, para manter as termelétricas a gás, a óleo e carvão, ligadas, como está ocorrendo. 

As geradoras de energia pelo vento que já estão prontas ainda recebem do governo, pois a parte delas foi honrada, conforme determina o contrato.

Abaixo alguns posts antigos deste blog com detalhes sobre o assunto: 


Consumidor pagará R$377 milhões por energia eólica que não será entregue (Avaliações de consultores do mercado falam de um total de R$ 1 bi)



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14/01/2013

Resumo do ano 2012: Erros de Energia

Depois do que ocorreu no A-5 de 2012, da complicações criadas pela MP-579 e da sucessão de matérias com mais de seis meses de atrasos (já havia citado aqui) sobre os atrasos nas linhas de transmissão e real ameaça de racionamento pensei em escrever algo resumindo tudo que acontece em linguagem didática. Aí a Miriam Leitão fez antes e ficou do jeito que eu pensava fazer. 

Então segue o artigo publicado no O Globo.


Agora em 2013, entrariam em operação 6.000 MW de energia de térmicas que foram arrematadas num leilão de 2008 para entrega em cinco anos. Foram todas vencidas por um grupo neófito, que migrou da pecuária para a geração térmica com incentivo, benção e financiamento do BNDES: o grupo Bertin. O governo não exigiu conhecimento na área. O país perdeu.

O caso Bertin foi um fracasso no setor de geração e deu com os bois e os burros n’água. Ele não conseguiu fazer o que arrematou e devolveu os projetos. Se o setor de energia tivesse exigido experiência do grupo que venceu os leilões, se tivesse havido noção de que aquela concentração era perigosa, o país poderia ter mais 6.000 MW entrando agora.

No ano passado, havia quem no Operador Nacional do Sistema quisesse começar a usar as térmicas mais baratas, as movidas a gás, para poupar água nos reservatórios. Mas prevaleceu o entendimento de que se chovesse bastante no período de chuvas seria recomposto o nível das barragens.

O governo resistiu o quanto pôde a entrar nas outras fontes renováveis, como eólicas. Quando o mundo já investia pesado nessa fonte, para mitigar os efeitos das mudanças climáticas, o governo dizia que era caro demais. Quando, enfim, decidiu levar essa fonte mais a sério, o preço caiu, como acontece sempre em economia de escala. Parte dos parques eólicos, no entanto, está sem interligação por falta de linhas de transmissão. Hoje, há o mesmo desprezo por energia fotovoltaica. E, contudo, ela vai se firmando como uma das opções para compor uma matriz diversificada como tem que ser.

Quando se fala que faltou planejamento, é disso que se trata. Esses três exemplos ilustram a falta de um comando no Ministério das Minas e Energia que tome providências certas no tempo exato.

Nas crises, as autoridades culpam “problemas ambientais” pelos atrasos. É como se o meio ambiente fosse um estorvo. Consórcios, empresas, governo não cumprem determinações do licenciamento e depois culpam as decisões judiciais. O que é necessário é levar sempre em consideração a variável ambiental na hora de fazer as escolhas e cumprir o exigido e assinado nos contratos.

Nas crises, aparecem todos os lobbies de volta. O setor elétrico é fragmentado em interesses os mais diversos. Tem os barrageiros, que acham que a solução será sempre hídrica. O problema aí é que o potencial remanescente está cada vez mais fundo na floresta e os custos não estão bem avaliados. Custos financeiros e fiscais, além dos ambientais e sociais. Uma hidrelétrica a dois mil quilômetros dos centros de consumo exigirá esforço enorme e caro em linhas de transmissão. Já apareceram defensores de se refazer o projeto de Belo Monte na forma original, com cinco hidrelétricas que inundariam uma enormidade no meio da mata. E há sempre os que defendem a nuclear.

O que é preciso perguntar é se é o melhor continuar apostando tanto em energia hidrelétrica, quando os regimes hídricos estão ficando cada vez mais imprevisíveis, e o Brasil já depende enormemente da energia das águas.

Reapareceram também defensores de usinas a carvão, que é a mais suja das fontes de energia, e os projetos que foram abandonados depois de 2009 eram em sua maioria dependentes de um carvão importado da Colômbia.

