31/07/2009
Procedimentos de Rede do SIN são aprovados em caráter definitivo
Senado propõe Regime Especial de Tributação para Fontes Alternativas
PLS 311/09 tem por objetivo desonerar as pessoas jurídicas que exerçam atividades de pesquisa, desenvolvimento e produção de equipamentos, assim como a geração de energia eólica, solar e marítima
Como forma de estimular os investimentos em fontes alternativas de energia, está sendo proposto no Senado Federal a criação do Regime Especial de Tributação para o Incentivo ao Desenvolvimento e à Produção de Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Reinfa). O PLS 311/09, do senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL), tem por objetivo desonerar as pessoas jurídicas que exerçam atividades de pesquisa, desenvolvimento e produção de equipamentos utilizados na geração de energia a partir de fontes alternativas, bem como de novas tecnologias ou materiais de armazenamento de energia. Também será desonerada a geração de energia eólica, solar e marítima, assim como a produção de veículos tracionados por motor elétrico, híbridos ou não, caso o projeto venha a ser aprovado.
As empresas que se enquadrarem no Reinfa terão incentivos fiscais que abrangem o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), o Imposto de Importação (II), a Contribuição para o PIS/Pasep e a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), inclusive quando incidentes na importação. De acordo com o PLS 311/09, quem aderir ao regime também terá condições especiais de financiamento e prioridade junto a entidades oficiais de fomento para executar projetos ligados nessa área.
Além disso, o projeto estabelece que a geração de energia alternativa, atendidas as exigências técnicas e legais, poderá ser desenvolvida de forma independente por qualquer pessoa física ou jurídica, abrindo espaço para que os agentes possam utilizar ou comercializar sua produção. Dessa forma, as distribuidoras, conforme determina o PLS, deverão priorizar a aquisição de energia limpa desses produtores, cuja despesa também deve ser repassada ao consumidor final isenta dos impostos e contribuições previstos no projeto de lei. Ainda de acordo com o projeto, fica proibida a adesão ao Reinfa de pessoa jurídica optante do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pela Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.
A justificativa para a implementação do projeto de lei, de acordo com Collor, é que o Brasil tem um potencial inexplorado de fontes alternativas de geração de energia. Só em energia eólica, o país dispõe de aproximadamente 140 mil MW por explorar. Além disso, há um apelo mundial pelo aumento da participação dessas fontes na matriz energética, em face do efeito estufa provocado, primordialmente, pelo uso de combustíveis de origem fóssil na produção de energia.
Segundo o senador, o que tem limitado a exploração do potencial de fontes limpas e renováveis é o seu custo mais alto em comparação às fontes convencionais, como as hidrelétricas e termelétricas. Por isso, avalia, seria oportuno a redução da carga tributária incidente sobre essas fontes, de modo a dar condições para seu desenvolvimento. O projeto de lei tramita na Comissão de Serviços de Infraestrutura e será relatado pelo senador Gilberto Goellner (DEM-MT). Depois segue para a Comissão de Assuntos Econômicos, onde tramitará em decisão terminativa. Com informações da Agência Senado.
Fonte: Carolina Medeiros, da Agência CanalEnergia, Mercado Livre - 30/07/2009
Eólica: EPE diz que instabilidade da geração não preocupa
Órgão compara eólicas a hidrelétricas no que diz respeito à intermitência da geração e defende sinergia entre as duas fontes.
O diretor de estudos econômicos e energéticos da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Amílcar Guerreiro, afirmou nesta quinta-feira (30/07) que a instabilidade de geração das usinas eólicas não é uma grande preocupação para o órgão e defendeu os investimentos na fonte.
"A energia hidrelétrica de usinas a fio d'água é muito mais instável do que a eólica e nós lidamos com isso normalmente. Apesar de ser variável, é uma fonte mais previsível", afirmou o diretor, que participou de evento em São Paulo. Guerreiro seguiu comparando as duas fontes. "Dos anos 60 para cá, houve uma grande expansão hidrelétrica e muitos estudos sobre esse recurso. Agora, é preciso fazer isso com as eólicas: ter uma visão sistêmica da fonte. Naquela época, já sabíamos que havia um potencial hidrelétrico muito grande, assim como hoje sabemos do potencial eólico".
Segundo o diretor da EPE, a complementaridade entre os dois recursos é um ponto chave para justificar os investimentos na energia gerada pelo vento. "O grande benefício, muito mais do que a segurança energética e a questão ambiental, é a sinergia entre os recursos hídricos e eólicos. Nos períodos em que há mais vento é justamente quando temos menos água nos reservatórios", justificou.
Leilão - Guerreiro admitiu que o formato do certame de energia eólica, marcado para 25 de novembro, "ainda não é o ideal, mas está próximo". Ele também evitou comentar a quantidade de energia que será ofertada no leilão. "Tem que ser algo compatível com o mercado, que teve uma queda boa, e com a realidade que a oferta de projetos determina. Vamos favorecer a competição". O diretor garantiu que, se desenvolvida uma sinergia entre eólicas e hidrelétricas, será possível oferecer um preço "muito bom para o consumidor".
Fonte: Luciano Costa – Jornal da Energia (www.jornaldaenergia.com.br) – 30/07/2009
30/07/2009
Quantidade de Projetos cadastrados no Leilão de Energia Eólica mostra necessidade de política de longo prazo.
A quantidade de projetos inscritos para o leilão de energia que deverá ocorrer em 25 de novembro de 2009 superou as expectativas do governo e investidores. Os 13.341 MW inscritos são equivalentes à praticamente toda potência gerada pela Itaipu Binacional!
Deve-se lembrar no entanto que as estimativas de quantidade a ser contratada para este leilão será de no máximo 2.000 MW. O mais provável é que sejam leiloados 1.000 MW, isto é, menos de 10% dos projetos tem efetiva chance de conseguir contratos de venda de energia em 2010. Mesmo que 50% destes projetos não sejam habilitados para o leilão, vão sobrar projetos para pelo menos 3 anos.
Tantos projetos já cadastrados são na realidade a demonstração da necessidade de políticas de longo prazo para a geração através de energia eólica. Se aventa na Associação Brasileira de Energia Eólica(ABEEólica) um pleito conhecido como Programa 10-10, isto é, 10.000 MW nos próximos 10 anos. Quando se tem perspectiva definida, fica mais fácil para a indústria em torno da geração eólica crescer. Foi o que aconteceu na Alemanha, e está acontecendo nos Estados Unidos, China e Índia.
O mercado mundial já está se movendo com a previsão de crescimento da energia eólica no Brasil. Investidores, bancos, fabricantes de aerogeradores, demais fornecedores e empresários em geral esperam agora que o governo contribua com a sua parte dando um norte ao novo formato de nossa matriz energética.