28/08/2009

Leilão de eólicas: parques poderão entregar garantias para ICGs após leilão

EPE estuda forma de contornar dificuldades dos geradores eólicos em cumprir com esse compromisso

Os parques eólicos que pretendem participar do leilão de energia eólica poderão entregar as garantias referentes à conexão, via Instalações Compartilhadas de Geração (ICGs), após o resultado do leilão específico para a fonte previsto para 25 de novembro. A informação é de Mauricio Tolmasquim, presidente da Empresa de Pesquisa Energética, que estuda uma forma de contornar as dificuldades dos geradores eólicos em cumprir com esse compromisso.

No certame de biomassa, as usinas entregaram essa garantia antes do leilão, mas no caso das eólicas há dificuldade porque esses projetos só têm o certame para comercializar a energia. E essas garantias de ICGs não são devolvidas após a realização do leilão.

Apesar dessa questão, o executivo reafirmou que o preço da energia eólica deve ficar abaixo dos R$ 200 por MWh. "Isso vai aproximá-las das térmicas", comparou. Ele destacou ainda que uma das vantagens das eólicas, em relação as térmicas, é ter Custo Variável Unitário nulo, assim como as térmicas a biomassa.

Tolmasquim adiantou que a tendência dos leilões de energia de reserva é contratar energia apenas de fontes com CVU zero ou próximo disso. Tolmasquim confirmou que o governo está estudando a regularidade da contratação da energia eólica. "As eólicas podem significar o retardamento de despacho de térmicas a óleo", exemplificou a importância da fonte. Ele estimou também que o potencial eólico do país deve ser no mínimo o dobro dos 143 GW estimados atualmente, devido ao avanço tecnológico.

Fonte: Alexandre Canazio - Agência CanalEnergia - 27/08/2009

27/08/2009

Preço-teto do leilão de eólica será menor de R$200 por MWh, garante EPE

Presidente da EPE dá pistas de quanto será a tarifa do leilão

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, falou nesta quinta-feira (27/08) pela primeira vez que o preço inicial do leilão de eólica ficará abaixo dos R$200 por MWh. "O Proinfa hoje está com uma tarifa atualizada de R$250, mas para o leilão deste ano, o preço vai ser menor que R$200", afirmou, após participar do leilão A-3 de energia nova, que aconteceu, em São Paulo.

O certame específico da fonte, marcado para o dia 25 de novembro, recebeu cadastro de 441 projetos, totalizando 13.341MW de potência instalada. Para Tolmasquim, a sobra de 3.325MW médios de energia em 2012, ano em que as eólicas deverão começar a operar, não preocupa. "Estamos com excedente a partir de 2012, mas a eólica é estratégica para o País, que tem um enorme potencial", avaliou.

Para ele, esta licitação vai ajudar a reduzir os custos de implantação deste tipo de empreendimento no Brasil e ajudar a preservar o nível dos reservatórios das hidrelétricas. "As eólicas do Nordeste têm uma grande complementariedade com a fonte hídrica", explica.

A questão que envolve a forma de conexão dos parques geradores ao Sistema Interligado Nacional (SIN) é muito importante para que o investidor consiga saber se seu projeto será ou não viabilizado. Esta matéria está sendo trabalhada por um grupo da EPE. Tolmasquim contou que para dar mais tempo a este planejamento da localização das subestações coletoras, também conhecidas por ICGs, está sendo estudado permitir ao empreendedores depositar as garantias financeiras depois da realização do leilão.

Fonte: Milton Leal - Jornal da Energia (www.jornaldaenergia.com.br) - 27/08/2009

25/08/2009

Comissão quer votar marco para renováveis antes da COP-15

Presidente da comissão de energia renováveis da Câmara diz que relatório recebeu 88 propostas de emendas.

A Comissão Especial de Energias Renováveis da Câmara dos Deputados tem como meta votar o marco legal para as fontes alternativas de energia até a realização da 15ª Conferência das Nações Unidas para as Mudanças Climáticas (COP-15), que ocorrerá em Copenhagen, na Dinamarca, no dia 7 de dezembro deste ano. A reunião deverá firmar as bases de um novo acordo climático mundial, que substituirá o Protocolo de Kyoto.

