23/10/2016

Aerogeradores para tufões: do desastre natural à energia do futuro

Vejam a matéria de Antonio Hermosín

Tóquio, 22 out (EFE).- Os tufões causam estragos no Japão e em outros países do Oceano Pacífico todos os anos, mas a descomunal força desses fenômenos também pode fornecer a energia do futuro na região graças a um aerogerador experimental japonês.

É com esse objetivo que trabalha o engenheiro Atsushi Shimizu e sua empresa inovadora Challenergy, que desenvolveu um protótipo de turbina eólica adaptada aos ventos gerados pelos devastadores fenômenos meteorológicos.

Foram registrados 20 tufões ou ciclones tropicais no Oceano Pacífico neste ano. Um só deles desencadeia a energia suficiente para fornecer eletricidade ao Japão durante 50 anos.

"São os recursos energéticos mais promissores do país", explicou Hikaru Miyazaki, porta-voz da Challenergy, que vê nos tufões a solução para os problemas de autoabastecimento energético do Japão após o blecaute nuclear posterior à crise de Fukushima.

Um estudo do Ministério do Meio Ambiente japonês situa a capacidade de geração de energia eólica do país em 1,9 bilhão de gigawatts anuais, mas seu aproveitamento é complicado devido à acidentada geografia japonesa, às condições meteorológicas e ao traçado das redes elétricas, entre outras barreiras.

Challenergy desenvolve há cinco anos um gerador capaz de funcionar em condições extremas e de se ajustar a mudanças de velocidade e direção do vento, por isso adaptou o projeto ao Efeito Magnus.

Neste fenômeno físico, a rotação de um objeto afeta sua trajetória através do ar ou outros fluidos, o que pode ser observado pela maneira como uma bola de futebol desvia ao ser chutada com força e de modo que gire sobre seu eixo.

A turbina experimental tem um eixo sobre o qual há uma roda com três cilindros giratórios independentes que transformam a energia cinética do vento em eletricidade, dispositivos mais versáteis e resistentes que as hélices instaladas nos aerogeradores convencionais.

"A inovação do nosso projeto é seu eixo vertical, que proporciona uma grande vantagem em relação aos moinhos eólicos, cujas hélices se rompem com facilidade no Japão pela passagem de tufões", explicou Miyazaki, que também destacou outras vantagens como o menor barulho e pouco impacto sobre as aves.

O protótipo foi testado com sucesso na ilha de Okinawa (sudoeste do arquipélago japonês) com ventos de 36 km/h, onde foi capaz de gerar 1 quilowatt (kW) de eletricidade.

O desafio agora é fazer com que o aparelho continue gerando eletricidade de forma estável em circunstâncias como as registradas na própria Okinawa no início de outubro devido à passagem do supertufão Chaba, que causou ventos de até 270 km/h.

A empresa deve comercializar o aerogerador em 2020, com uma capacidade de 10 quilowatts, e para isso conta com a ajuda de um fundo público-privado japonês e de um incentivo estatal, além de ter iniciado uma campanha de financiamento coletivo na internet.

O produto a ser vendido é um pequeno gerador capaz de fornecer eletricidade de emergência a uma região afetada pelos frequentes blecautes causados por tufões, segundo Miyazaki, que pretende criar uma turbina "muito maior" no futuro e com capacidade para transformar a energia em hidrogênio, em vez de eletricidade.

O projeto nasceu após o acidente atômico de Fukushima causado pelo terremoto e pelo tsunami de 11 de março de 2011. À época, o Japão precisou reduzir o consumo elétrico e substituir a nuclear por outras fontes de energia, principalmente pelas fósseis.

"O Japão tinha que deixar para trás sua dependência da energia nuclear", disse Miyazaki, que acrescentou que apesar da "postura pública de apoio às empresas de energias renováveis", continua sem haver uma aposta clara do setor privado neste caminho.

O governo japonês se propôs a aumentar a proporção de eletricidade gerada mediante energias renováveis dos atuais 3% para 15% até 2030.

No caso da energia eólica, o avanço também foi limitado no Japão devido à complexidade dos procedimentos burocráticos e por causa dos estudos de impacto necessários para a construção de novas instalações.

Este tipo de energia fornece atualmente 0,5% da demanda elétrica total, longe dos níveis de países como Alemanha (9,6%), Estados Unidos (4,4%) e China (2,8%).


