26/09/2011

Governo marca leilão A-3 de 2012 novamente com gás, eólicas, biomassa e PCHs

Certame acontece em 22 de março para contratar empreendimentos com início de geração em janeiro de 2015
O Ministério de Minas e Energia publicará no Diário Oficial desta segunda-feira (26/9) a portaria que define as diretrizes para o leilão de energia A-3 de 2012, que vai contratar a energia de usinas para início de suprimento dem 1º de janeiro de 2015. Poderão participar da licitação parques eólicos, térmicas a gás natural, usinas a biomassa e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). O certame acontece em 22 de março.
Os empreendedores interessados deverão requerer habilitação técnica dos projetos junto à Empresa de Pesquisa Energética (EPE), órgão do MME, até as 12 horas de 21 de novembro deste ano. Nesse momento também deverá ser feito o requerimento de conexão para as usinas interessadas em se ligar às centrais de transmissão compartilhada, as ICGs.
No A-3 de 2012 serão negociados contratos de comercialização de energia (CCEAR) na modalidade por disponibilidade, com prazo de vinte anos, para eólicas, e termelétricas a biomassa ou a gás natural em ciclo combinado. E CCEARs na modalidade por quantidade, com prazo de suprimento de trinta anos, para empreendimentos hidrelétricos.
Os agentes de distribuição deverão apresentar até o dia 31 de janeiro de 2012 as declarações de necessidade para o leilão A-3 de 2012, contemplando os volumes de energia elétrica demandados para o atendimento à totalidade de seus mercados consumidores, nos períodos com início a partir de 1º de janeiro de 2015. Já as distribuidoras localizadas nos sistemas isolados deverão apresentar esses documentos desde que a data prevista para recebimento de energia seja igual ou posterior à de interligação ao Sistema Interligado Nacional (SIN).

Clique aqui para ler a íntegra da portaria.

19/08/2011

Leilão de reserva contrata 1.218MW em usinas a um preço médio de R$99,61 por MWh

Deságio é de 31,8%; eólicas dominam lista de vencedores, com 34 usinas, contra sete térmicas a biomassa
O leilão de energia de reserva chegou ao fim nesta quinta-feira (18/8) após pouco mais de cinco horas e meia de disputa. O deságio médio foi de 31,8%, com as usinas participantes chegando a um preço médio de R$99,61 por MWh, contra a tarifa-teto estabelecida pelo governo de R$146 por MWh. Foram contratados 41 empreendimentos, somando 1.218,1MW em potência instalada e 589,30MWmédios em garantia física.
A energia gerada através dos ventos voltou a dominar a competição, assim como aconteceu no A-3 desta quarta. Entre os vencedores, apareceram 34 usinas eólicas, contra sete térmicas a biomassa. A previsão é de que os projetos consumam R$3,2 bilhões em investimentos e iniciem a operação em 1º de julho de 2014. Segundo a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o leilão fechou R$8 bilhões em contratos de energia.
A usina mais barata da licitação foi a termelétrica a biomassa de cana-de-açúcar Tropical Bioenergia (50MW), em Goiás, que comercializou sua produção futura a R$95 por MWh. Em segundo lugar vieram quatro parques eólicos na Bahia que serão construídos pela BW a um custo de energia de R$96,97 por MWh. A planta não chegou a bater o recorde registrado pelo parque eólico de Ibirapuitã I, viabilizado pela Eletrosul no leilão de quarta por R$96,49 por MWh. Já o maior preço do certame ficou com a térmica a cavaco de madeira Guaçu (30MW), no Mato Grosso, de R$101,99 por MWh. 