De acordo com o presidente da comissão, deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), o relatório recebeu 88 propostas de emendas. O relator da comissão, deputado Fernando Ferro (PT-PE) vai analisar as contribuições e constituir um substitutivo à primeira proposta, que então será votado pela comissão e será encaminhado para o plenário da casa. A expectativa é que o novo relatório seja votado pela comissão em duas semanas.

Loures afirmou que já costurou acordo com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP) para que a matéria seja votada antes da reunião do clima. Após aprovada, a proposta seguirá para o Senado. "Estamos trabalhando para que o projeto de lei seja dispensado das comissões do Senado e seja votado somente no plenário", disse o presidente da comissão.

Ainda segundo ele, o grande volume de emendas são referentes às fontes solar e eólica. No atual relatório, a ideia é promover leilões anuais nos próximos 10 anos para as fontes. "Precisamos de uma diretriz de longo prazo para estimular as indústrias e os investidores", opina Loures.

Outro ponto do projeto de lei diz respeito a uma possibilidade de financiar o desenvolvimento das renováveis no Brasil com parte dos recursos arrecadas com os royalties do pré-sal. "Este é um dos pontos que vai provavelmente ser aprovado por unanimidade", assegura. A microgeração também será incentivada pelo projeto.

Fonte: Milton Leal - Jornal da Energia - 24/08/2009

União Europeia quer fechar 2009 com 8,6GW de nova capacidade eólica

Potência instalada no ano deve ser 1% maior do que a registrada em 2008 Os países da União Europeia esperam terminar o ano com 73,5GW de capacidade instalada em energia eólica, frente aos 64,9GW instalados até 2008. No ano passado, a região havia registrado 8,4GW em novas usinas da fonte. Em 2009, o número deve fechar em 8,6GW, segundo estimativas da Associação Europeia de Energia Eólica (EWEA, na sigla em inglês). A EWEA afirmou em nota que os resultados são surpreendentes devido aos efeitos da crise financeira mundial que ainda influem negativamente no setor. Segundo a associação, o ano de 2010 deve marcar o teste da energia eólica frente à recessão econômica. A EWEA afirma ainda que espera providências dos governos europeus para que os bancos possam oferecer financiamento para os projetos da área. Fonte: Jornal da Energia - 24/08/2009

24/08/2009

Contratar mais de 1.000MW no leilão eólico é um risco grande, diz Hubner

Diretor-geral da Aneel afirma que não tem sentido importar equipamentos A pouco mais de três meses da realização do primeiro leilão de energia eólica do Brasil, o Ministério de Minas e Energia (MME) ainda trabalha para calcular dois importantes números do processo licitatório: a quantidade de energia que será contratada e o preço-teto do MWh que será gerado pelas usinas.
Dos 441 projetos cadastrados junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE), que somam 13.341MW de potência instalada, uma boa parte não deverá ser contratada. O diretor de desenvolvimento energético do MME, Hamilton Moss, disse que a pasta ainda não definiu o preço inicial do leilão nem o montante que será contratado. “Ainda estamos trabalhando. Mas é mais ou menos esse número que está na boca do povo”, afirmou. De acordo com agentes e especialistas, o MME trabalha com a intenção de licitar cerca de 1.000MW a preços na casa dos R$200 por MWh.
Para o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, que já foi ministro do MME, leiloar mais de 1.000MW seria muito risco. “Eu não contrataria, acho muito arriscado. Não tem sentido ficar importando os equipamentos. Temos que trazer a eólica para o Brasil. O certo é irmos aos poucos. Contrata um pouco agora, no ano que vem repete a dose e vamos ampliando”, afirmou, após participar da abertura do 4º Congresso Internacional de Bioenergia, realizado em Curitiba.
Para Hubner, o risco associado à contratação de uma grande quantidade de projetos decorre do que ele chama de insucesso do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas (Proinfa), que no setor eólico apresentou vários problemas e atrasos.
Fonte: Milton Leal - Jornal da Energia - 20/08/2009