Se chover muito, acima da média, nos pontos certos de Minas Gerais, o Brasil poderá respirar aliviado, mas o país não pode ir de susto em susto. Precisa diversificar sua matriz com uma inclinação a favorecer as fontes mais limpas, não por exigência de movimentos ambientais, mas porque isso é mais sensato em tempos de mudança climática.


17/10/2012

Desserviço ao meio ambiente: ONS despacha 2.100 MW de térmicas a óleo para manter nível-meta.



Procuradores do MP de várias regiões do Brasil criam obstáculos à crescimento da oferta de energia renovável brasileira. A restrição não discrimina as fontes embora atue de forma regional. No Ceará, as eólicas são as perseguidas. No Paraná, as PCHs são combatidas pelo MP do estado. No plano nacional as UHEs são as grandes vilãs. Fazem isto nome do interesse público e da preservação do meio-ambiente.  

A matéria do Canal Energia mostra um dos resultados da pauta ambientalista. Serão descarregados na atmosfera CO2 a um ritmo de mais de 30.000 toneladas por dia. (Suape II emite 6.000 tonCO2/dia para 380 MW). Há modos de evitar este consumo com energia renovável através de grandes barragens ou mesmo com o aumento da garantia física pela construção de PCHs e ou Eólicas(não ajudam muito pois são intermitentes). No entanto, mesmo as hidrelétricas a fio d'água não conseguem sair do papel.

Obviamente o fato não se deve apenas ao resultado das ações dos MPs pelo país. Vale, entretanto, como reflexão sobre a diferença entre uma análise crítica e lógica das opções para o crescimento do país e a simples gritaria baseada em uma pauta que, muitas vezes, é puramente política. 

O conteúdo do Canal Energia não pode ser reproduzido sem autorização prévia. Para lera a matéria  de Milton Leal, clique aqui

23/07/2012

De 1,8GW do leilão eólico de 2009, apenas 370MW entram em operação no prazo



O fato só reforça a urgência da resolução dos problemas estruturais brasileiros. Some-se a isto a cultura brasileira de deixar tudo para a última hora, a insegurança jurídica criada pelas regras que mudam o tempo todo e só se definem quando suas consequências já geraram atrasos.


Falta de transmissão impede 646 MW de gerar; outras usinas devem estar prontas até julho de 2013

Em 2009, o setor elétrico comemorou o sucesso do primeiro leilão de energia realizado pelo governo exclusivamente para contratação de parques eólicos. No entanto, dos 1.841MW comercializados naquele certame, apenas 370MW em usinas já são uma realidade e estão gerando eletricidade para o sistema.

Conforme balanço feito pela Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), a pedido do Jornal da Energia, há ainda outros 646 MW prontos para operar, mas impedidos de fazê-lo pela ausência de linhas de transmissão. Essas linhas, as chamadas ICGs, estão a cargo da Chesf e devem ficar prontas só no ano que vem. Outros 703,7 MW estão fora do cronograma original, que previa início de operação em 1 de julho de 2012.

Como exceção, há os parques de Icarai I e II, Taiba Aguia, Taiba Andorinha e Colônia. Esses projetos, que somam 121,8MW no Ceará, receberam aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para postergar a entrada em operação. Nestes casos, a agência entendeu que houve demora na emissão dos atos de outorga, alteração das características de transmissão, bem como mudança de política governamental de financiamento.

Isso porque os empreendimentos, da Energio, estavam aprovados pelo Banco do Nordeste, mas tiveram que ser redirecionado para o BNDES, que exige um índice maior de nacionalização. Esses fatores fizeram com que a Aneel transferisse as datas, que agora variam entre novembro e dezembro deste ano.


Dos atrasados
Dos 703,7 MW que estão fora do cronograma, a previsão de operação comercial mais distante é do parque eólico de Araras, de responsabilidade da Energimp. A usina tem início de geração esperado para julho de 2013, um ano depois da data original. O empreendimento tem 30MW e está construção no Ceará.

Outros, como Osório 2 (24MW, RS), Sangradouro 2 (26MW, RS) e Miassaba 3 (50,4MW, RN), são os mais próximos de operar. Em relatório, a área de fiscalização da Aneel esperava que essas usinas começassem a funcionar em junho, mas a expectativa não foi cumprida até o momento. Os dois primeiros são de responsabilidade da Elecnor-Enerfin, enquanto o último é de sociedade de propósito específico (SPE) formada por Eletronorte, Furnas, Bioenergy e J. Malucelli.