18/08/2011

Leilão de energia A-3 termina com preço médio de R$102,07 por MWh, com deságio de 26,6%

Parques eólicos ofereceram os menores preços, chegando a até R$96,49/MWh; somente Petrobras e MPX viabilizaram térmicas a gás
Após quase sete horas de disputa, o leilão de energia A-3, iniciado às 11h15 desta quarta-feira (17/8), chegou ao final com um preço médio de R$102,07 por MWh, o que representa um deságio de 26,6% frente à tarifa-teto estabelecida para os parques eólicos, usinas a biomassa, térmicas a gás e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). A expansão de Jirau venceu energia pelo preço teto que havia sido estabelecido para seu projeto, de R$102 por MWh.
No total, foram contratados 2.744,6MW em potência instalada, representando 1.365,9MW médios para entrada em operação em 2014. Como as plantas a biomassa poderão escalonar seu início de funcionamento, outras máquinas agregados ao sistema posteriormente, chegando a um total de 1.543,8MW médios.. De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o certame representou negociações que significam R$29,1 bilhões.
Ao final da disputa, as eólicas voltaram a surpreender e se firmar como a fonte mais barata. No total, 31 usinas de geração a partir dos ventos negociaram sua futura produção a preços abaixo dos R$100 por MWh. A usina Ibirapuitã I, parte do Complexo Cerro Chato IV, foi a mais barata entre todas as da licitação, com tarifa de R$96,49 por MWh. A fonte teve 44 empreendimentos na lista dos vencedores, com um deságio médio de 28,4%.
Entre as termelétricas a gás, apenas MPX e Petrobras, possuem suprimento próprio do insumo, conseguiram fazer frente à concorrência. A MPX fechou contrato para comercializar energia a R$101,90 por MWh com a usina Maranhão III, de 499,2MW e 470,7MW de garantia física. A empresa vendeu 400MWmédios com início de suprimento em 2014, chegando a 450MW posteriormente. Já a Petrobras viabilizou a térmica Baixada Fluminense a R$104,75 por MWh. A estatal vai comercializar 299,4MWmédios em 2014 e 416,4MWmédios posteriormente. A planta possui 530MW de potência e 430,2MW de garantia física. O deságio médio das duas unidades foi de 25,7%.
Ainda estão entre as vencedoras quatro usinas a biomassa de bagaço de cana-de-açúcar, somando 197,8MW de potência instalada. O deságio médio da fonte foi de 26,3%.

17/08/2011

A-3 2011 - Modicidade Tarifária x Crescimento Sustentável

O 12°. leilão A-3 (2011) começou oficialmente as 11:15 de hoje. Veja abaixo quais fontes concorrem:
Leilões de Reserva e A-3 / 2011 – resumo da habilitação (por fonte):
FONTE
PROJETOS
OFERTA (MW)
Hidrelétrica (ampliação)
1
450
Pequenas Centrais Hidrelétricas – PCHs
27
443
Eólicas
240
6.052
Termelétricas à biomassa
43
2.750
Termelétricas a gás natural
10
4.388
TOTAL
321
14.083
Fonte: EPE
A estratégia do leilão segue a política de modicidade tarifária da EPE: Diversas fontes competindo entre si independente do momento em que cada uma se encontra. Quisera que no futuro se pudesse levar também em conta uma estratégia de crescimento sustentado da cadeia produtiva, em especial da fonte eólica.
Há neste conceito muitos benefícios tais como a geração de empregos, atração de investimentos, contrapartidas ambientais que beneficiam comunidades nos locais de implantação, aumento do nível de emprego, enfim vários benefícios tangíveis e intangíveis que podem justificar um aumento na tarifa de energia.
Nesta análise pode-se ainda levar em conta benefícios ambientais tais como a contribuição para o controle de emissão de gases do efeito estufa e o menor impacto ambiental deste tipo de projeto quando comparado com outras fontes. Estes benefícios, embora intangíveis, podem ser os mais importantes quando focamos na qualidade de vida das próximas gerações. 
Empresas que estão se instalando no Brasil bem como investidores brasileiros e internacionais acreditam na energia eólica brasileira. Já vemos a sociedade brasileira preparada para os impactos do aumento da participação desta fonte. Resta aos nossos órgãos governamentais (MME, MMA, EPE, ANEEL, governos estaduais e governo federal, etc.) dar suporte para o crescimento sustentado da geração por fonte eólica buscando diminuir a percepção de risco criada por mudanças nas regras e falta de agilidade na regularização de projetos e suas respectivas licenças.