04/10/2016

Brasil pode ter 6 vezes o potencial eólico estimado

Vejam a matéria de Noêmia Lopes na EXAME:

Uma revisão do potencial eólico onshore (“em terra”) do Brasil, realizada em resposta ao aumento da altura das torres de geração energética, aponta que o país pode ter uma capacidade seis vezes maior de produzir energia a partir dos ventos do que o estimado no último grande levantamento nacional, o Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, lançado em 2001.
A conclusão é de um estudo do subprojeto Energias Renováveis do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-Clima), apoiado pela FAPESP e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), e foi apresentada durante a Conferência Internacional do instituto, realizada em São Paulo entre os dias 28 e 30 de setembro.
“O Atlas do Potencial Eólico Brasileiro foi feito com a estimativa do uso de torres de 50 metros de altura. Hoje, temos torres acima de 100 metros, que ampliam o potencial tecnicamente viável de exploração de 143 gigawatt para 880 gigawatt”, disse o coordenador da pesquisa, Ênio Bueno Pereira, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). “Além disso, consideramos uma expansão das áreas que se tornam economicamente viáveis para a instalação das torres.”
Embora no Brasil a produção de energia eólica ainda seja restrita, Pereira aponta que o país é o quarto no mundo em termos de expansão da capacidade eólica instalada, perdendo apenas para China, Estados Unidos e Alemanha.
“É um movimento importante, em um momento em que se busca a diminuição da emissão de gases de efeito estufa, menor dependência de combustíveis fósseis e garantia de segurança energética”, disse.
No campo da energia eólica, o subprojeto Energias Renováveis também estuda o potencial offshore (“em mar”), buscando avaliar a zona costeira brasileira, particularmente na região Nordeste; a viabilidade de exploração em áreas de reservatórios hidrelétricos; a previsão da capacidade de geração, visando aprimorar as estimativas calculadas em dias e horas de antecedência; e a densidade de potência estimada até o final do século.
Sobre esse último tema, modelos revelam tendência de aumento dos ventos em determinadas porções do norte da região Nordeste. “Embora pareça uma notícia interessante, ventos intensos e rajadas nem sempre são bons para o sistema de geração de energia eólica, que pode sofrer danos estruturais”, disse Pereira.
Outro aspecto ressaltado pelo pesquisador foi o potencial de geração de energia elétrica a partir da irradiação solar. “O pior nível de irradiação no Brasil – na região litorânea de Santa Catarina e do Paraná – é comparável aos melhores níveis de irradiação que se tem na Alemanha, o país que mais explora a energia fotovoltaica [na qual células solares convertem luz diretamente em eletricidade] no mundo.”
A Rede Sonda, financiada parcialmente pelo INCT-Clima, coleta dados de irradiação no território nacional. Uma edição atualizada do Atlas Brasileiro de Energia Solar, com informações obtidas pela Rede nos últimos 15 anos, deve ser lançada ainda neste ano.
“São necessários mais estudos sobre a variabilidade solar, mas já sabemos que, se fossem usadas áreas como aquelas que são alagadas por hidrelétricas ou as que estão em estado avançado de desertificação, teríamos uma grande geração de energia fotovoltaica no Brasil”, disse Pereira.
Segundo o pesquisador, em temos de potencial teórico, fontes eólicas e solares seriam capazes de suprir toda a demanda energética nacional. Contudo, ainda é necessário ultrapassar obstáculos financeiros e de conhecimento.
“O problema do custo vem sendo superado pela evolução tecnológica, tanto que esses dois tipos renováveis já são competitivos com a energia termelétrica. Já a barreira do conhecimento é aquela que ainda impede investidores de ter mais interesse na geração eólica e solar. É o que o nosso projeto tenta enfrentar, investigando e disseminando dados científicos sobre os verdadeiros potenciais dessas energias”, disse.
Na manhã do dia 29 de setembro, a Conferência Internacional do INCT-Clima também teve apresentações de Luiz Pinguelli Rosa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que tratou sobre os atuais desafios da política energética no Brasil e no mundo, e de Christovam Barcellos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que falou sobre a relação mudanças climáticas e impactos na saúde humana.