No relatório obtido pela reportagem não são colocadas as causas dos atrasos. A única menção está relacionada ao licenciamento ambiental, mas a Abeeólica explica que "cada empreendedor possui seus motivos para atraso" e que alguns, inclusive, já têm pedido postergação dos prazos para a agência reguladora.


19/06/2012

Desenvix coloca três parques eólicos para operar em testes


Esta obra teve conexão por conta do empreendedor em derivação de linha de transmissão 230 kV da CHESF. Salvo informação em contrário, todas as obras foram realizadas sob responsabilidade do empreendedor. Dependeu, no entanto, de negociação com a CHESF para que a conexão fosse realizada de acordo com o padrão e procedimentos da concessionária. Tivesse optado por ICG, a Desenvix estaria na mesma situação dos demais empreendedores. Vejam a notícia da redação do Jornal da Energia

Usinas na Bahia somam 95MW em potência instalada e foram viabilizadas por leilão de 2009

 A Desenvix recebeu autorização da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para colocar em operação, em fase de testes, três parques eólicos construídos na Bahia. As usinas Novo Horizonte (30MW), Macaúbas (35MW) e Seabra (30MW), todas em Brotas de Macaúbas, somam 95MW distribuídos em 57 aerogeradores.

As usinas foram viabilizadas no primeiro leilão de energia eólica do País, em dezembro de 2009, quando fecharam a venda da produção futura a R$139,99 por MWh (valor com data base de dezembro de 2009). Os contratos têm duração de vinte anos e envolvem 34MWmédios.

A Desenvix investiu cerca de R$415 mil no empreendimento, que precisa entrar em operação comercial até 1 de julho. As turbinas foram fornecidas pela francesa Alstom, sendo que a Engevix foi responsável pelas obras civis e linhas de transmissão.

A empresa ainda afirma que a região em que foram instalados os projetos possui potencial para até 300MW, divididos em 10 usinas de 30MW. A companhia já tem, inclusive, licença ambiental para os empreendimentos, com validade até julho de 2015.


17/06/2012

Chesf já fala em atraso de um ano para ICGs que ligarão parques eólicos ao sistema


Pouquíssimos profissionais(ou nenhum) do mercado acreditavam que  a CHESF entregaria as ICGs com atraso menor que seis meses. De fato há várias obras de diferentes leilões ganhas pelas CHESF em atraso  com as justificativas de sempre porém não há punição.

Nunca foram impedidos de participar de leilão de transmissão ou de ICGs. Continuam participando dos leilões e arrebatando lotes da região nordeste com deságios considerados impossíveis pelos concorrentes que desejam entrar no mercado de transmissão do nordeste. Creditam sempre estes deságios ao porte da transmissora e os ganhos de escala. No entanto, não há vantagem ou ganho para o sistema interligado, o investidor ou o desenvolvimento do país em uma tarifa competitiva quando não se cumprem prazos sempre recorrendo a detalhes de contrato ou problemas de licenciamento.

Ainda que se garantam as receitas dos projetos contratados no leilão de 2009 prejudicados pelo atraso das ICGs ainda resta definir de forma clara o que significa estar preparado para operar. Enfim, o assunto vai longe assim como o atraso da CHESF. Vejam a reportagem de Luciano Costa do Jornal da Energia:

Estatal enfrenta problemas no licenciamento ambiental de projetos; usinas prontas não terão como escoar produção.

As centrais de conexão compartilhada (ICGs) que farão a conexão de parques eólicos no Rio Grande do Norte e na Bahia à rede estão com atrasos devido ao licenciamento ambiental. Com isso, usinas que deveriam entrar em operação em julho deste ano estão sem previsões de quando poderão gerar. A Chesf, que é responsável pela construção das unidades de transmissão, enfrenta problemas no licenciamento ambiental das instalações. O Jornal da Energia apurou que agentes a par do assunto já receberam aviso da estatal de que o atraso deve ser de aproximadamente um ano.

Assim, parte das usinas que venderam energia no primeiro leilão exclusivo para a contratação de eólicas, promovido pelo governo em 2009, deve conseguir agregar a produção ao sistema somente em 2013. Enquanto isso, a Chesf tem se reunido com os responsáveis pelas usinas e com os órgãos ambientais para tentar acelerar o processo.