19/08/2009

Cinco razões para agir

Recomendo o vídeo muito interessante do link abaixo: http://www.windpowerworks.net/pass_it_on/start_generating_the_power_of_change/five_reasons_to_act.html Energia Eólica: Cinco razões para agira agora: 1. A Energia eólica é limpa, sua viabilidade está comprovada e está disponível em quase toda o planeta; 2. A energia eólica faz parte do mix de enegético de 70 países; 3. Centrais de Geração a partir de Energia eólica podem ser implantadas em larga escala em uma questão de meses; 4. A energia eólica evitará a emissão 10 bilhões de toneladas de CO2 até 2020; 5. Precisamos desenvolver a tecnologia eólica como forma de contribuir no esforço para evitar as mudanças climáticas. A energia eólica é uma realidade... passe isto adiante! Nossos líderes devem conhecer estess fatos. devemos agir agora.

Traduzido de: http://www.windpoweroworks.net/

Infraestrutura rodoviária deve encarecer projetos eólicos

Para pesquisador, estradas precárias podem até mesmo inviabilizar usinas
O leilão de energia eólica, marcado para 25 de novembro, atraiu o interesse dos investidores, que inscreveram 441 empreendimentos somando 13.341MW em potência instalada junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para participar do certame. O Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) da Universidade Federal do Rio de Janeiro, porém, alerta para o que pode se tornar um gargalo para a fonte: o transporte rodoviário.
O pesquisador do grupo Guilherme Dantas acredita que as estradas precárias devem encarecer os projetos, podendo e até mesmo inviabilizá-los. Segundo Dantas, o maior potencial brasileiro de geração eólica está no Nordeste, onde não há estrutura para o transporte das grandes torres utilizadas nos parques eólicos.
Entre os projetos inscritos para o leilão de novembro, 73% são localizados no Nordeste - o que corresponde a 322 usinas e 9.549MW de capacidade instalada, 72% do total.
Fonte: Jornal da Energia - 18/09/2009

16/08/2009

Livro sobre energia eólica será lançado na próxima terça-feira

Agregar teoria e prática é fundamental para fazer avançar os estudos e o desenvolvimento do aproveitamento da energia eólica. Esta é a perspectiva apresentada pelo livro ENERGIA EÓLICA para produção de energia elétrica, do engenheiro Ronaldo dos Santos Custódio, editado pela Eletrobrás, e que será lançado no dia 18 (próxima terça-feira), às 20h30, na Expo Unimed Curitiba (campus da Universidade Positivo), durante o 4º Congresso Internacional de Bioenergia, em Curitiba (PR).
Custódio é engenheiro eletricista formado pela Universidade Federal de Santa Maria (1986) e mestre em engenharia elétrica, com dissertação em energia eólica, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2002. Estudioso do vento como fonte para produção de energia, o autor oferece uma obra completa e também um seguro ponto de partida aos que não possuam conhecimento e queiram desenvolver-se na área.
Estruturado em 12 capítulos, o livro aborda e sistematiza parâmetros de projetos de fazendas eólicas (o terreno e sua influência no vento, o vento, aerogeradores e sua disposição e a conexão ao sistema elétrico), que permitem elaboração de metodologia para estudos, projetos e implantação de fazenda eólica. “O livro do engenheiro Ronaldo dos Santos Custódio, que reúne reconhecida competência técnica e acadêmica, constitui obra do gênero inédita em nosso país. Traça roteiros objetivos das etapas a serem vencidas para a elaboração de um empreendimento de qualidade no setor, além de ser uma importante contribuição para o desenvolvimento e a consolidação dos aproveitamentos eólicos no Brasil”, registra Dilma Rousseff, ministra da Casa Civil, na apresentação da obra.
Estudos minuciosos sobre terreno e sua influência no vento; os ventos, seus aspectos robabilísticos e características; a disposição das máquinas no parque eólico para maior eficiência da usina, tipos de máquinas, critérios para definição das distâncias entre os aerogeradores e sua disposição no terreno, e estudos de conexão da usina na rede são as linhas mestras deste trabalho.
Fonte: Portal Paraná Shop – 16/08/2009