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23/08/2016

Começa Hoje a Intersolar South America (23 a 25/08/2016)




Muitos eventos tem sido propostos para discutir os rumos das energias renováveis no Brasil. Quando se discute energia solar acredito que o principal evento do ano seja a Intersolar. Tanto a feira como as conferências trouxeram muitas novidades em 2015 e prometem ainda mais para 2016.

Se por algum motivo não for possível acompanhar o evento por completo, convidamos você a acompanhar os pontos altos do evento através deste blog e do twitter @energiaeolicabr.

Até lá!!!




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22/06/2016

Pesadelo Logístico Brasileiro: Mais um entrave para o crescimento do setor eólico.

Quem dera a notícia relatada por Caio Spechoto e Raphael Hernandes para a Folha de São Paulo fosse um exceção no Brasil. Infelizmente trata-se da regra. Nossas fronteiras eólicas extendem-se pelo sertão da Bahia, Pernambuco, Piauí e ainda pelos estados do Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba. Nestas regiões, não foi uma ou duas vezes que foi necessário construir ou reformar estradas para ter um mínimo de segurança para trafegar com os grandes componentes de um aerogerador. 

E pensar que já se passaram mais de 12 anos desde o início das obras do PROINFA. Já são conhecidas as áreas potenciais há muito tempo. Faltou o planejamento para melhor aproveitar esta fonte de energia tão impressionante. Recomendo a leitura da matéria a seguir: 

Enviar peça para o NE é tão caro quanto para os EUA, diz empresário

O custo para transportar uma pá de turbina eólica construída em São Paulo para o Nordeste brasileiro é o mesmo do que enviar para os EUA, o triplo da distância.

A informação foi apresentada nesta terça (21) por Marcelo Soares, presidente da Tecsis, empresa que exporta pás para produção de energia eólica, durante a abertura do segundo dia do Fórum Economia Limpa, promovido pela Folha e Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade).

A companhia faz suas peças em Sorocaba (SP) e as envia para cidades do interior do Nordeste e para Houston, nos EUA, entre outras localidades.

As más condições de transporte no Brasil e a alta tributação fazem com que o custo da logística fique entre 10% a 15% do preço da peça no país; para os EUA, é de 12%, segundo o presidente da empresa.

Veja a notícia completa na Folha

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21/06/2016

Renova cancela contrato de energia no mercado livre com a CEMIG

Crise pressionando o Setor Eólico. O mercado livre tem condições de se adequar e por isto é possível que contratos vinculados a project finance de parques eólicos venham a ser cancelados no futuro. De certa forma, o mercado regulado manterá um certo crescimento do setor. Mas a que custo? Mais indícios da necessidade de revisão do modelo institucional do SEB. Vejam a matéria da Ambiente Energia.

Renova cancela contrato para instalação de usinas eólicas

Em comunicado ao mercado, a Renova Energia informou que cancelou um contrato de venda de energia que havia assinado junto à Cemig para fornecimento a partir de janeiro de 2019. 
O acordo demandaria a instalação de 25 usinas eólicas em Jacobina, na Bahia, em um total de 676,2 megawatts em capacidade instalada.

Segundo a Renova Energia, a crise em voga no país tem contribuído com que a empresa tenha dificuldades para tocar elevados investimentos em projetos eólicos já contratados, em meio à recessão e às elevadas taxas de juros. “Esse cancelamento reduz de forma significativa a necessidade de investimentos bem como melhora a posição de liquidez da companhia. Esta ação demonstra a firme intenção de redimensionar o portfolio de negócios da companhia, otimizando investimentos e readequando sua estrutura de capital”, disse a Renova no comunicado.

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06/06/2016

Setor Elétrico Brasileiro. Necessidade de Rever o Modelo

A seguir apresento nossa primeira colaboração para o blog. Compartilho boa parte das ideias do colega. Segue a colaboração de André Mansur Rocco.

Indiscutivelmente, um dos fatores de grande importância para o desenvolvimento da produção industrial de um país é o acesso à energia elétrica de qualidade e de preço competitivo, seja no campo ou na cidade. O Brasil, apesar de ser o pais com um dos maiores parques hidrelétricos do mundo, é também um dos países com o preço da energia mais cara do mundo. E a diferença é gritante. Nos países industrializados, como são os do continente europeu, americano e asiático, os preços chegam a ser menos da metade do que os praticados no Brasil. 

