10/11/2014

Detalhes do reajuste de tarifas de energia elétrica. A quem agradecer...


Sabe o que causou a exposição involuntária da Light? MP579 de 11/09, o 11 de setembro do setor elétrico. Quem inventou isto? Adivinha. 

Vejam a nota da  Excelência Energética.

A ANEEL aprovou o reajuste das tarifas da Light (RJ), que terão aumento médio de 19,23% a partir de 7 de novembro. O efeito médio será de 19,46% para os consumidores atendidos em alta tensão e de 19,11% para baixa tensão. O reajuste não incorpora um valor de cerca de R$ 100 milhões em despesas com compra de energia, que foi considerado exposição involuntária pela ANEEL e só será incluído na tarifa a partir de novembro de 2015.

01/10/2014

Publicado o edital do A-3 de 2014 - Preços melhoraram a ponto de cobrir o incremento de Capex?


Tarifas mais interessantes: R$262/MWh para Solar R$144/MWh para eólica. Veja a notícia publicada no Recharge:


 Leilão: Preços dão sinal positivo
A Aneel aprovou o edital do leilão de reserva, marcado para 31 de outubro, com preços tetos de R$144/MWh ($58,59/MWh) e R$262/MWh para as fontes eólica e solar respectivamente. Os preços foram bem recebidos pelas entidados do setor solar e eólico.
O preço da energia eólica se compara aos R$117/MWh do leilão de reserva do ano passado e aos R$133/MWh do leilão A-3 que aconteceu em junho. O leilão de reserva deste ano tem início de suprimento previsto para 1º de outubro de 2017 e o A-3 deverá ter início do contrato de suprimento para o dia 1º de janeiro de 2017.

Já para a solar, é a primeira vez que o Aneel aprova preços separados em linha com as expectativas do mercado. No leilão A-5 deste ano, por exemplo, o preço para a solar ficou em R$137/MWh, o mesmo preço da fonte eólica.

O preço da energia solar esperado pelos players do setor era de no mínimo R$250/MWh para viabilizar a fonte no Brasil. O setor eólico esperava um preço em torno de R$140/MWh.

Os preços tetos foram bem recebidos pelas associações do setor eólico e solar, a Abeeólica, e a Absolar, que agrega fabricantes de equipamentos solares fotovoltaicos.

No primeiro caso, a presidente executiva da ABEEólica, Élbia Melo, definiu a decisão do governo com "uma volta à racionalidade" depois de preços tetos baixos nos últimos certames. Para ela, este preço possibilita aos desenovedores eólicos competir, recuperando a inflação e cobrindo os riscos de conexão (que são dos empreendores) e das regras mais exigentes em termos de garantias de produção ao longo dos 20 anos de contrato (o chamado P90).

"É um preço bom", disse. "Tem uma diferença razoável".

O leilão de reserva deste ano se destaca por ser o primeiro no qual o governo inclui projetos solares fotovoltaicos com preços diferente e regras que garantem a não competição direta entre as fontes. Segundo a indústria solar nacional, entre 500MW e 1GW devem ser contratados este ano.

"É o primeiro leilão que vai ser um vetor para a efeitiva introdução da energia solar na matriz elétrica brasileria," disse André Pepitone, diretor da Aneel. "Têm sido muito tímidas as experiências de energia solar [distribuída] com apenas 190 projetos em mais de cinco mil municípios. Agora a energia solar entra de maneira concentrada".

Rodrigo Sauaia, presidente executivo da Absolar, parabenizou o governo pela decisão de atender às expectativas do setor e acredita que este preço garante que haja competição e até um possível desagio no certame.

No entanto, ele enfatizou que, como o setor é incipiente, ainda falta experiência concreta para a fonte no Brasil.

"Os fabricantes começam agora a precificar seus produtos para as condições do mercado nacional, o que vai determinar o apetite dos desenvolvedores", explicou. "O sinal inicial está dado, mas agora o governo precisa sinalizar a continuidade e a contratação de pelo menos 1GW por ano para que se possa desenevolver a cadeia produtiva solar no Brasil".

Ele explicou que 1GW por é o mínimo para que pelo menos dois fabricantes de células e módulos se instalem no Brasil.

O leilão também incluiu a fonte de resíduos sólidos urbanos com um preço teto de R$169/MWh.

Apesar da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) ainda necessitar habilitar os projetos, já foram cadastrados 626 projetos eólicos com capacidade total de 15,4GW. Também foram cadastrados 400 projetos solares fotovoltaicos com capacidade total de 10.8GW.

