30/05/2016

Novo presidente da EPE será Luiz Augusto Barroso da PSR. Vem revisão do Modelo Instucional do SEB por aí?


O site do MME divulgou hoje a nomeação de Luiz Augusto Barroso como o novo presidente da EPE. Luiz Barroso é matemático, com doutorado em matemática aplicada (otimização) ao setor elétrico. Atualmente, é diretor executivo da PSR, consultoria na qual atua há cerca de 18 anos, liderando estudos de planejamento, regulação, finanças, gestão de riscos e comercialização de energia no Brasil e em mais de 30 países (Fonte: MME) .

Nosso segmento é extremamente dependente da EPE. Dependemos deles para cadastro em novos leilões e para "validar" outorgas da ANEEL. No entanto, a principal dependência é quanto aos rumos que a expansão do setor elétrico tomará no futuro. É EPE que lidera os Planos Decenais de Expansão (PDEs) e o Plano Nacional de Energia. Estes documentos, embora bastante dinâmico, contém as premissas para as características da expansão do Setor Elétrico Brasileiro. 

Sob Tolmasquin a EPE teve uma gestão em certos momentos controversa, mas no geral adequadas as necessidades do setor de energias renováveis. A chegada de Barroso demonstra uma opção por um ambiente de planejamento mais centrado no mercado e nos agentes e menos acadêmico e centralista. Basta analisar os artigos da PSR para chegar a esta conclusão. 

O setor de fontes alternativas, em especial a eólica, não deve ficar intranquilo com a chegada de Barroso. A PSR tem grande tradição no setor elétrico e são muito conhecidos pela experiência com UHEs. No entanto, foi a PSR a autora do estudo sobre energia eólica que auxiliou na tomada de decisão do MME pela promoção do primeiro LER (Leilão de Energia de Reserva) exclusivo para a fonte eólica em 2009. Este leilão foi um marco na revitalização da fonte eólica no mercado brasileiro depois de um PROINFA tão cheio de percalços. Este mesmo entende a dinâmica da fonte eólica e das demais renováveis indicando sua preocupação com a intermitência da fonte e preocupados com uma definição adequada das garantias físicas desta fonte. Mais segura

Reflito esta tranquilidade citando parte do artigo de Barroso e seus colegas Mario Veiga e José Rosenblatt:
"Em nossa opinião, as bases do modelo setorial são solidas e permitem atingir os objetivos que queremos, que são os da segurança de suprimento e modicidade tarifária. No entanto, o modelo é uma peça de relojoaria, com muitas engrenagens que precisam operar “encaixadas”. O que está ocorrendo hoje é que suas engrenagens estão desencaixadas. Precisamos assegurar a existência e sustentabilidade do ACL, buscar a isonomia concorrencial entre o ACL e ACR, qualidade na informação contida nos preços de curto e longo prazo e trabalhar arduamente para a estabilidade regulatória. Estes são os ingredientes que permitem eficiência econômica e o funcionamento eficiente do setor."  Fonte: PSR.

Podemos ficar tranquilos. O setor elétrico ganha com a chegada de Barroso. E a eólica também. 

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17/05/2016

Desinvestimento no setor de energias renováveis? Cemig Discorda.

Cemig descarta desinvestimento na Renova. Empresa, porém, mantém estratégia de vender ativos fora de seu core business.

A situação econômica do país realmente sugere a venda de ativos e desinvestimento estatal. No caso da CEMIG é importante o foco no seu core business, o que faz completo sentido. Os negócios em distribuição de gás e telecomunicações claramente estão fora do histórico da estatal mineira. Interessante notar como os segmentos do Setor Elétrico Brasileiros são complementares. Uma receita perfeita com 1/3 de competição e 2/3 de monopólio natural.

O Setor de Distribuição, altamente regulado, pode ser considerado um negócio de rentabilidade garantida desde que se respeite a regulação do setor. Não consideremos nesta regulação a recente e excessiva interferência do governo em busca de diminuição de tarifas do setor elétrico. Ao focar no atendimento das exigências e padrões de avaliação da ANEEL garante-se que o investimento da Distribuidora também resulte manutenção de um valor adequado do WACC, a taxa de retorno do negócio de distribuição. O segmento de Transmissão opera de forma análoga à distribuição de energia elétrica. A vantagem reside na oportunidade de novas concessões a medida em surge a necessidade de expansão do sistema de transmissão com a inclusão de novas subestações e linhas de transmissão além da receita garantida em função de uma concessão definida (sem crescimento orgânico, isto é, cada concessão de transmissão tem uma infraestrutura e receita definidas e revisadas sempre que houver ampliações). A geração é o setor menos regulado e consequentemente mais o mais competitivo do setor elétrico. E aí reside a necessidade de uma boa estratégia de participação em energias renováveis. Esta estratégia se fundamenta pela crescente participação desta fonte na matriz elétrica brasileira e pela competitividade crescente das fontes eólica e solar.

Aliada à grande experiência da companhia (e do Brasil) em hidroeletricidade, não se vê decisão mais adequada do que a manutenção dos 27% da Renova. Que esta decisão auxilie no sucesso da estratégica da Cemig e que se conserve uma gestão profissional e sem interferência política na companhia. O negócio de energia elétrica é perene e deve ser pensado em termos de décadas ao invés de anos.

Sugiro a leitura da excelente matéria de Wagner Freire para o Canal Energia.

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15/05/2016

Novidades!!!

Agradeço muito aos que acessam e leem o meu blog. A novidade que é que finalmente conseguimos o site www.energiaeolicabrasil.com.br e agora vocês já podem acessar por este endereço!

o twitter continua o mesmo!! @energiaeolicabr. Em breve no Facebook!

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