13/08/2009

Vestas fecha fábricas na Inglaterra

A Vestas, um dos principais fornecedores mundiais de componentes para parques eólicos, decidiu encerrar duas fábricas de pás no Reino Unido, levando para o desemprego 425 pessoas, segundo um comunicado hoje divulgado pela Vestas. A empresa, que já forneceu para 'players' portugueses como a EDP e a Enersis, informou hoje os seus colaboradores desta decisão. O encerramento vem na seqüência de um anúncio feito a 28 de Abril de que o grupo iria reduzir a sua capacidade de produção no Norte da Europa.
"Ao mesmo tempo, a Vestas está a investir numa base de produção significativa nos Estados Unidos da América (EUA). A expansão nos EUA criou um substancial excesso de capacidade produtiva no Norte da Europa", explica a fabricante de material eólico. A empresa chegou a exportar parte da produção de pás da fábrica de Isle of Wight para os EUA, procurando na unidade britânica converter o perfil de produção para um produto mais adequado ao mercado nacional, o que a Vestas não conseguiu devido a algumas condições desfavoráveis, em particular a crise de crédito. Durante o processo de decisão de fechamento das duas fábricas inglesas a Vestas conseguiu recolocar 40 colaboradores na sua unidade britânica de investigação e desenvolvimento. Até ao encerramento definitivo, haverá 57 empregados que continuarão a trabalhar nas fábricas.
Com sede na Dinamarca, a Vestas é um dos principais fornecedores de turbinas eólicas do mundo. Uma das últimas aquisições de material feitas pela EDP Renováveis foi com este fabricante. No final de Março a EDP Renováveis anunciou a compra de 76 aerogeradores à Vestas para os seus projectos eólicos na Romênia, a instalar entre este ano e o próximo.

Fonte: Miguel Prado - Jornal de Negócios - Lisboa - 12/08/2009

12/08/2009

Inauguração Parque Eólico Praia Formosa

Será inaugurado no próximo dia 21 de agosto o parque eólico de Praia Formosa localizado em Camocim, estado do Ceará. Com 50 aerogeradores de 2,1 MW totalizando 104,1 MW, será o maior parque eólico do nordeste e o segundo maior do Brasil. Com a entrada deste parque, o Ceará passará a ser o estado com a maior geração de energia por fonte eólica do país.
Aproveito a ocasião para parabenizar os envolvidos neste projeto. Com informações de Sergio de Sousa - Diário do Nordeste de 10/08/2009.

11/08/2009

Chineses incluem energia eólica entre prioridades estratégicas, enquanto no Brasil essa alternativa ainda é pouco explorada.

