14/09/2009

Custo de conexão de parques eólicos representa até 10% do valor do empreendimento, diz ABEEólica

Associação quer que LTs de usinas eólicas também entrem no leilão de transmissão

O custo de conexão dos parques eólicos ao Sistema Interligado Nacional representa entre 8% e 10% do valor do empreendimento, de acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Afonso Aguilar. Segundo ele, a energia eólica é a única fonte que tem o ônus de pagar o sistema de conexão sozinha, o que acaba encarecendo o preço da energia vendida. Por isso, a ABEEólica está conversando com o governo para que as linhas de transmissão dos empreendimentos eólicos entrem em leilões de transmissão, assim como o de qualquer outro empreendimento de geração.

"O que nós queremos é isonomia. O empreendedor paga uma parte da linha até um ponto de conexão, ou até a instalação compartilhada de geração (ICG), e a partir desse ponto a LT entra em leilão", disse Aguilar durante a inauguração da central eólica Formosa, da Siif Énergies. De acordo com ele, as ICGs poderiam reduzir os custos de conexão em até 3%.

Como exemplo, o executivo citou as diversas centrais eólicas existentes no Ceará, que pela legislação atual, precisam construir uma linha de transmissão saindo de cada parque. "Diversos parques no Ceará tem linhas de transmissão, até paralelas com a de outros parques, chegando até a mesma subestação", declarou.

Aguilar comentou que os governos dos estados do Maranhão, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte estão planejando fazer um linhão para interligar os parques eólicos desses estados. No entanto, esse projeto só deverá ser feito após o leilão de energia eólica. "Após o leilão, tendo conhecimento dos vencedores, será mais fácil fazer um planejamento do setor elétrico. Hoje é praticamente impossível fazer um planejamento do setor com a quantidade de projetos que se tem e com a incerteza de quem vai ganhar o leilão", explicou.

Quanto as regras do leilão de eólicas, previsto para acontecer no dia 25 de novembro, Aguilar afirmou que ainda não tem nada definido. "O governo quer licitar, mas ainda não definiu a potência exata. Além disso, tem que selecionar os players, pois se tem mais de 13 mil MW cadastrados no certame. Então, tem que se definir o que o empreendedor tem que apresentar para participar do leilão e qual a capacidade financeira que ele tem que ter", explicou o executivo. Segundo ele, isso é necessário para que não acontece como no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia, no qual alguns parques ainda não entraram em operação porque não conseguiram equalizar a questão financeira.

*A repórter viajou ao Ceará a convite da Siif Énergies

Fonte: Carolina Medeiros - Agência CanalEnergia - 11/09/2009

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