17/02/2011

Impel e Suzlon montarão parque eólico piloto no Rio Grande do Sul

Empresas vão instalar duas turbinas para estudar a região, com planos de expandir usina no futuro
Uma comitiva de empresários e parcerios da indiana Suzlon, fabricante de aerogeradores, esteve reunida com o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, nesta terça-feira (15/2). O grupo foi liderado pelo diretor da companhia no Brasil, Arthut Lavieri, e contou também com a presença do CEO mundial da companhia, Tulsi Tanti. Os investidores apresentaram um projeto para viabilizar um parque eólico piloto no município de Tapes. Inicialmente, seriam instaladas duas máquinas, somando 4,2MW de capacidade.
"Queremos apresentar de forma concreta ao governador, o projeto de expansão da empresa e afirmarmos nosso interesse de nos instalarmos no Estado", afirma Lavieri. Segundo o empresário, Tarso enfatizou o comprometimento do Rio Grande do Sul com a energia limpa, e com a localização do projeto de forma a impulsionar o desenvolvimento da região, e a viabilidade de exportação, visto que a área visada para a instalação da unidade é próxima ao futuro terminal portuário de Tapes.
Por trás dos investimentos está também o grupo espanhol Impel, que seria o responsável pelo parque eólico a ser instalado, enquanto a Suzlon seria a fornecedora dos equipamentos. A companhia acaba de chegar ao País, tendo concluído em janeiro a montagem de seu primeiro parque eólico em solo brasileiro, a usina de Alhandra I (6,3MW), na Paraíba, que também teve aerogeradores Suzlon.
A Impel possui mais de 15 anos de atuação na Europa, onde participa como investidora ou operadora em mais de 40 parques eólicos. No Brasil, a empresa tem planos de chegar a 1.000MW instalados nos próximos anos.
A previsão é de que os aerogeradores devem estar instalados no Rio Grande do Sul até o fim do ano. As primeiras máquinas servirão para a empresa testar o solo - por conta do peso das torres - e o regime de ventos da região, como um piloto para futura instalação de um parque eólico de maior porte.

10/02/2011

Aporte do BNDES para energia eólica deve crescer 309% em 2011

Leilões de energia fazem demanda disparar e desembolsos passarão de R$808 milhões para R$2,5 bilhões
O primeiro leilão de energia voltado exclusivamente para parques eólicos, promovido pelo governo em dezembro de 2009, alavancou os financimanetos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empreendimentos do setor.
Em 2010, o desembolsos do banco na área foram de R$808 milhões, impulsionados exclusivamente pelo Proinfa. O desempenho já marcava uma expansão de 724% frente aos R$98 milhoes aportados em 2009, mas ainda não refletia os resultados do certame eólico.
"O Proinfa teve um caminho meio errático, então essa alta é explicada pelos projetos que foram entrando no final do prazo do programa", explica Luiz André Sá, do departamento de fontes alternativas de energia do banco.
Segundo ele, os empreendimentos do leilão de 2009 começam a impactar o orçamento do BNDES neste ano juntamente com alguimas usinas viabilizadas nos certames de fontes renováveis, promovidos em 2010. Com isso, a expectativa é que os desembolsos disparem e cheguem a R$2,5 bilhoes em 2011, um crescimento de 309%.
"A tendência é de que os desembolsos se mantenham desse nível de 2011 para cima, ao menos nesses dois próximos anos. E como nesse ano, já temos um leilão marcado, creio que teremos fluxo crescente por um bom tempo", estimou o executivo.