Apesar do problema para a rede, os investidores, a princípio, não seriam prejudicados,. Uma vez que comprovem que estão preparados para operar, receberão normalmente as receitas a que têm direito. Mas, contrariando a aparente tranquilidade, uma empresa conta que há, sim, prejuízos inesperados com o entrave das ICGs. Uma dessas questões envolve os acordos de operação e manutenção das usinas. "Cuidar de um parque parado é diferente (de um que está funcionando). É (mais) difícil, então tenho que fazer uma nova forma de contrato", explica a fonte.

A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) estima que 636MW em usinas no Rio Grande do Norte e na Bahia serão afetadas pelo atraso das ICGs. A questão será discutida em breve na Aneel, que abriu processo sobre o assunto e sorteou como relator o diretor Romeu Rufino.

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25/05/2012

Leilão A-3 e A-5 de 2012 adiados.

Abaixo segue extrato das portarias do MME adiando os leilões A-3 e A-5 de 2012. O cadastramento também será reaberto. O A-3 poderá ter projetos cadastrados até 28/06 enquanto o A-5 tem até 05/07. Permanece a situação de sobrecontratação e problemos no licenciamento das UHE´s além da indefinição com relação aos contratos da Bertin.
Fonte: Diário Oficial e Excelência Energética
PORTARIA No- 312, DE 23 DE MAIO DE 2012 Art. 1o A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL deverá promover, direta ou indiretamente, no dia 11 de outubro de 2012, o Leilão de Compra de Energia Elétrica Proveniente de Novos Empreendimentos de Geração, denominado Leilão "A-3", de 2012, para início de suprimento de energia elétrica a partir de 1o de abril de 2015. 
 • PORTARIA No- 313, DE 23 DE MAIO DE 2012 A Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL deverá promover, direta ou indiretamente, no dia 25 de outubro de 2012, o Leilão de Compra de Energia Elétrica Proveniente de Novos Empreendimentos de Geração, denominado Leilão "A-5", de 2012, para início de suprimento de energia elétrica a partir de 1o de janeiro de 2017. 

24/01/2012

Bahia licencia 133 projetos eólicos - que somam 3.200 em potência

Com isso, estado calcula que pode alcançar 4GW eólicos no leilão de energia A-3
O Diário Oficial da Bahia publicou a emissão de licenças de localização para 133 parques eólicos a serem implantados no estado. Juntos, os projetos somam 3.200MW de potência e, se somados à carteira de usinas habilitadas anteriormente, a Bahia poderá ter 4.000MW eólicos em disputa no próximo leilão de energia nova A-3, marcado para 22 de março pelo Ministério de Minas e Energia. 
As licenças se referem à análise de viabilidade ambiental e foram emitidas pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). Mas, como o próprio governo baiano destaca, os documentos representam apenas um dos requisitos exigidos para a participação no certame. 
"As licenças são um resultado do esforço conjunto das secretarias de meio ambiente e da indústria, através da sua Comissão Técnica de Garantia Ambiental (CTGA)”, afirma o secretário da Indústria, Comércio e Mineração baiana, James Correia. Ele acrescenta que, caso todos os projetos sejam habilitados, é provável que a Bahia garanta a maior participação no certame. 

Potencial 
Atualmente, a Bahia tem 57 projetos de energia eólica previstos para serem instalados. Os empreendimentos somam aproximadamente R$ 6,5 bilhões em investimentos e têm previsão de gerar entre 400 e 600 empregos na fase de operação. Quando os parques estiverem operando vão acrescentar aproximadamente 1.418 MW à rede elétrica. 
A previsão é que até setembro de 2012, 18 parques estejam em pleno funcionamento no Estado. As usinas eólicas foram contratadas nos leilões de fontes alternativas e de reserva realizados pelo governo nos últimos três anos.