Élbia, da ABEEólica, prevê que serão contratados entre 2GW a 3GW de energia eólica este ano. No A-3, 551MW já foram contratados a um preço médio para fonte eólica de R$129,89/MWh. No final novembro, a fonte terá mais uma chance no leilão A-5.

Segundo o edital, os projetos terão contratos de 20 anos e fica removida a rodada inicial para garantir conexão, como ocorreu no leilão de energia reserva de 2013.

Sobre os preços, o diretor Reive dos Santos disse que eles dão um sinal econômico positivo e prevê sucesso na contratação de todas as fontes.

A Aneel não acatou pleitos da ABEEólica para reduzir o riscos de atrazos de conexão, flexibilidar a burocracia para mudanças de características técnicas e acelerar o enquadramento no sistema de discontos fiscais conhecido como REIDI.

Apesar de não serem atendidos agora, Élbia espera que as sugestões do setor sejam contempladas para os próximos leilões.

Sauaia da Absolar explicou que mantém sua projeção de contratação entre 500MW e 1GW de energia solar no leilão deste ano, mas disse que isso vai depender de uma decisão de governo, já que é um leilão de reserva no qual energia não é contratada pelas distribuídoras para atender seus mercados, como nos outros leilões.

Em um leilão de reserva, a energia é despachada para estabilizar a oferta quando necessário a partir de 2017.

Ambos Élbia e Sauaia concordaram que o governo agora é quem vai ditar o quanto vai ser contratado.

"Eu gosto mais de comemorar no leilão quando a gente sabe o quanto foi contratado", disse Élbia.

20/03/2014

É um absurdo, diz Rufino sobre atraso na ICG Ibiapina,da Chesf


Mais um exemplo do problema que persiste e mancha a reputação da fonte na matéria de Wagner Freire para o Jornal da Energia. 

Linha, de responsabilidade da estatal, se quer iniciou as obras de implantação 

Em mais um processo de concatenação de cronograma, o diretor geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Donizete Rufino, demonstrou indignação ao saber que a ICG Ibiapina, no Ceará, sequer iniciou as obras de implantação. "A Chesf nem começou? É um absurdo", disse com surpresa, ao ser informado que a ICG Ibiapina também é uma concessão de responsabilidade da estatal Eletrobras.

Por causa do atraso na ICG, a Aneel se viu obrigada a concatenar o cronograma de operação comercial de cinco centrais eólicas da Energimp, vencedoras do 2º Leilão de Fonstes Alternativas (LFA) em 2010.

Aliás, não é a primeira vez que as eólicas Ventos do Parazinho (30MW-CE), Vento Formoso (30MW-CE), Ventos de Tianguá Norte (30MW-CE), Morro do Chapéu (30MW-CE) e Ventos de Tianguá (30MW-CE) têm suas datas de entrada em operação alteradas. O início de suprimento original era janeiro de 2013. Porém, um atraso no processo de licitação da ICG imputou uma postergação da operação das geradoras para setembro de 2013.

Acontece que, segundo a Aneel, até o momento a linha sequer teve suas obras iniciadas. A expectativa é que a ICG esteja pronta somente no final de fevereiro de 2015. Se o novo cronograma for respeitado, significa que as usinas vão entregar energia 25 meses depois do prazo inicialmente planejado no leilão em 2010.

Para o relator do processo, o diretor da Aneel José Jurhosa, a compatibilização dos prazos é o melhor a se fazer, pois atende ao interesse público na medida em que evita que o consumidor pelos contratos de sem ter a possibilidade de receber energia.

Vale observar que as centrais geradoras também não estão com suas obras concluídas. "No geral, o dano menor talvez seja o da concatenação, dado que mitiga o problema do atraso da ICG. O bem da verdade é que esse é um cenário absolutamente ruim. Todo mundo atrasou, ninguém cumpriu a sua obrigação contratual", desabafou Rufino. "De uma forma mais ou menos acentuada, acaba que o consumidor não tem acesso à energia que ele contratou a um preço mais baixo", completou.

Diante dos fatos, a diretoria da Aneel decidiu por concatenar a entrada em operação das cinco centrais eólicas com a operação da instalação de transmissão. Determinou que no prazo de 60 dias após a disponibilização da ICG os parques estejam em operação comercial. Afastou qualquer penalidade à Energimp. Postergou o pagamento de encargos pelo uso do sistema de transmissão e garantiu a validade do contrato de fornecimento pelo período de 20 anos contados a partir da entrada em operação comercial das geradoras.

