28/07/2011

Iberdrola e Gamesa anunciam fim de acordo estratégico

Geradora e fabricante mantinham vínculo na elaboração de projetos eólicos 
A geradora Iberdrola e a fabricante de aerogeradores Gamesa anunciaram nesta quinta-feira (28/07) o fim do acordo estratégico que mantinham na elaboração de novos parques eólicos. As razões, segundo comunicado, é a conjuntura econômica mundial, que modificou as condições de mercado, assim como a estratégia de ambas as companhias espanholas. 
O acordo, firmado inicialmente em junho de 2008, estabelecia um negócio de promoção e desenvolvimento conjunto dos projetos eólicos. Ainda assim, as empresas informaram que "esperam continuar colaborando com a consolidação de suas posições no setor". 
No Brasil, as duas companhias deram recentemente sinais de que estão investindo na busca de uma posição ainda mais firme no mercado nacional. Enquanto a Iberdrola anunciou que pretende assumir o controle da Neoenergia, onde já possui participação, como forma de aumentar a participação no País, a Gamesa inaugurou uma nova planta na Bahia, onde montará turbinas. 
Até o momento, as empresas têm sido sócias por aqui - a Iberdrola é a primeira cliente da fábrica da Gamesa e utilizará os aerogeradores produzidos em Camaçari em seus projetos eólicos já inscritos em leilões.

