04/08/2009

Créditos de carbono engordam retorno dos investimentos

De acordo com consultoria, cada MW instalado de usinas eólicas pode render ao investidor 3,2 mil euros ao ano na venda dos créditos de carbono
O planejamento de investimento de um parque eólico pode ficar bastante diferente se o empreendedor levar em consideração a possibilidade de comercializar os créditos de carbono (CC) que podem ser gerados por essa fonte de energia limpa e renovável. A pedido da reportagem do Jornal da Energia, a Ecopart, consultoria especializada na estruturação de créditos de carbono, projetou o valor da venda dos CCs que as centrais eólicas que disputarão o leilão específico de novembro podem arrecadar.
Para cada MW instalado, a empresa chegou a conclusão que no primeiro ano de emissão dos créditos, seria possível obter cerca de 3,2 mil euros. Assim, um parque de 100MW, por exemplo, conseguiria em um ano 320 mil euros. O consultor da Ecopart Marco Mazzaferro explica que este é o valor projetado para o primeiro ano de emissão dos CCs, que seria em 2014. As usinas que disputam o 1° certame de energia eólica entrarão em operação em 2012, mas o processo de registro e validação dos créditos demora de 1,5 a 2 anos.
Segundo ele, é bastante difícil provisionar os ganhos para os 20 anos de contratos que as eólicas firmarão com o governo. Mas se nenhum efeito inflacionário for considerado, a mesma central eólica de 100MW conseguiria 6,4 milhões de euros durante o período, o que corresponde ao custo de implantação cerca de 3MW instalados do parque. “Eu acho que o investidor que é coerente e precavido ele vai colocar isso na planilha”, avalia o diretor-executivo da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Pedro Perreli.
Cada crédito de carbono corresponde a retirada de um tonelada de CO2 da atmosfera. Hoje, cada CC vale no mercado 2,68 euros. Em 2014, Mazzaferro acredita que cada um corresponderá a 6 euros. Para os cálculos, o consultor utilizou um fator de capacidade médio das usinas de 35%. O consultor da Ecopart alerta, porém, que a obtenção dos CCs não é garantida. “Existe todo um processo de aprovação, registro e validação dos créditos. Não é garantido, mas se feito corretamente, as chances de se obter são boas”, opina. Fonte: Milton Leal – Jornal da Energia <www.jornaldaenergia.com.br > - 04/08/2009

Um comentário:

  1. Uma curiosidade: Como nossa matriz energética é mais renovável(maior participação de hidraúlica) que a da China, um crédito de carbono de eólica brasileiro vale menos do que um credito de carbono de eólica proveniente da China. Neste caso somos penalizados por ser ambientalmente corretos! Um absurdo.

    ResponderExcluir