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18/03/2014

Centro vai formar mão de obra qualificada para eólica

Boa Notícia. A falta de mão de obra especializada já atrapalha o segmento. Vejam a matéria do Jornal da Energia.

Protocolo foi assinado pela prefeitura de Rio Grande e Instituto IdealDa redaçãoFonte MaiorFonte Menor

A cidade de Rio Grande (RS) dá um passo importante para a produção de energia a partir do vento. Na última sexta-feira (14), foi assinado um protocolo para a criação do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Energia Eólica do Sul (CPDEO-Sul). Com o acordo, instituições públicas e privadas, juntamente com o poder público, pretendem alcançar conhecimento e formar mão de obra qualificada na área de energia eólica.

O protocolo foi assinado pela prefeitura do município, o Instituto para o Desenvolvimento de Energias Alternativas na América Latina (Ideal), a Eletrosul, o Sindicato da Indústria de Energia Eólica do Rio Grande do Sul (Sindieólica- RS) e as universidades federais de Rio Grande (Furg), Pelotas (UFPel) e Santa Maria (UFSM).

Para o presidente do Ideal, Mauro Passos, a assinatura vai reforçar o papel do Estado não só como usuário do vento, mas como conhecedor de suas potencialidades energéticas. O Ideal foi fundamental para a criação do Centro, contribuindo com a ideia inicial e despertando o interesse entre os diversos setores para a questão.

“Foram quase dois anos de tratativas com o poder público, com o mundo acadêmico e investidores em energia eólica. Conseguimos unir e comprometer os diferentes setores ao se criar o CPDEO-Sul. Abrem-se as possibilidades de desenvolvermos tecnologias próprias”, afirma Passos.

27/02/2014

Alteração de cronograma de eólicas da Renova gera discussão e Aneel adia decisão

Vejam na material de  Wagner Freire para o Jornal da Energia como o problema continua porém com menor divulgação. 

Geradora pedia concatenação de prazos de seis usinas e excludente de responsabilidades

A Renova Energia terá que aguardar mais um tempo para saber se será ou não penalizada pelo atraso na entrada em operação de seis parques eólicos localizados na Bahia. A geradora entrou com um pedido de concatenação dos cronogramas de geração com a transmissão, bem como o afastamento de penalidades regulatórias e contratuais, alegando que o atraso não foi causado por ingerência da empresa. Porém, depois de muita discussão, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Donizete Rufino, pediu vistas do processo que caminhava para atender ao pleito do empreendedor.

"A verdade é que se exclui a responsabilidade de todos e quem paga a conta é o consumidor", disse Rufino, demonstrando certo desconforto com os repetidos pedidos de agentes para concatenar prazo de empreendimentos de geração.

A Renova Energia pediu a concatenação dos cronogramas das eólicas Seraíma (30MW), Tanque (24MW), Ventos do Nordeste (19,5MW), Prata (19,5MW), Araçás (30MW) e Morrão (30MW). Localizadas na Bahia, essas seis usinas foram licitadas no 3º Leilão de Energia de Reserva de 2010 (LER 2010), com o compromisso de entregar energia a partir de 1º de setembro de 2013. Estão prontas, mas sem transmissão para escoar a energia.

De lá para cá, houve atrasos na emissão das outorgas e na celebração do contrato de energia de reserva (CER). Se não bastasse, as usinas tinham como ponto de conexão as subestações Brumado II e Bom Jesus da Lapa II, que foi alterado, a pedido da Renova, para a Subestação Igaporã II. Brumado e Bom Jesus da Lapa ficaram prontas no prazo, mas Igaporã, de responsabilidade da Chesf, sequer foi energizada.

Ricardo de Lima Assaf, diretor jurídico da Renova, argumentou que a alteração não foi uma iniciativa do empreendedor e sim fruto de um acordo entre a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Operador Nacional do Sistema (ONS) e o Ministério de Minas e Energia (MME) para melhorar escoamento da energia naquela região, o que beneficiaria o sistema.

Acontece que essa alteração demorou meses para ser autorizada pelo MME. No caso das eólicas Tanque, Prata e Ventos do Nordeste os processos ainda estão em análise no ministério.

"Só para mencionar quando se propôs a alteração do ponto de conexão, se imagina que ela [SE Igaporã II] estaria disponível em prazo muito inferior ao que veio se confirmar na prática", disse Assaf. "Isso não foi um desejo do investidor para facilitar sua conexão, mas sim um entendimento do ONS, em consonância com a EPE e MME", completou.