09/02/2011

Aneel mostra preocupação com baixa geração de parques eólicos

Órgão aponta que usinas já em operação produziram abaixo do esperado nos últimos dois anos
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) está preocupada com alguns dos parques eólicos já em operação no País. Nos últimos dois anos, a média de geração de energia por essas usinas ficou abaixo de suas garantias físicas. A questão atinge também outras fontes alternativas. Segundo levantamento do órgão regulador, entre 2008 e 2010, essas pequenas usinas renováveis, reunidas, deveriam produrzir algo em torno de 4.300MWmédios, mas geraram cerca de 1.500MWmédios abaixo do que indicam suas garantias.
"Esse número compreende frustração de geração e postergação de obras, usinas que não entraram em operação. Isso afeta o planejamento, a programação de operação e, por consequência, o preço (da energia)", alerta Aymoré de Castro, especialista em regulação da agência. Segundo ele, o impacto desses problemas no custo da energia tem sido apontado por especialistas como algo entre R$10 por MWh e R$30 por MWh.
Castro ressalta que a dúvida da Aneel é se o que tem acontecido é apenas um biênio ruim para os ventos ou reflexo de deficiências no cálculo das garantias físicas dos parques eólicos. Ele lembra que, nos contratos fechados nos leilões de fontes alternativas em 2010, as cláusulas permitem ajustes quadrienais para compensar o mau desepenho ocasional da energia dos ventos. Nos parques viabilizados pelo Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), a Aneel tem ajustado as garantias anualmente.
Para o presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Ricardo Simões, a variação na produção das usinas eólicas é uma característica da fonte. "Um dos avanços nos contratos dos leilões de energia é que você pode gerar, em um ano, abaixo ou acima do previsto, uma vez que o ajuste é feito por quadriênio. O que acontece é uma variação natural de um recurso natural, o vento". Simões também lembra que parte dos parques avaliados pela Aneel provavelmente estaria em seu primeiro ano de operação, quando não seria surpreendente obter resultados abaixo do esperado.
Mas, para o técnico da Aneel, uma causa para a defasagem pode estar nas medições de ventos feitas pelos empreendedores em seus sítios. O governo pedia que os dados fossem colhidos ao longo de um ano e, ao mesmo tempo, não possuía uma base para comparação com outros parques na mesma região. "O método é medir no local e correlacionar com outros dados na região. O insumo que temos hoje para fazer as previsões (de geração) não gera uma confiabilidade significativa", aponta Castro.
Ele lembra que os primeiros parques eólicos no Sul do País, que iniciaram a geração em 2006 e 2007, apresentaram bom desempenho, com operação bastante próxima do esperado. Essas seis usinas, porém, teriam sido, conforme conversas que circulam no mercado, conservadoras ao calcular suas garantias, o que poderia não estar se repetindo com os novos projetos, levando às distorções.
A Aneel, porém, não tem intenção de criar métodos para interferir nas medições feitas pelos agentes. "Partimos de que não há uma má fé (por parte dos investidores), mas temos como coibir isso. Talvez seja somente questão da qualidade dos dados. A preocupação não é buscar saber por que isso acontece (as diferenças de geração), até porque o custo para isso seria muito grande", explica o regulador. A verificação dos dados, por exemplo, poderia exigir da Aneel a instalação de torres de medição e outras providências caras e trabalhosas. Para Castro, a melhor opção é fiscalizar os números referentes à geração efetiva das usinas e corrigir as distorções, como tem sido feito com os parques do Proinfa.

07/02/2011

Abeeólica quer mais prazo para cadastro nos leilões de energia

Entidade crê em cerca de 10.000MW em projetos no certame, mas pede mais tempo ao governo
A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) está otimista com a divulgação, pelo Ministério de Minas e Energia, de que serão realizados no segundo trimestre um leilão de energia de reserva e um A-3. Os certames vão contratar energia de parques eólicos, além de usinas a biomassa, gás e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). A entidade acredita que cerca de 10.000MW em empreendimentos eólicos têm interesse para se cadastrar na licitação, mas pede mais tempo ao governo. 
"Na nossa opinião, o prazo ficou muito apertado. São necessários mais 45 dias, uma data até o final de maio", analisa Ricardo Simões, presidente da associação. De acordo com o despacho publicado nesta quarta-feira (2/2) pelo MME, os investidores têm até as 18 horas do dia 18 de março para se cadastrar e habilitar tecnicamente junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE). 
A entidade também tem a expectativa de que o certame contrate "no mínimo" 2.000MW em parques eólicos o que, segundo Simções, é o necessário para "consolidar as indústrias que estão sendo atraídas para o País e os empregos que estão sendo gerados". Em 2010, os leilões de reserva e de fontes alternativas viabilizaram 70 usinas de geração a partir do vento, somando uma potência instalada de 2.047,8MW. 
Nos certames do ano passado, a energia eólica também chamou a atenção por atingir um patamar de preço antes inimaginável - uma média de R$130 por MWh. Simões explica que o valor foi fruto de uma série de fatores e que, até por isso, é difícil prever se esse nível de custo será mantido. "Houve competição, recessão mundial, câmbio valorizado. A combinação desses fatores não vai se repetir indefinidamente. Então vai depender muito do momento em que acontecer o lelão, se isso vai se repetir", pondera o executivo, que lembra que a Europa pode estar dando sinais de sair da crise com as recentes medidas econômicas. 
O presidente da Abeeólica ainda destaca que houve avanços na questão da transmissão da energia que será gerada pelas usinas a serem construídas. Segundo ele, o cronograma das ICGs - centrais compartilhadas para o escoamento da energia dos projetos - prevê a entrada das linhas em operação na mesma data de funcionamento dos parques eólicos. "Claramente, houve uma evolução", aponta o executivo. 
Inovação
A associação que representa os investidores eólicos está, no momento, criando um grupo de trabalho para incentivar o desenvolvimento de pesquisas e inovações no campo. "O que o Brasil precisa, efetivamente, é instalar campos de teste de tecnologia para que a gente passe a ter o domínio de todos os elos da cadeia de suprimento. Aí você passa a ser competitivo em todas áreas", aponta Simões. 
Segundo ele, a Abeeólica está buscando diálogo com segmentos do próprio setor e do governo com o objetivo de instalar campos de teste e centros de tecnologia no País. "Para testar aerogeradores, resistência de pás, efeitos dos raios ultravioleta no nosso clima, entre outras questões", resume o executivo.