A que se deve isso? Na composição do preço do MWh no nosso pais, uma grande parte é representado por tributos e encargos. Daí vem a pergunta: parte desses encargos, em última instância, não são justamente para se obter a modicidade tarifária, ou seja, preços justos e acessíveis à todos no território nacional? E os tributos, não seriam, em última instancia, para promover o bem estar social? Salvo engano, temos o maior sistema interligado do mundo. Será isso ainda necessário? Temos um Setor altamente regulado, que chega ao ponto de os especialistas da área mal conseguirem acompanhar a quantidade de atos regulatórios lançados, desde leis à medidas provisórias, passando por projetos de lei inclusive. Será isso tudo necessário? E se houvesse apenas uma regra: "você deve honrar com seu contrato"? Tenho quase certeza que o mercado se arranjaria, mesmo nos casos de atendimento rural, não iria faltar criativos empreendedores para atender a esse mercado. E nos casos das favelas, que geram prejuízo por causa dos gatos? Tenho quase certeza que depois de um tempo sem energia, eles iriam se ver obrigados a criar uma mentalidade coletiva para que todos tenham acesso à energia. Mas não é só a regulação e o sistema interligado, que do meu ponto de vista, transformam um setor hidrotérmico em um dos mais caros do mundo: o monopólio do gás pela Petrobras também tem parte nisso. Quantos empreendedores poderiam estar fazendo suas térmicas a gás perto dos centros de carga, se não fosse esse monopólio. A Petrobras detém o monopólio dos gasodutos, inviabilizando qualquer projeto inteligente. Inviabilizando o empreendedorismo. O modelo de contrato hoje imposto pela Petrobras (take or pay) inviabiliza térmicas à gás no Mercado Livre de Energia é também um importante fator inibitório da expansão dessas térmicas. Nisso, o carvão tem sido cada vez mais explorado. Isso mesmo, carvão. Em muitos casos se apela para a biomassa, que a principio parece ser coisa boa quando se aproveitam rejeitos, mas que deixa de sê-lo quando a cultura da cana passa a ter a finalidade exclusiva para alimentar essas térmicas à biomassa, invertendo totalmente a ordem das coisas.

Esta é a impressão que tenho do setor atualmente. Espero que os colegas e amigos da área possam complementar de forma mais precisa essa visão.  

André Mansur Rocco é Engenheiro Eletricista com habilitação em Engenharia de Produção e Sistemas, pela UFSC. Cursou o MBA do Setor Elétrico, pelo ISAE/FGV e atualmente cursa Mestrado na UFPR em Engenharia Elétrica, na área de Sistemas de Potência. Atua na área de Comercialização de Energia Elétrica e também tem experiência no Planejamento do Sistema de Distribuição de Energia Elétrica. É também um estudante da Escola Austríaca de Economia. Agora é também um colaborador do Energia Eólica Brasil. 

Se você deseja colaborar no blog envie um e-mail para contato@energiaeolicabrasil.com.br

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30/05/2016

Novo presidente da EPE será Luiz Augusto Barroso da PSR. Vem revisão do Modelo Instucional do SEB por aí?


O site do MME divulgou hoje a nomeação de Luiz Augusto Barroso como o novo presidente da EPE. Luiz Barroso é matemático, com doutorado em matemática aplicada (otimização) ao setor elétrico. Atualmente, é diretor executivo da PSR, consultoria na qual atua há cerca de 18 anos, liderando estudos de planejamento, regulação, finanças, gestão de riscos e comercialização de energia no Brasil e em mais de 30 países (Fonte: MME) .

Nosso segmento é extremamente dependente da EPE. Dependemos deles para cadastro em novos leilões e para "validar" outorgas da ANEEL. No entanto, a principal dependência é quanto aos rumos que a expansão do setor elétrico tomará no futuro. É EPE que lidera os Planos Decenais de Expansão (PDEs) e o Plano Nacional de Energia. Estes documentos, embora bastante dinâmico, contém as premissas para as características da expansão do Setor Elétrico Brasileiro. 

Sob Tolmasquin a EPE teve uma gestão em certos momentos controversa, mas no geral adequadas as necessidades do setor de energias renováveis. A chegada de Barroso demonstra uma opção por um ambiente de planejamento mais centrado no mercado e nos agentes e menos acadêmico e centralista. Basta analisar os artigos da PSR para chegar a esta conclusão. 

