30/11/2011

Alstom vai produzir turbinas eólicas de até 3MW em fábrica na Bahia

Unidades terão 40% de conteúdo nacional; meta é chegar a 60% em dois anos, conforme acordo com o BNDES
A francesa Alstom inaugurou na tarde desta quarta-feira (30/11) uma fábrica de aerogeradores em Camaçari, na Bahia. A unidade, que recebeu investimentos de R$50 milhões, terá capacidade de produzir 300MW em máquinas ao ano. Parte dos recursos veio de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O head da área de energia da Alstom no Brasil e na América Latina, Marcos Costa, explicou que o financiamento está atrelado ao cumprimento de uma meta de nacionalização dos equipamentos. No início, 40% dos componentes serão fabricados localmente e o resto será importado. O objetivo acordado com o banco estatal é de chegar a 60% de conteúdo nacional em dois anos.
Serão fabricadas no local as máquinas Eco 86, de 1,67MW, e Eco 100, de 3MW, modelos que já possuem mais de 350MW instalados ou em construção ao redor do mundo. Segundo Alfonso Faubel, vice-presidente da Alstom Wind, a partir de fevereiro de 2012 a planta deve iniciar também a fabricação da máquina Eco 122, de 2,7MW.
O presidente da companhia francesa no Brasil, Philippe Delleur, disse que a Bahia foi escolhida por ter “o maior potencial eólico do Brasil”. E o polo de Camaçari, mais especificamente, pela proximidade com outros elos da cadeira produtiva. O executivo também elogiou a qualidade da mão-de-obra local e o envolvimento das autoridades locais e federais para viabilizar o negócio.
Além de atender o mercado brasileiro, a unidade deve exportar um terço da produção para outros mercados da América Latina, como Argentina e Chile. Até o momento, a Alstom tem contratos fechados para fornecer a projetos da Desenvix, também na Bahia, e da Brasventos, no Rio Grande do Norte. Marcos Costa, porém, destacou que há conversas avançadas com um agente que implantará um parque no Rio Grande do Sul. “O que mostra que nossa competitividade é em todo o território”, concluiu.

MME ignora Aneel e mantém exigência de dois anos de medições de ventos

EPE diz que investidores não têm encontrado dificuldades para entregar os dados pedidos pelo governo
O Ministério de Minas e Energia determinou à Empresa de Pesquisa Energética que somente sejam habilitados tecnicamente para leilões de energia parques eólicos com ao menos dois anos de medições de ventos. A exigência é válida para o A-5 de dezembro e o A-3 de março de 2012.
A posição contraria medida da Aneel, que alterou a Resolução 391/2009 para permitir que os investidores apresentassem apenas um ano de dados até o final de 2012. Em 2013, começariam a ser pedidas medições de três anos.
“A Aneel reduziu, mas o MME quer manter os dois anos de medições na habilitação dos leilões. Temos 600 projetos já cadastrados no A-3 com esses dois anos. Quem vai investir em eólica de verdade, e não como especulador, vai medir não um ano, mas dois, três, até cinco”, disse José Carlos de Miranda, diretor de estudos de energia elétrica da EPE.

18/11/2011

Parques eólicos poderão apresentar somente um ano de medições até o final de 2012

A partir de 2013, Aneel passará a exigir três anos de dados; agência diz que poucos agentes se mostraram contrários à ideia
Os investidores interessados em requerer outorga para a instalação de parques eólicos poderão, até o final de 2012, entregar dados de medição de ventos relativos a apenas um ano. Pela Resolução Normativa 391/2009 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os empreendedores precisariam passar a apresentar, já em 2012, informações que contemplassem dois anos de levantamentos.
Na reunião de diretoria do órgão regulador, nesta quarta-feira (16/11), foi decidido também que será mantida a cobrança de três anos de estudos a partir de 1º de janeiro de 2013. A Aneel afirma que, durante audiência pública sobre a resolução, "apenas uma significativa minoria dos agentes (28%) pleiteou a diminuição definitiva do tempo exigido para a medição do vento exigida". A superintendência de concessões e autorizações de geração (SCG) da agência também realizou estudos que sugerem que sejam colhidos dados durante um período entre um e cinco anos.
A Aneel também aprovou a rebertura de audiência pública para obter contribuições e subsídios para uma nova resolução normativa que substituirá as de número 390 e 391 de 2009. Os textos estabelecem os requisitos necessários à autorização para exploração e alteração da capacidade instalada de térmicas, eólicas e usinas de outras fontes alternativas de energia. Serão recebidas sugestões entre 18 de novembro e 9 de dezembro.

08/11/2011

Tractebel já vendeu 60% da energia de eólicas no mercado livre

Companhia pretende continuar apostando no crescimento na área sem ir a leilões promovidos pelo governo
A Tractebel Energia mantém firmes seus planos de crescer no setor eólico sem precisar participar dos leilões promovidos pelo governo. Nesta terça-feira (8/11), durante teleconferência com investidores e analistas, o diretor financeiro da companhia, Eduardo Sattamini, disse que os cinco parques que a empresa pretende construir já estão com 60% da energia vendida no mercado livre. A produção das usinas terá como destino consumidores especiais, que têm desconto nas tarifas de transmissão para a compra de energia de fontes alternativas.
Das cinco plantas, quatro, no Ceará, contam com licença de instalação, que permite o início das obras, o que acontecerá ainda neste mês. Uma das usinas, no Piauí, ainda não obteve o aval ambiental, mas a expectativa é de que isso aconteça em breve, dentro de "30 ou 40 dias". Segundo Sattamini, os cronogramas estão em dia e a operação está prevista para o final de 2012.
Ao todo, serão 145,4MW (75MWmédios) em parques eólicos, somando um investimento de R$626 milhões. Os contratos de fornecimento de turbinas já estão fechados com a Siemens e a WEG produzirá os transformadores para os projetos.
Sattamini destacou que a Tractebel tem a intenção de seguir com os projetos eólicos e que novos parques estão em avaliação. Mas, antes de firmar novos investimentos, a companhia pretende vender a totalidade da energia dos empreendimentos já em andamento. O diretor ainda destacou que o momento não é o melhor para a comercialização no mercado livre, que está com preços considerados baixos, na casa dos R$100 por MWh. No entanto, fez a ressalva de que os parques visam "clientes são específicos, especiais, dispostos a pagar um pouco mais de preço".