05/02/2011

Governo vai realizar leilões de reserva e A-3 no segundo trimestre

Certames vão contratar usinas a gás, biomassa, parques eólicos e PCHs
O Ministério de Minas e Energia determinou, nesta quarta-feira (2/1) que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) marque para o segundo trimestre deste ano a realização de dois leilões de energia: o de reserva e o A-3. Segundo a portaria, publicada no Diário Oficial da União, os certames vão contratar parques eólicos, termelétricas a gás e a biomassa e empreendimentos hidrelétricos. 
Os empreendimentos que se inscreverem para o leilão A-3 terão o início da geração de energia marcado para 1º de janeiro de 2014, enquanto os que se inscreverem para o certame de reserva terão de colocar sua primeira máquina em funcionamento em 1º de julho de 2014.
Os contratos fechados na licitação serão por quantidade, com prazo de trinta anos, para as hidrelétricas, e por quantidade ou disponibilidade para usinas eólicas e a biomassa, por um prazo de vinte anos. Já as usinas a gás poderão apenas firmar acordos por disponibilidade e por prazo de vinte anos. Esses últimos empreendimentos participarão apenas do certame A-3. 
Os empreendedores interessados em participar da licitação deverão requerer, até as 12 horas de 18 de março, a habilitação técnica de seus projetos à Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão ligado ao MME. Somente serão habilitadas termelétricas a gás que tenham Custo Variável Unitário (CVU) de até R$150 por MWh.

01/02/2011

Impsa fecha contrato eólico de R$600 milhões com a Chesf

Companhia vai fornecer turbinas para usina na Bahia - que será a maior do País
A argentina Impsa anunciou a assinatura de um contrato de R$600 milhões com a Eletrobras Chesf. O acordo envolve o fornecimento de aerogeradores para o parque eólico que a estatal construirá em Casa Nova, na Bahia. Com previsão de entrada em funcionamento até 2012, a usina contará com 120 turbinas e somará uma capacidade instalada de 180MW. Quando em operação, o parque será o maior do País - recorde que atualmente pertence a Osório, no Rio Grande do Sul, com 150MW.
O diretor de Engenharia da Chesf, José Ailton de Lima, comemora o acerto do negócio. “Esse projeto é importante para a Chesf. Não só marca a nossa entrada no setor de energia eólica, como também a força de ser o maior parque do país, um parque que será apenas da Chesf”. A estatal ainda garante que utilizará mão-de-obra e matéria prima 100% local.
O contrato é fruto do leilão de energia realizado em 2010, no qual a Chesf alcançou resultado positivo junto com a Impsa que já havia sido selecionada como fornecedora dos equipamentos. “Estudamos o projeto e conseguimos desenvolver soluções para potencializar resultados e reduzir custos”, explica Paulo Ferreira, diretor comercial da Impsa Wind no Brasil.
Para o projeto, a IMPSA produzirá 120 aerogeradores de 1,5 MW cada, todos produzidos na planta da WPE em Pernambuco. As máquinas possuem rotor de 82 metros de diâmetro e cada torre tem 100 metros de altura do eixo do rotor.


Comentário do Autor: O contrato com a CHESF inclui também a DOISA Engenharia, empresa responsável pela infraestrutura civil do complexo eólico(vias de acesso, plataformas de montagem, edificações, canteiro de obras, etc...)