28/07/2011

Iberdrola e Gamesa anunciam fim de acordo estratégico

Geradora e fabricante mantinham vínculo na elaboração de projetos eólicos 
A geradora Iberdrola e a fabricante de aerogeradores Gamesa anunciaram nesta quinta-feira (28/07) o fim do acordo estratégico que mantinham na elaboração de novos parques eólicos. As razões, segundo comunicado, é a conjuntura econômica mundial, que modificou as condições de mercado, assim como a estratégia de ambas as companhias espanholas. 
O acordo, firmado inicialmente em junho de 2008, estabelecia um negócio de promoção e desenvolvimento conjunto dos projetos eólicos. Ainda assim, as empresas informaram que "esperam continuar colaborando com a consolidação de suas posições no setor". 
No Brasil, as duas companhias deram recentemente sinais de que estão investindo na busca de uma posição ainda mais firme no mercado nacional. Enquanto a Iberdrola anunciou que pretende assumir o controle da Neoenergia, onde já possui participação, como forma de aumentar a participação no País, a Gamesa inaugurou uma nova planta na Bahia, onde montará turbinas. 
Até o momento, as empresas têm sido sócias por aqui - a Iberdrola é a primeira cliente da fábrica da Gamesa e utilizará os aerogeradores produzidos em Camaçari em seus projetos eólicos já inscritos em leilões.