Um dito atribuído ao romano Sêneca afirma que não existe vento a favor de quem não sabe a que porto quer chegar. A tirada se aplica bem à ausência de uma política audaciosa do governo brasileiro para fazer deslanchar as energias alternativas, em especial a eólica - a eletricidade gerada pelos ventos.
É o setor energético que mais cresce no mundo, tendo multiplicado por 15 a capacidade instalada de geração em dez anos. Dos 121 mil megawatts (MW) existentes em 2008, 403 MW (0,3%) estão no Brasil. Os campeões são os EUA (21%), a Alemanha (20%) e a Espanha (14%), mas a China chegou ao quarto lugar (10%) depois de duplicar a capacidade entre 2007 e 2008.
A administração Lula, que só pensa no pré-sal, mal acordou para o caráter estratégico dessa corrida. Contemplou a energia eólica, é verdade, em seu pouco ambicioso programa de fontes alternativas (Proinfa). Sem ele, o país ainda estaria no patamar de 29 MW (2005), como assinalou o jornal "Valor Econômico". Mas a capacidade atual representa menos de dois milésimos do potencial existente no território nacional, em particular no Nordeste e no Sul.
A energia dos ventos é cara, já se sabe, mas os preços estão caindo. Para ganhar escala, necessita de apoio e incentivos governamentais, como ocorreu com o Proálcool e como ocorre agora com os parques eólicos naqueles países que se decidiram a multiplicá-los, de olho na redução de gases do efeito estufa emitidos por termelétricas a carvão, gás e óleo e na diminuição de sua dependência de petróleo.
A eletricidade das turbinas de ar também é pouco confiável, porque os ventos variam muito. No Brasil, contudo, eles se apresentam mais intensos no período em que escasseiam as chuvas e se esvaziam os reservatórios das represas. Tem, portanto, a vantagem adicional de complementar o sistema hidrelétrico e aumentar a segurança do fornecimento de energia. Além do Proinfa, o governo federal criou no BNDES linhas especiais para financiar produção, exportação e instalação de turbinas, neste último caso gerando uma capacidade instalada de 300 MW. Há ainda um leilão específico para contratar energia eólica marcado para novembro, ao qual se habilitaram 441 projetos, que totalizam 13,3 mil MW. Uma boa surpresa, mas é imprevisível quantos deles se materializarão, se contratados, como ensina a experiência do Proinfa.
Compare-se isso com o caso da China, onde se constroem no presente seis parques eólicos com capacidade de 10 mil MW a 20 mil MW -cada um. Além da energia, o governo do país mais poluidor do planeta (ao lado dos EUA) espera gerar com eles demanda doméstica em escala suficiente para impulsionar sua própria indústria, à qual dá clara preferência nas licitações (já sob acusações de protecionismo). Pequim, como se vê, sabe exatamente o que quer: dominar o bilionário mercado de turbinas no futuro próximo.

Fonte: Editorial Folha de São Paulo - 10/08/2009

10/08/2009

Paulo Ludmer: Energia eólica, um bem ao pós-crise

Reproduzo abaixo artigo bastante esclarecedor do brilhante engenheiro e escritor. Foi publicado no DCI de 07/08/2009. Boa leitura.
Energia eólica, um bem ao pós-crise
Se o governo brasileiro pretende rapidamente se sair bem, depois da crise, deve priorizar recursos para o investimento em infraestrutura e conter a expansão de gastos correntes. Em energia, pode fazê-lo em eólica, a exemplo de Barack Obama.

O primeiro mito a desfazer é o de que a energia eólica é cara. Nada menos do que 46% dos gastos dos investidores, antes de o parque eólico iniciar sua operação, são encargos e tributos. A taxa é de 35% para novas hidroelétricas. Caras? Há uma pilhagem da coletoria que estraga as aparências. Nada paroquial, defendo a desoneração de toda a cadeia energética como essencial à retomada de padrões de competitividade da economia brasileira. Não é demais repetir que as usinas eólicas podem, em 18 meses, preencher com vantagens (são mais limpas e seu kWh é mais barato) as lacunas sujas e caras no Plano Decenal de Energia. Esses vácuos vão sendo criados nas projeções de oferta de energia nova, com a desistência de termoelétricas a óleo combustível e a diesel, que deixam de ser construídas devido ao câmbio e à dificuldade de crédito. Essas obras venceram leilões de energia nova e a EPE contava com elas.

Para o leilão exclusivo de energia eólica programado para 25 de novembro falta uma desoneração fiscal importante, que traduza uma aposta estratégica na energia obtida pelos ventos. É preciso dar força aos fabricantes brasileiros e àqueles que estão se esforçando para se instalar no Brasil. Uma ferramenta de governabilidade é a fiscal, e o Ministério da Fazenda emite sinais nesta direção. Também há que lubrificar as importações indispensáveis ao nascimento do Programa Eólico Nacional.

Não se cogita arrefecer os esforços na ampliação do parque hidroelétrico, até porque a eólica lhe é complementar. Mas é preciso elevar o casamento água-vento-biomassa por uma efetiva expansão das energias renováveis. Os grandes consumidores industriais não devem temer os preços das eólicas, por motivos de historicidade. O País precisa dispor do domínio dessa tecnologia; de seu marco regulatório; de seus recursos humanos; de seus efeitos ambientais; de sua geopolítica; de sua previsibilidade e de sua economicidade. Se um parque eólico robusto já estivesse operando, os grandes consumidores estariam economizando uma fortuna pela brutal redução nos Encargos de Serviços de Sistema. Ganhariam em PLD (preço spot), em menor risco de déficit e PMO (preço marginal de operação), livrando-se de hidrocarbonetos voláteis e importados. Por tudo isso, deve-se desejar absoluto sucesso ao leilão de eólica. Nele, há mais de 13 GW de projetos inscritos na Aneel, alguns preenchidos a caneta, de improviso sobre seu balcão de recepção.