24/07/2011

Rio Grande do Norte e Ceará podem padronizar licenciamento para eólicas

Comentário: Boa notícia se for concretizado. Ritos de licenciamento precisam ser agilizados. Entre os vários argumentos leve-se em conta a similaridade dos projetos e locais, o que permitiria uma análise racional em curto tempo. Segue matéria: 
Órgãos locais admitem força-tarefa para atender avalanche de projetos às vésperas de leilões
Juntos, os estados de Rio Grande do Norte e Ceará correspondem à metade das inscrições de parques eólicos para os próximos leilões de reserva e A-3, seja por número ou capacidade instalada dos projetos. Porém, apesar da proximidade territorial, os órgãos estaduais trabalham de forma bastante diferente no processo de licenciamento ambiental para os empreendimentos, disparidade que pode deixar de existir no cadastramento para os próximos certames.
Hoje, os parques cearenses são os únicos do País que passam pela apresentação do Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto do Meio Ambiente (EIA-Rima) na obtenção da licença prévia necessária para se inscreverem nos leilões. No caso do Rio Grande do Norte, por exemplo, basta um Relatório Ambiental Simplificado (RAS) para que o empreendedor vá ao certame com a respectiva LP. 
Porém, a esfera federal já tem uma pré-disposição a padronizar o procedimento nos estados vizinhos, segundo afirmou ao Jornal da Energia o coordenador responsável pelo licenciamento das eólicas no RN, Iron Medeiros. Segundo ele, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do estado (Idema) está aberto para a troca de experiências com o Ceará. "A gente tem de entender como é o licenciamento de lá e eles o daqui. Trocar os ensinamentos e montar um termo de referência padrão para os dois". 
A princípio, continua Medeiros, o órgão potiguar não entende o porquê de se condicionar um EIA-Rima no processo. Questionado se a principal dificuldade seria o custo, o especialista acredita que o gargalo mais relevante seria o tempo. "No EIA-Rima você tem prazos legais apertados, como 30 ou 45 dias para realizar as audiências públicas. E o que fazemos aqui [RAS] é muitas vezes tratado como um modelo mais complexo". 
A demanda de projetos às vésperas de cada certame - são 103 inscritos no Ceará (2.427MW) e 116 no Rio Grande do Norte (3.012MW) - tem sido também um problema. Tanto que, no RN, foi criado um grupo exclusivo para parques eólicos, já que os processos são solicitados cerca de três ou quatro meses antes do leilão. Ainda assim, segundo as fontes ouvidas pela reportagem, forças-tarefa espalhadas pelo País têm conseguido emitir as licenças necessárias para que os investidores consigam efetuar os cadastramentos. 
Tentativa de inovação 
No Ceará, a busca de uma otimização do sistema neste ano acabou levando a um trabalho dobrado para a Secretaria de Meio Ambiente local (Semace). O órgão criou para este certame a figura da Licença Prévia de Leilão, com base no RAS, julgando tornar a dinâmica ainda mais restritiva. Mas, pouco antes do limite para as inscrições, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) voltou a pedir a LP convencional. 
"O formato que havia sido proposto deixou o jurídico da EPE fragilizado, perguntando como poderiam contratar uma energia por 20 anos com uma licença que é provisória. Então voltamos à estaca zero, e criamos uma instrução normativa que instituiu que todos os projetos com RAS terão um termo de referência com LP por dois anos e até um ano e meio para apresentar o EIA-RIMA", detalha o presidente da câmara setorial estadual que debate o tema e fundador da Associação Brasileira de Energia Eólica, Adão Linhares. 
Na ocasião da mudança da regra, explica o químico industrial do Semace, Alexandre Pinto, já havia cerca de 40 LPLs prontas. "Eu, particularmente, achei a ideia muito boa, porque é uma etapa a mais. Se você passa da LPL com o RAS, você apresenta o EIA-RIMA na Licença de Instalação. Os empreendedores gostaram, aplaudiram". O técnico destacou ainda que a dificuldade em se fazer o licenciamento com a avalanche de projetos na última hora: segundo ele, são cerca de dez profissionais envolvidos na visita aos terrenos. 
Durante o All About Energy, evento de energias renováveis realizado em Fortaleza, Ceará, na primeira semana de julho, o superintendente da Semace, José Ricardo de Araújo Lima, inclusive ouviu alguamas críticas sobre as dificuldades de licenciamento ambiental no estado. Após explicar o caso da revogação da LPL, o representante do órgão foi questionado exatamente sobre essa diferença de procedimento que estaria, supostamente, beneficiando os projetos no Rio Grande do Norte. 
Em cima disso, o presidente da Abeeólica, Ricardo Simões, sai em defesa dos cearenses. "Sou testemunha do esforço do governo para dotar o estado de competição para o leilão. O que temos é uma demanda muito grande, e há pluralidades em cada estado, com áreas diferentes, mais ou menos proximidade do litoral. O que eu vejo é que os órgãos não têm dado conta do volume de pedidos. Mas não estou convencido que a unificação dos procedimentos é o melhor caminho", disse. 
Sem problemas no Sul 
Do extremo oposto do País, mas também com grande destaque no número de parques eólicos, está o Rio Grande do Sul. Com 92 projetos (2489MW) inscritos, o presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Carlos Niedersberg, também fala sobre a busca de eficiência em meio à grande quantidade de processos a serem emitidos. "Temos de fazer isso com velocidade. No geral, temos um zoneamento legal, do ponto de vista do vento e da locação, e não temos tido muitos problema". 
Sobre os custos, Niedersberg afirma que "uma opção para o empreendedor é sempre buscar um lugar melhor para se instalar, fugindo das dunas, andando uns 50 ou 100 metros para o lado e encontrando um local que deixe o projeto mais barato". Por fim, o especialista não vê uma possibilidade concreta para padronizações nacionais, já que a questão depende muito das condições locais. "A resolução hoje é bem construída. O que se tem é que não se pode sobrepor as áreas de proteção permanente (APPs), mas cada lugar tem uma característica".

22/07/2011

Abeeólica vê fonte competitiva em ambos os leilões, mas questiona diferença de preço