08/11/2011

Tractebel já vendeu 60% da energia de eólicas no mercado livre

Companhia pretende continuar apostando no crescimento na área sem ir a leilões promovidos pelo governo
A Tractebel Energia mantém firmes seus planos de crescer no setor eólico sem precisar participar dos leilões promovidos pelo governo. Nesta terça-feira (8/11), durante teleconferência com investidores e analistas, o diretor financeiro da companhia, Eduardo Sattamini, disse que os cinco parques que a empresa pretende construir já estão com 60% da energia vendida no mercado livre. A produção das usinas terá como destino consumidores especiais, que têm desconto nas tarifas de transmissão para a compra de energia de fontes alternativas.
Das cinco plantas, quatro, no Ceará, contam com licença de instalação, que permite o início das obras, o que acontecerá ainda neste mês. Uma das usinas, no Piauí, ainda não obteve o aval ambiental, mas a expectativa é de que isso aconteça em breve, dentro de "30 ou 40 dias". Segundo Sattamini, os cronogramas estão em dia e a operação está prevista para o final de 2012.
Ao todo, serão 145,4MW (75MWmédios) em parques eólicos, somando um investimento de R$626 milhões. Os contratos de fornecimento de turbinas já estão fechados com a Siemens e a WEG produzirá os transformadores para os projetos.
Sattamini destacou que a Tractebel tem a intenção de seguir com os projetos eólicos e que novos parques estão em avaliação. Mas, antes de firmar novos investimentos, a companhia pretende vender a totalidade da energia dos empreendimentos já em andamento. O diretor ainda destacou que o momento não é o melhor para a comercialização no mercado livre, que está com preços considerados baixos, na casa dos R$100 por MWh. No entanto, fez a ressalva de que os parques visam "clientes são específicos, especiais, dispostos a pagar um pouco mais de preço".

31/10/2011

OCDE vê entraves em licenças e forte presença estatal no setor elétrico brasileiro

Organização afirma que País enfrentará grande desafio para expandir a geração no mesmo ritmo da demanda
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), formada por 34 países, acredita que o setor elétrico brasileiro tem como maior desafio a necessidade de aumentar a capacidade de geração de energia para atender a uma demanda "que deve crescer rapidamente nos próximos anos". A opinião aparece em um estudo que se debruça sobre números da economia do Brasil e elogia os progressos sociais - ao mesmo tempo em que alerta contra a inflação e sugere mudanças estruturais, como a reforma previdenciária.
Para a OCDE, "as autoridades devem investigar a prática de subsídios cruzados no setor de energia e, em função dos resultados das apurações, proibir a atuação de empresas de distribuição e de geração pertencentes ao mesmo grupo". Outro fato que chama a atenção dos especialistas do órgão é a força da estatal Eletrobras, que tem participado de todos os leilões de geração. Para a organização, o governo precisa avaliar se não há a necessidade de abrir mais o setor para os investimentos privados.
O relatório também aponta que "o licenciamento ambiental deve ser simplificado", embora admita "muitos progressos". Segundo o documento, o País é um dos únicos a ter três etapas: licença prévia, licença de operação e licença de instalação, sendo que cada uma delas "oferece oportunidades para terceiros moverem ações na Justiça". Para a OCDE, a questão "tem ocasionado incertezas, prazos longos e altos custos de transação", "especialmente no setor de energia".

