17/09/2012

Setor ainda tem muitas dúvidas quanto a realização do leilão A-3



Agentes colocam em xeque a realização da licitação, marcada para 18 de outubro; data já foi adiada três vezes

Sob o impacto das relevantes mudanças causadas no setor de energia após a publicação da Medida Provisória da renovação das concessões e ainda com dúvidas sobre a cassação de termelétricas do Grupo Bertin que não devem sair do papel, os agentes começam a colocar em xeque a realização do leilão A-3, adiado mais uma vez pelo governo. Pelo menos é o que se ouviu nos corredores do Energy Summit, evento que acontece no Rio de Janeiro e acaba nesta sexta-feira (14/9).

Um executivo ligado a uma companhia geradora analisou que o momento é crítico. “Até que tudo se estabilize, pelo menos nos próximos meses, as distribuidoras vão ficar temerárias em relação à sua demanda”. Ele ainda afirmou que “a gente pode passar o ano sem mais nenhum leilão”.

O presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Fonseca Leite, manteve a cautela ao dizer que o segmento não foi o mais impactado pela MP das Concessões, que teria até apresentado aspectos positivos. Mas, em relação ao A-3, Leite admitiu a incerteza. “Nós corremos risco de não ter o leilão”.

As distribuidoras já apresentaram ao Ministério seu posicionamento em relação ao que vão precisar em termos de contratação de energia - se é que vão precisar, uma vez que essas informações ainda não foram divulgadas.

“Pode haver uma retração da demanda, mas não posso afirmar que haverá. Ainda temos que analisar com muito cuidado tudo isso”, ponderou Leite, sobre a possibilidade de haver ou não necessidade de compra por parte das distribuidoras.

O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, comentou que está "postergando (o certame) à espera de uma decisão da Aneel sobre a cassação das térmicas (da Bertin)”. 

O leilão de energia A-3 foi marcado originalmente ainda no ano passado e era previsto para 22 de março. Depois, ficou para 28 de junho. Depois, o certame foi remarcado para 11 de outubro. Agora, a data prevista é 18 de outubro. Tolmasquim chegou a admitir que a licitação pode nem ser realizada, uma vez que, mesmo com as cassações de usinas, as distribuidoras podem não precisar ir às compras. "O A-3 está em abertou", ponderou o executivo do governo.


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