24/07/2011

Rio Grande do Norte e Ceará podem padronizar licenciamento para eólicas

Comentário: Boa notícia se for concretizado. Ritos de licenciamento precisam ser agilizados. Entre os vários argumentos leve-se em conta a similaridade dos projetos e locais, o que permitiria uma análise racional em curto tempo. Segue matéria: 
Órgãos locais admitem força-tarefa para atender avalanche de projetos às vésperas de leilões
Juntos, os estados de Rio Grande do Norte e Ceará correspondem à metade das inscrições de parques eólicos para os próximos leilões de reserva e A-3, seja por número ou capacidade instalada dos projetos. Porém, apesar da proximidade territorial, os órgãos estaduais trabalham de forma bastante diferente no processo de licenciamento ambiental para os empreendimentos, disparidade que pode deixar de existir no cadastramento para os próximos certames.
Hoje, os parques cearenses são os únicos do País que passam pela apresentação do Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto do Meio Ambiente (EIA-Rima) na obtenção da licença prévia necessária para se inscreverem nos leilões. No caso do Rio Grande do Norte, por exemplo, basta um Relatório Ambiental Simplificado (RAS) para que o empreendedor vá ao certame com a respectiva LP. 
Porém, a esfera federal já tem uma pré-disposição a padronizar o procedimento nos estados vizinhos, segundo afirmou ao Jornal da Energia o coordenador responsável pelo licenciamento das eólicas no RN, Iron Medeiros. Segundo ele, o Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente do estado (Idema) está aberto para a troca de experiências com o Ceará. "A gente tem de entender como é o licenciamento de lá e eles o daqui. Trocar os ensinamentos e montar um termo de referência padrão para os dois". 
A princípio, continua Medeiros, o órgão potiguar não entende o porquê de se condicionar um EIA-Rima no processo. Questionado se a principal dificuldade seria o custo, o especialista acredita que o gargalo mais relevante seria o tempo. "No EIA-Rima você tem prazos legais apertados, como 30 ou 45 dias para realizar as audiências públicas. E o que fazemos aqui [RAS] é muitas vezes tratado como um modelo mais complexo". 
A demanda de projetos às vésperas de cada certame - são 103 inscritos no Ceará (2.427MW) e 116 no Rio Grande do Norte (3.012MW) - tem sido também um problema. Tanto que, no RN, foi criado um grupo exclusivo para parques eólicos, já que os processos são solicitados cerca de três ou quatro meses antes do leilão. Ainda assim, segundo as fontes ouvidas pela reportagem, forças-tarefa espalhadas pelo País têm conseguido emitir as licenças necessárias para que os investidores consigam efetuar os cadastramentos. 
Tentativa de inovação 
No Ceará, a busca de uma otimização do sistema neste ano acabou levando a um trabalho dobrado para a Secretaria de Meio Ambiente local (Semace). O órgão criou para este certame a figura da Licença Prévia de Leilão, com base no RAS, julgando tornar a dinâmica ainda mais restritiva. Mas, pouco antes do limite para as inscrições, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) voltou a pedir a LP convencional. 
"O formato que havia sido proposto deixou o jurídico da EPE fragilizado, perguntando como poderiam contratar uma energia por 20 anos com uma licença que é provisória. Então voltamos à estaca zero, e criamos uma instrução normativa que instituiu que todos os projetos com RAS terão um termo de referência com LP por dois anos e até um ano e meio para apresentar o EIA-RIMA", detalha o presidente da câmara setorial estadual que debate o tema e fundador da Associação Brasileira de Energia Eólica, Adão Linhares. 
Na ocasião da mudança da regra, explica o químico industrial do Semace, Alexandre Pinto, já havia cerca de 40 LPLs prontas. "Eu, particularmente, achei a ideia muito boa, porque é uma etapa a mais. Se você passa da LPL com o RAS, você apresenta o EIA-RIMA na Licença de Instalação. Os empreendedores gostaram, aplaudiram". O técnico destacou ainda que a dificuldade em se fazer o licenciamento com a avalanche de projetos na última hora: segundo ele, são cerca de dez profissionais envolvidos na visita aos terrenos. 
Durante o All About Energy, evento de energias renováveis realizado em Fortaleza, Ceará, na primeira semana de julho, o superintendente da Semace, José Ricardo de Araújo Lima, inclusive ouviu alguamas críticas sobre as dificuldades de licenciamento ambiental no estado. Após explicar o caso da revogação da LPL, o representante do órgão foi questionado exatamente sobre essa diferença de procedimento que estaria, supostamente, beneficiando os projetos no Rio Grande do Norte. 
Em cima disso, o presidente da Abeeólica, Ricardo Simões, sai em defesa dos cearenses. "Sou testemunha do esforço do governo para dotar o estado de competição para o leilão. O que temos é uma demanda muito grande, e há pluralidades em cada estado, com áreas diferentes, mais ou menos proximidade do litoral. O que eu vejo é que os órgãos não têm dado conta do volume de pedidos. Mas não estou convencido que a unificação dos procedimentos é o melhor caminho", disse. 
Sem problemas no Sul 
Do extremo oposto do País, mas também com grande destaque no número de parques eólicos, está o Rio Grande do Sul. Com 92 projetos (2489MW) inscritos, o presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Carlos Niedersberg, também fala sobre a busca de eficiência em meio à grande quantidade de processos a serem emitidos. "Temos de fazer isso com velocidade. No geral, temos um zoneamento legal, do ponto de vista do vento e da locação, e não temos tido muitos problema". 
Sobre os custos, Niedersberg afirma que "uma opção para o empreendedor é sempre buscar um lugar melhor para se instalar, fugindo das dunas, andando uns 50 ou 100 metros para o lado e encontrando um local que deixe o projeto mais barato". Por fim, o especialista não vê uma possibilidade concreta para padronizações nacionais, já que a questão depende muito das condições locais. "A resolução hoje é bem construída. O que se tem é que não se pode sobrepor as áreas de proteção permanente (APPs), mas cada lugar tem uma característica".