24/07/2011

Rio Grande do Norte e Ceará podem padronizar licenciamento para eólicas

Comentário: Boa notícia se for concretizado. Ritos de licenciamento precisam ser agilizados. Entre os vários argumentos leve-se em conta a similaridade dos projetos e locais, o que permitiria uma análise racional em curto tempo. Segue matéria: 
Órgãos locais admitem força-tarefa para atender avalanche de projetos às vésperas de leilões
Juntos, os estados de Rio Grande do Norte e Ceará correspondem à metade das inscrições de parques eólicos para os próximos leilões de reserva e A-3, seja por número ou capacidade instalada dos projetos. Porém, apesar da proximidade territorial, os órgãos estaduais trabalham de forma bastante diferente no processo de licenciamento ambiental para os empreendimentos, disparidade que pode deixar de existir no cadastramento para os próximos certames.
Hoje, os parques cearenses são os únicos do País que passam pela apresentação do Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto do Meio Ambiente (EIA-Rima) na obtenção da licença prévia necessária para se inscreverem nos leilões. No caso do Rio Grande do Norte, por exemplo, basta um Relatório Ambiental Simplificado (RAS) para que o empreendedor vá ao certame com a respectiva LP. 
Porém, a esfera federal já tem uma pré-disposição a padronizar o procedimento nos estados vizinhos, segundo afirmou ao Jornal da Energia o coordenador responsável pelo licenciamento das eólicas no RN, Iron Medeiros. Segundo ele, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do estado (Idema) está aberto para a troca de experiências com o Ceará. "A gente tem de entender como é o licenciamento de lá e eles o daqui. Trocar os ensinamentos e montar um termo de referência padrão para os dois". 
A princípio, continua Medeiros, o órgão potiguar não entende o porquê de se condicionar um EIA-Rima no processo. Questionado se a principal dificuldade seria o custo, o especialista acredita que o gargalo mais relevante seria o tempo. "No EIA-Rima você tem prazos legais apertados, como 30 ou 45 dias para realizar as audiências públicas. E o que fazemos aqui [RAS] é muitas vezes tratado como um modelo mais complexo". 
A demanda de projetos às vésperas de cada certame - são 103 inscritos no Ceará (2.427MW) e 116 no Rio Grande do Norte (3.012MW) - tem sido também um problema. Tanto que, no RN, foi criado um grupo exclusivo para parques eólicos, já que os processos são solicitados cerca de três ou quatro meses antes do leilão. Ainda assim, segundo as fontes ouvidas pela reportagem, forças-tarefa espalhadas pelo País têm conseguido emitir as licenças necessárias para que os investidores consigam efetuar os cadastramentos. 
Tentativa de inovação 
No Ceará, a busca de uma otimização do sistema neste ano acabou levando a um trabalho dobrado para a Secretaria de Meio Ambiente local (Semace). O órgão criou para este certame a figura da Licença Prévia de Leilão, com base no RAS, julgando tornar a dinâmica ainda mais restritiva. Mas, pouco antes do limite para as inscrições, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) voltou a pedir a LP convencional. 
"O formato que havia sido proposto deixou o jurídico da EPE fragilizado, perguntando como poderiam contratar uma energia por 20 anos com uma licença que é provisória. Então voltamos à estaca zero, e criamos uma instrução normativa que instituiu que todos os projetos com RAS terão um termo de referência com LP por dois anos e até um ano e meio para apresentar o EIA-RIMA", detalha o presidente da câmara setorial estadual que debate o tema e fundador da Associação Brasileira de Energia Eólica, Adão Linhares. 
Na ocasião da mudança da regra, explica o químico industrial do Semace, Alexandre Pinto, já havia cerca de 40 LPLs prontas. "Eu, particularmente, achei a ideia muito boa, porque é uma etapa a mais. Se você passa da LPL com o RAS, você apresenta o EIA-RIMA na Licença de Instalação. Os empreendedores gostaram, aplaudiram". O técnico destacou ainda que a dificuldade em se fazer o licenciamento com a avalanche de projetos na última hora: segundo ele, são cerca de dez profissionais envolvidos na visita aos terrenos. 
Durante o All About Energy, evento de energias renováveis realizado em Fortaleza, Ceará, na primeira semana de julho, o superintendente da Semace, José Ricardo de Araújo Lima, inclusive ouviu alguamas críticas sobre as dificuldades de licenciamento ambiental no estado. Após explicar o caso da revogação da LPL, o representante do órgão foi questionado exatamente sobre essa diferença de procedimento que estaria, supostamente, beneficiando os projetos no Rio Grande do Norte. 
Em cima disso, o presidente da Abeeólica, Ricardo Simões, sai em defesa dos cearenses. "Sou testemunha do esforço do governo para dotar o estado de competição para o leilão. O que temos é uma demanda muito grande, e há pluralidades em cada estado, com áreas diferentes, mais ou menos proximidade do litoral. O que eu vejo é que os órgãos não têm dado conta do volume de pedidos. Mas não estou convencido que a unificação dos procedimentos é o melhor caminho", disse. 
Sem problemas no Sul 
Do extremo oposto do País, mas também com grande destaque no número de parques eólicos, está o Rio Grande do Sul. Com 92 projetos (2489MW) inscritos, o presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Carlos Niedersberg, também fala sobre a busca de eficiência em meio à grande quantidade de processos a serem emitidos. "Temos de fazer isso com velocidade. No geral, temos um zoneamento legal, do ponto de vista do vento e da locação, e não temos tido muitos problema". 
Sobre os custos, Niedersberg afirma que "uma opção para o empreendedor é sempre buscar um lugar melhor para se instalar, fugindo das dunas, andando uns 50 ou 100 metros para o lado e encontrando um local que deixe o projeto mais barato". Por fim, o especialista não vê uma possibilidade concreta para padronizações nacionais, já que a questão depende muito das condições locais. "A resolução hoje é bem construída. O que se tem é que não se pode sobrepor as áreas de proteção permanente (APPs), mas cada lugar tem uma característica".