Certame A-3 tem tarifa-teto de R$139 por MWh, enquanto o de reserva terá início com valor de R$146 por MWh 
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou preços-teto diferentes para os leilões de energia A-3 e de reserva que irá promover em agosto. Para o presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Ricardo Simões, ainda não está clara esta intenção da agência em firmar uma diferença de R$7 por MWh (respectivamente R$139 e R$146/MWh), mas a usinas que utilizam a força dos ventos entrarão fortes em ambos os certames.
Apesar de desconhecer os motivos da disparidade nos preços das licitações, Simões considera justo o patamar colocado pelo governo. "O teto fixado faz todo sentido, por volta de R$140/MWh. Mas não entendemos a razão dessa mudança, dessa diferença. Talvez R$146/MWh para ambos seria o ideal. Vamos ver a publicação do edital na íntegra para ver se alguma alteração relevante no edital justifica essa diferença de preços", afirmou o especialista em entrevista ao Jornal da Energia. 
Sobre essa diferença causar algum direcionamento da fonte para o leilão de reserva, Simões ainda insiste que pode haver algum outro motivo para a decisão da Aneel. "Eu não acredito que fizeram isso para chamar as eólicas para o certame de reserva. Deve haver outra razão, seria muito óbvio", completou, dizendo ainda que circulam no mercado as mais divergentes opiniões sobre o volume de contratação previsto pelo governo, mas que pode o setor "ser surpreendido com um maior volume" na licitação de reserva. 
Assim, a Abeeólica confia que a fonte será competitiva nos dois dias de licitação, que acontece em 17 e 18 de agosto. De forma geral, Simões acredita que seja difícil no momento uma previsão sobre a estratégia dos empreendedores - "são individuais e intransferíveis" -, mas disse acreditar que o setor verá uma disputa bastante acirrada no mês que vem. 
Opinião parecida tem o especialista do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da Federal do Rio de Janeiro (Gesel-UFRJ), Roberto Brandão. Para o analista, as térmicas a gás terão "uma postura mais agressiva", o que deve puxar os preços para baixo. 
"É possível que a gente tenha um preço menor que no último leilão. O A-3 deve ser muito competitivo. O custo da eólico baixou nos últimos anos, com uma situação melhor na compra de equipamentos", analisou em conversa com o Jornal da Energia. Vale lembrar que o preço médio das usinas eólicas no último leilão foi de R$133/MWh, enquanto, neste ano o A-3 se iniciará no patamar de R$139/MWh. 
Em relação ao leilão de reserva, o estudioso do Gesel tem opinião contrária. Apesar de também apresentar dúvidas sobre o montante a ser viabilizado, Brandão acredita que o volume não deve ser muito expressivo."Não existe um critério muito claro, mas dado o que já se contratou nos últimos anos e o espaço não é muito grande, não acredito que seja um leilão que irá contratar muitos empreendimentos".

19/07/2011

Leilão A-3 terá preço teto de R$139 por MWh; no certame de reserva, teto será de R$146 por MWh

Notem o preço para o leilão de reserva. Competindo somente com biomassa no leilão de reserva é possível que o preço fique nos níveis do leilão de 2010. Bom para o segmento, que necessita mostrar rentabilidade. Segue a reportagem abaixo por Luciano Costa - Jornal da Energia.

Aneel aprova editais e marca eventos para 17 e 18 de agosto; expansão de Jirau teve tarifa máxima fixada em R$102 por MWh
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou na tarde desta segunda-feira (18/7) os editais dos leilões de energia A-3 e de reserva, marcados para 17 e 18 de agosto, respectivamente. O primeiro certame, que poderá contratar parques eólicos, usinas a biomassa, térmicas a gás natural e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) terá preço-teto de R$139 por MWh para todas as fontes. A exceção é o projeto de expansão da hidrelétrica de Jirau, que somente poderá vender sua produção por preços abaixo de R$102 por MWh. No certame de reserva, que contará com eólicas e biomassa, o limite será diferente: R$146 por MWh.
Os contratos fechados no A-3 terão início de suprimento marcado para 1º de março de 2014 e poderão ser fechados por disponibilidade ou quantidade de energia, dependendo da fonte. No leilão de reserva, serão assinados contratos de energia de reserva na modalidade por quantidade, com início de fornecimento em 1º de julho de 2014.
Empresas estrangeiras poderão participar da concorrência sozinhas ou em consórcio, sendo que, nesse caso, a liderança do grupo deverá ser de uma companhia brasileira. Caso investidores do exterior vençam de forma isolada, deverão criar uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) constituída sob as leis brasileiras para receber a outorga e tocar o empreendimento.
A Aneel também destaca que os acordos tiveram "alterações relevantes" em sua redação para "conferir maior clareza às obrigações assumidas pelas partes" - compradores e vendedores. Os documentos serão publicados na edição desta terça-feira (19/7) do Diário Oficial da União.