O setor de fontes alternativas, em especial a eólica, não deve ficar intranquilo com a chegada de Barroso. A PSR tem grande tradição no setor elétrico e são muito conhecidos pela experiência com UHEs. No entanto, foi a PSR a autora do estudo sobre energia eólica que auxiliou na tomada de decisão do MME pela promoção do primeiro LER (Leilão de Energia de Reserva) exclusivo para a fonte eólica em 2009. Este leilão foi um marco na revitalização da fonte eólica no mercado brasileiro depois de um PROINFA tão cheio de percalços. Este mesmo entende a dinâmica da fonte eólica e das demais renováveis indicando sua preocupação com a intermitência da fonte e preocupados com uma definição adequada das garantias físicas desta fonte. Mais segura

Reflito esta tranquilidade citando parte do artigo de Barroso e seus colegas Mario Veiga e José Rosenblatt:
"Em nossa opinião, as bases do modelo setorial são solidas e permitem atingir os objetivos que queremos, que são os da segurança de suprimento e modicidade tarifária. No entanto, o modelo é uma peça de relojoaria, com muitas engrenagens que precisam operar “encaixadas”. O que está ocorrendo hoje é que suas engrenagens estão desencaixadas. Precisamos assegurar a existência e sustentabilidade do ACL, buscar a isonomia concorrencial entre o ACL e ACR, qualidade na informação contida nos preços de curto e longo prazo e trabalhar arduamente para a estabilidade regulatória. Estes são os ingredientes que permitem eficiência econômica e o funcionamento eficiente do setor."  Fonte: PSR.

Podemos ficar tranquilos. O setor elétrico ganha com a chegada de Barroso. E a eólica também. 

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17/05/2016

Desinvestimento no setor de energias renováveis? Cemig Discorda.

Cemig descarta desinvestimento na Renova. Empresa, porém, mantém estratégia de vender ativos fora de seu core business.

A situação econômica do país realmente sugere a venda de ativos e desinvestimento estatal. No caso da CEMIG é importante o foco no seu core business, o que faz completo sentido. Os negócios em distribuição de gás e telecomunicações claramente estão fora do histórico da estatal mineira. Interessante notar como os segmentos do Setor Elétrico Brasileiros são complementares. Uma receita perfeita com 1/3 de competição e 2/3 de monopólio natural.

O Setor de Distribuição, altamente regulado, pode ser considerado um negócio de rentabilidade garantida desde que se respeite a regulação do setor. Não consideremos nesta regulação a recente e excessiva interferência do governo em busca de diminuição de tarifas do setor elétrico. Ao focar no atendimento das exigências e padrões de avaliação da ANEEL garante-se que o investimento da Distribuidora também resulte manutenção de um valor adequado do WACC, a taxa de retorno do negócio de distribuição. O segmento de Transmissão opera de forma análoga à distribuição de energia elétrica. A vantagem reside na oportunidade de novas concessões a medida em surge a necessidade de expansão do sistema de transmissão com a inclusão de novas subestações e linhas de transmissão além da receita garantida em função de uma concessão definida (sem crescimento orgânico, isto é, cada concessão de transmissão tem uma infraestrutura e receita definidas e revisadas sempre que houver ampliações). A geração é o setor menos regulado e consequentemente mais o mais competitivo do setor elétrico. E aí reside a necessidade de uma boa estratégia de participação em energias renováveis. Esta estratégia se fundamenta pela crescente participação desta fonte na matriz elétrica brasileira e pela competitividade crescente das fontes eólica e solar.

Aliada à grande experiência da companhia (e do Brasil) em hidroeletricidade, não se vê decisão mais adequada do que a manutenção dos 27% da Renova. Que esta decisão auxilie no sucesso da estratégica da Cemig e que se conserve uma gestão profissional e sem interferência política na companhia. O negócio de energia elétrica é perene e deve ser pensado em termos de décadas ao invés de anos.

Sugiro a leitura da excelente matéria de Wagner Freire para o Canal Energia.

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15/05/2016

Novidades!!!

Agradeço muito aos que acessam e leem o meu blog. A novidade que é que finalmente conseguimos o site www.energiaeolicabrasil.com.br e agora vocês já podem acessar por este endereço!

o twitter continua o mesmo!! @energiaeolicabr. Em breve no Facebook!

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