A SE Igaporã está prevista para ficar pronta em 28 de fevereiro, segundo os relatórios oficiais. "Isso não vai ocorrer. Nossa expectativa é que isso se materialize em 31 de março", disse o representante da Renova. "Torcemos muito que esta subestação esteja energizada, mas ainda parece um cronograma difícil", completou.

A área técnica da Aneel não aceitou a justificativa para o atraso, argumentando que, embora houvesse de fato uma demora do MME para sinalizar as alterações técnicas, o risco era do empreendedor.

"Dessa forma não deve ser imputada a causa pelo atraso na implantação ao Poder Concedente, visto que os projetos constantes no contrato firmados em 2011 foram substituídos em 2012 com características totalmente diferentes", justificou a Superintendência de Concessões e Autorizações de Geração (SCG). "As alterações no projeto após a outorga são permitidas ao empreendedor. Entretanto, essa busca pelo aperfeiçoamento da usina se dá pela conta e risco do agente", completou.

O entendimento do relator do processo, diretor André Pepitone, é outro. "Acerta a SCG que o risco de operação do projeto pertence ao outorgado. Contudo, o risco por ele enfrentado é implantar o projeto no prazo remanescente ao previsto. Assim, um projeto cuja conclusão se faz em 24 meses, havendo uma redefinição de escopo na metade, tem-se que o agente terá 12 meses. Por outro lado, se os atos do Poder Público comprometerem seis meses da execução do projeto, não será a redefinição que deslocará a responsabilidade atinente ao Poder Público ao empreendedor".

Apesar do entendimento de Pepitone, o diretor preferiu concentrar sua fundamentação nos atrasos que ocorreram na emissão da outorga e na assinatura dos contratos de comercialização, que por si só já daria provimento para que houvesse a concatenação do cronograma, sem penalidades para a Renova.

Diante disso, Pepitone reconheceu a excludente de responsabilidade em 170 dias para EOL Araçá, 185 dias para Seraíma e 200 dias para Morrão. No caso de Prata, Tanque e Ventos do Nordeste foram excluídos mais de 220 dias. Os prazos, porém, vão além da entrada em operação da subestação Igaporã 2, por isso o diretor resolveu concatenar o prazo das geradoras com a transmissão, excluir a penalidades do agente e deslocar o período de suprimento dos contratos.

Tudo parecia sair como a Renova desejava. Contundo, na fase de discussão, os diretores Reive Barros, José Juhrosa e Rufino se mostram desconfortáveis com a frequência que esse tipo de pedido vem surgindo na pauta da Aneel.

"É recorrente essa solicitação de excludente por conta de alteração de características técnicas", questionou Barros. "Está se levando mais tempo para se analisar uma mudança de características técnicas do que muitas vezes implantar um aerogerador. Acho que a gente deve tratar junto com o MME para ver qual é a grande dificuldade que se tem nesse processo.”

"Também tenho essa preocupação na linha do que do doutor Reive colocou", disse Rufino. "Tem ocorrido tantos eventos que corroboram com a ideia de atraso no empreendimento. Só com golpe de sorte que os empreendimentos entram na data. É mudança de característica técnica, atraso na outorga, demora na assinatura de contrato, mudança do ponto de conexão, questões ambientais. Tantas coisas que tem influenciado no cumprimento desses prazos e isso não é absolutamente indiferente. Isso causa um impacto muito grande no momento atual com o nível de PLD que temos", completou o diretor-geral da Aneel.

Rufino lembrou que a não entrega de uma energia comprada no prazo resulta numa exposição da distribuidora ao PLD, que num momento atual está "exageradamente alto".

"Não estou absolutamente convencido de que todos esses aspectos estão tão pacíficos que sejam excludentes de responsabilidade", disse Rufino. "Por exemplo, quem assina o CCEAR? A distribuidora e a CCEE. Então por que demorou? A culpa é da CCEE, que é um agente regulado, ou do empreendedor? Acho que deve ter uma investigação bem exaustiva para ver onde está o problema."

Rufino desabafou: "No que está ao alcance do Poder Público nós temos que resolver. Não é possível que a gente não consiga”. Em outro trecho disse: “Se estamos colocando um prazo que não é realista, estamos nos enganando".

Na fase de votação, durante a reunião que aconteceu nesta terça-feira (25/02), Rufino pediu vistas do processo e adiou a decisão.