Outros, contendo 600 páginas cada um, foram elaborados a pelo menos 30 mil euros por usina.Estamos em agosto, a dois meses do certame. Como a Aneel/EPE selecionará os 441 projetos? Quais serão os critérios? Haverá transparência? Nem o Operador Nacional do Sistema, nem a EPE, em suas projeções, incluíram a energia eólica de modo concomitante ao leilão. Estarão escondendo a quantidade que pretendem contratar? Estarão apostando num retumbante fracasso? O leiloeiro -o governo- é poderoso porque define o preço de partida e a quantidade que deseja negociar. Nos EUA vige o sistema de cotas de eólica impostas obrigatoriamente a cada distribuidora (não há estímulo à competição). Nos demais países em que a eólica prosperou aplicou-se o feed-in , algo como o Proinfa. Portanto, não é de estranhar que segmentos do setor eólico estejam cobrando do governo um Proinfa II, previsto em lei. Os preços de peças e componentes eólicos no mundo desabaram. Há elevados estoques, devido à crise. Há uma mão de obra muito qualificada, até treinada na Alemanha, excluída entre nós. Por isso o melhor seria, dentro de um Programa Eólico, realizar leilões regulares e sistemáticos. O leilão de 25 de novembro trará ótimos resultados se se desdobrar, digamos, em entregas picotadas, entre 2011, 2012 e 2013. Isso asseguraria previsibilidade e continuidade aos 2 mil fabricantes de peças e componentes, logística e parceiros securitários e financeiros, evitando descumprimentos de metas e prazos.

Fonte: Diário do Comércio, Industria e Serviços - DCI – São Paulo / SP – 07/08/2009

07/08/2009

Impacto da inclusão de aerogeradores na Qualidade de Energia e Estabilidade do Sistema Interligado

A medida que aumenta a quantidade de centrais geradoras de energia eólica no SIN cresce a preocupação com a influência dos aerogeradores sobre a qualidade de energia e sobre a estabilidade do sistema ainda que estes fatores sejam parte das próprias exigências dos órgãos reguladores nas diferentes fases do empreendimento.
Recomendo a leitura do artigo "Review of International Grid Codes for Wind Generation" elaborado por Natalia Sangroniz, José Arturo Mora e Mateus Duarte Teixeira. O artigo trata dos requisitos de rede para qualidade de energia e conexão de geração eólica em diversos países.
Foi brilhantemente apresentado junto com outros artigos pelos colegas Mateus e Guilherme Steilein no último CBQEE - Conferência Brasileira sobre Qualidade da Energia Elétrica, realizado esta semana em Blumenau.
Agradeço muito a colaboração do Mateus para este blog. Que seja a primeira de muitas!
O artigo pode ser baixado no link:

06/08/2009

Inauguração do Parque Eólico Praias de Parajuru

A Impsa e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) inauguram no próximo dia 20 o Parque Eólico de Praias de Parajuru - em Beberibe, estado do Ceará. Tenho orgulho de ter participado ativamente neste projeto juntamente com vários profissionais dedicados das empresas contratadas para a implantação do parque. Parabéns a todos envolvidos!

Para entender melhor o Brasil e seus problemas.

