27/10/2010

Acende Brasil questiona deságios da Eletrobras em leilões de energia

Entidade critica uso político de estatais e vê ameaça à competitividade no setor
Às vésperas de um leilão de transmissão de energia, marcado para novembro, e um de hidrelétricas, previsto para dezembro, o presidente do instituto Acende Brasil, Cláudio Sales, criticou a atuação de empresas de controle estatal nos certames. Para o especialista, que falou com o Jornal da Energia nesta terça-feira (26/10), a Eletrobras, em especial, tem praticado lances de viabilidade econômica duvidosa nas disputas. 
"A Eletrobras e suas subsidiárias, em diversos leilões, surpreenderam o mercado com preços que traziam uma taxa de retorno (para os empreendimentos) muito abaixo do custo do capital investido. Há situações em que o preço ofertado significaria muito mais destruição do que geração de valor para o acionista da Eletrobras - que, se formos ver, somos todos nós", apontou o executivo. 
O presidente do Acende Brasil lembrou como exemplo o primeiro leilão de energia eólica, em dezembro passado, quando a Eletrosul vendeu a energia da usina de Coxilha Negra por R$131 por MWh. Na ocasião, o preço médio do certame ficou em R$148 por MWh. Em entrevista concedida ao Jornal da Energia após o fim da licitação, o presidente da estatal, Eurides Mescolotto, atribuiu o alto deságio à qualidade do projeto e a pré-contratos com fornecedores. 
Para Sales, "as estatais, sabidamente, são alvo de tentativa de uso político" e precisariam, por isso, adotar medidas de governança corporativa para passar transparência e segurança a seus acionistas. O executivo acredita que essa postura evitaria o que, segundo ele, já foi apelidado pelos agentes de "taxa patriótica de retorno" - quando os lances oferecidos nas disputas não são suficientes para tornar o investimento viável de acordo com os padrões do mercado. 
"Isso é muito negativo para o País. Se a empresa vai investir no empreendimento R$100 e vai ter um retorno de R$80, esse recurso seria melhor aplicado se direcionado para saúde, educação. A estatal pode investir, mas tem que fazer com governança corporativa", concluiu o presidente do Acende Brasil.

22/10/2010

Energisa venderá 9MW eólicos no mercado livre

Energia é proveniente de parques que serão construídos no Rio Grande do Norte
A Energisa - responsável por cinco distribuidoras de energia e com ativos em geração - anunciou que sua unidade de comercialização, a Energisa Comercializadora, vai vender no mercado livre cerca de 9MWmédios de energia eólica. A produção será proveniente de cinco parques que o grupo vai construir no Rio Grande do Norte. As usinas foram viabilizadas pela empresa no último leilão de reserva e de fontes renováveis, promovido em agosto.
Segundo a Energisa, os 9MWmédios estarão disponíveis no mercado a partir de 2013 e vão representar uma receita para a companhia superior a R$11 milhões ao ano. A companhia também destaca que sua comercializadora tem crescido a taxas superiores a 100% nos últimos dois anos e conta com clientes de grande porte em sua carteira, como Carrefour, Oi e Eaton.
Destinar parte da produção dos parques para o mercado livre pode ser um modo de aumentar a rentabilidade dos negócios. Isso porque o preço praticado nesse ambiente tem aparecido acima do valor médio de venda de energia no leilão de fontes renováveis, que ficou em R$130,86 para as eólicas.

12/10/2010

Parque eólico Gargaú inicia operação em testes

Usina, instalada no Rio de Janeiro, tem 28MW de potência


A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou nesta sexta-feira (8/10) o início da operação do parque eólico Gargaú, instalado no município de São Francisco de Itabapoana, no Estado do Rio de Janeiro. O empreendimento, que conta com 17 aerogeradores e soma 28MW em potência, vai funcionar a princípio em fase de testes. 
A Gargaú Energética SA, responsável pela construção e operação do parque, tem a obrigação de enviar à superintendência de fiscalização da Aneel o relatório dos testes e ensaios, retificando ou ratificando a potência das unidades geradoras. O prazo para envio das informações é de até 60 dias após a conclusão dos testes.
A solicitação do início da operação comercial da usina só poderá ser feita após a conclusão dos ensaios e poderá estar condicionada à apresentação de documentos à Aneel.
Comentário: Tive o privilégio de participar das negociações e concepção inicial deste parque junto com vários colegas de empreiteiras, cliente, engenharia, etc... Parabéns a todos os envolvidos!

05/10/2010

Por maior retorno, eólica busca equipamento chinês

Preocupado com a queda cada vez maior do preço final do megawatt nos leilões de energia eólica, Otávio Silveira, presidente da Galvão Energia, pretende pesquisar na China equipamentos necessários para suas usinas.
A empresa, que arrematou a concessão de quatro usinas de geração de energia eólica a serem implantadas no Rio Grande do Norte, no mês passado, tem de investir R$ 1,5 bilhão em equipamentos, segundo Silveira.
"Na China, o valor da compra cairia de 15% a 20%, mas seria R$ 1,5 bilhão que poderia estar investido no Brasil e vai para fora, gerando emprego para chineses", diz.
"Diferentemente de americanos e europeus, não trazem a fábrica para o Brasil. O emprego fica lá e eles vendem com uma solução de financiamento acoplada", afirma Silveira.
"Ficamos entre pensar no país e na sobrevivência da empresa."
A Galvão Energia vendeu cada MW pouco acima dos R$ 134,50, dentro do preço médio atingido no primeiro leilão de 26 de agosto, o LFA (Leilão de Fontes Alternativas), enquanto as empresas que participaram do segundo leilão ocorrido no mesmo dia, o LER (Leilão de Energia de Reserva), venderam a mesma energia por cerca de R$ 122,00 em média.
A queda de quase 10% sobre os preços médios do primeiro leilão- que já representaram um patamar inferior ao leilão feito em 2009 e à expectativa do mercado- provocada pela forte concorrência no setor, começa a inviabilizar empreendimentos.
"Não acreditamos que esse preço vá se sustentar, mas, como empreendedores, não podemos esperar", afirma.
"O governo produz tanta competição na geração de energia eólica que isso começa a comprometer a saúde do setor"
"Com 2.000 MW por ano comercializados pelas empresas, R$ 6 bilhões em equipamentos podem deixar de ser comprados no Brasil"
OTÁVIO SILVEIRA
presidente da Galvão Energia