Sugiro a leitura do artigo do brilhante engenheiro e escritor Paulo Ludmer no link abaixo: http://www.canalenergia.com.br/zpublisher/materias/Newsletter.asp?id=72969

05/08/2009

Ainda sobre créditos de carbono e energia eólica

Durante o evento Power Future 2009, a respeito de energias renováveis, ocorrido em Fortaleza no fim de junho, o superintendente de gestão do PROINFA, Sr. Sebastião Florentino, foi questionado sobre o gestão dos créditos de carbono de projetos enquadrados no PROINFA. Sua declaração foi, em linhas gerais, a seguinte: "Os créditos de carbono não são da ELETROBRÁS, pertencem ao consumidor." Quando questionado o porque de a ELETROBRÁS não ter registrado nenhum projeto até o momento informou que o mercado de créditos de carbono é muito volátil e, por isto, decidiu-se não registrar projetos pois o custo para o desenvolvimento poderia ser maior que o montante de créditos de carbono obtidos. A pergunta a fazer é: quantos projetos do PROINFA poderiam ter se viabilizado se o incremento de receitas através de créditos de carbono fosse permitido? Ainda: Como a ELETROBRÁS não investiu em projetos para transformar estes créditos em receita financeira, que benefício o consumidor obterá?
Felizmente para o próximo leilão de energia eólica não haverá restrições para exploração de CER(Créditos por emissões reduzidas) nestes projetos. Se cumprir-se a expectativa em torno de 1.000 MWmédios no próximo leilão de energia, teríamos emissão reduzida de aproximadamente 2,7 milhões toneladas de CO2 por ano (números de 2008) a partir de 2012.
No evento também foi citada a grande participação de China e Índia em projetos de créditos de carbono, principalmente com energia eólica. O fato é que 1 MW de energia eólica gerado nestes países, cuja matriz energética é mais suja, vale mais créditos de carbono do que o equivalente gerado no Brasil, onde a participação de energias renováveis é maior. Aliado a outros fatores isto permitiu o grande crescimento da geração eólica observado nestes paises. Conclusão: o Brasil é penalizado por ter a matriz energética mais renovável.
Dentre os negócios com potencial para projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, a geração a partir de fonte eólica é de longe um dos mais aceitos pelo UNFCCC. A liberação para o desenvolvimento de projetos de MDL (ou similares) já é uma realidade. Ainda faltam entraves burocráticos a serem resolvidos. É preciso acelerar o ritmo de mudanças para garantir que o Brasil seja parte importante nesta combinação de geração de desenvolvimento sustentável e compromisso com a preservação do planeta.

Eólica Gargaú firma seguro acima dos R$ 140 milhões com Allianz

Seguradora conquistou apólice de riscos de engenharia e responsabilidade civil da usina, que tem previsão de entrada em operação em 2010
A seguradora Allianz é a responsável pela apólice de riscos de engenharia e responsabilidade civil da usina eólica Gargaú, que está em construção em São Francisco de Itabapoana, no norte do Estado do Rio de Janeiro. A companhia concedeu ainda seguro perda de lucro esperado, que garante a receita da venda de energia, em caso de ocorrência de danos físicos que possam impactar no início da operação da usina. Segundo a Allianz, o valor em risco é de mais de R$ 140 milhões.
A transação foi efetuada com a assessoria técnica da AD Corretora de Seguros Ltda. Com previsão de entrada em operação em 2010, o empreendimento pertence ao grupo da Ecopart Investimentos S.A., cujos acionistas são Ecoinvest e Taelinvest que é o fundo de private equity do Grupo Ouroinvest. A usina contará com 28,05 MW de capacidade instalada, distribuídas em 17 aerogeradores. A eólica Gargaú está prevista no Programa de Incentivos às Fontes Alternativas de Energia Elétrica.
Fonte: Agência Canal Energia, Negócios 04/08/2009

04/08/2009

China duplica capacidade instalada de energia eólica no semestre

11,8 mil MW a mais fazem potencial instalado aumentar em 101% A capacidade de geração de energia eólica instalada na China aumentou 11,8 mil MW no primeiro semestre deste ano, número que dobra o potencial elétrico desta fonte na matriz do país.
Shu Yinbiao, vice-diretor geral da State Grid Corporation (das maiores empresas do setor na China), afirmou que a capacidade cresceu 101% neste ano é mostra que o país está se esforçando para usar fontes de energia renováveis, segundo publicou o China Daily nesta segunda-feira (03/08).
O potencial instalado de energia eólica na China cresceu nos últimos anos com as políticas do governo local, que fizeram com que tal fonte chegasse aos 12 mil MW no final do ano passado, atrás apenas de EUA, França e Espanha.
Desde 2006, o incentivo visa diminuir a geração por fontes de carbono, que são mais de 70% da energia consumida na China. Segundo dados do governo, as fontes nuclear, solar e eólica somavam 7% do total do consumo, e devem chegar aos 15% em 2020.
Fonte: Jornal da Energia - 03/08/2009

Créditos de carbono engordam retorno dos investimentos

De acordo com consultoria, cada MW instalado de usinas eólicas pode render ao investidor 3,2 mil euros ao ano na venda dos créditos de carbono
O planejamento de investimento de um parque eólico pode ficar bastante diferente se o empreendedor levar em consideração a possibilidade de comercializar os créditos de carbono (CC) que podem ser gerados por essa fonte de energia limpa e renovável. A pedido da reportagem do Jornal da Energia, a Ecopart, consultoria especializada na estruturação de créditos de carbono, projetou o valor da venda dos CCs que as centrais eólicas que disputarão o leilão específico de novembro podem arrecadar.
Para cada MW instalado, a empresa chegou a conclusão que no primeiro ano de emissão dos créditos, seria possível obter cerca de 3,2 mil euros. Assim, um parque de 100MW, por exemplo, conseguiria em um ano 320 mil euros. O consultor da Ecopart Marco Mazzaferro explica que este é o valor projetado para o primeiro ano de emissão dos CCs, que seria em 2014. As usinas que disputam o 1° certame de energia eólica entrarão em operação em 2012, mas o processo de registro e validação dos créditos demora de 1,5 a 2 anos.
Segundo ele, é bastante difícil provisionar os ganhos para os 20 anos de contratos que as eólicas firmarão com o governo. Mas se nenhum efeito inflacionário for considerado, a mesma central eólica de 100MW conseguiria 6,4 milhões de euros durante o período, o que corresponde ao custo de implantação cerca de 3MW instalados do parque. “Eu acho que o investidor que é coerente e precavido ele vai colocar isso na planilha”, avalia o diretor-executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Pedro Perreli.
Cada crédito de carbono corresponde a retirada de um tonelada de CO2 da atmosfera. Hoje, cada CC vale no mercado 2,68 euros. Em 2014, Mazzaferro acredita que cada um corresponderá a 6 euros. Para os cálculos, o consultor utilizou um fator de capacidade médio das usinas de 35%. O consultor da Ecopart alerta, porém, que a obtenção dos CCs não é garantida. “Existe todo um processo de aprovação, registro e validação dos créditos. Não é garantido, mas se feito corretamente, as chances de se obter são boas”, opina. Fonte: Milton Leal – Jornal da Energia <www.jornaldaenergia.com.br > - 04/08/2009

Torre de Aerogerador flutuante

Vídeo de montagem de aerogerador em base flutuante na Europa: Clique no link: http://aeiou.expresso.pt/video-primeira-eolica-flutuante-instalada-no-mar-da-noruega=f528606#commentbox

Estudo sobre desoneração do setor será entregue ao MME em agosto

Financiamentos mais baratos para o setor também são discutidos pela associação A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) prepara um estudo sobre medidas possíveis para a desoneração tributária do setor. O ministério de Minas e Energia havia solicitado à associação opiniões sobre os gargalos da política fiscal na indústria de equipamentos para o setor. “Na última semana realizamos um workshop com 60 empresas para discutir a questão. O estudo deve ficar pronto até o fim de agosto. Então será encaminhado e discutido com o ministério”, afirmou à reportagem do Jornal da Energia o diretor-executivo da Abeeólica, Pedro Pereli, que participou de evento sobre energia eólica em São Paulo.
Segundo o diretor, o documento também vai abordar a questão dos recursos para projetos inscritos no leilão. A associação procura canais de financiamento mais baratos para os investidores de energia eólica. Perreli revelou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Banco do Nordeste (BNB) estão entre as alternativas abordadas no estudo.
Fonte: Luciano Costa - Jornal da Energia - 31/07/2009