13/09/2012

Choque elétrico - Editorial da Folha de São Paulo sobre as medidas para redução das tarifas de energia elétrica.

O pacote de que prometeu a diminuição das tarifas de energia elétrica para consumidores residenciais e industriais gerou muito polêmica durante a semana. Acredito que a maioria delas está retratada no editorial de ontem(13/09/2012) da Folha de São Paulo. Vale a pena ler. O único ponto deixado de fora foi o claro desincentivo ao mercado livre de energia. Íntegra abaixo:

Choque elétrico

Medidas do governo federal para reduzir peso da energia no custo Brasil seguem na direção correta, mas ainda causam incerteza no mercado


O anúncio oficial das medidas de redução dos preços da energia elétrica a partir de 2013 confirmou o que já se sabia: 16,2% de corte para consumidores residenciais e até 28% para indústrias.
Surpresa, mesmo, causaram a amplitude das mudanças na regulação do setor e a composição dos cortes -cerca de 70% decorrem diretamente de tarifas que serão diminuídas e apenas 30% correspondem à retirada de encargos sobre a conta de luz.

Mas não foi desta vez, ainda, que se falou de corte de impostos propriamente ditos. Continua incólume o ICMS, que onera o consumo de energia em até 40%.

Diante da dificuldade de convencer governadores a abrir mão de ao menos parte dessa receita, o governo Dilma Rousseff optou por prorrogar por 30 anos as concessões que venceriam a partir do ano que vem. E condicionou tal prorrogação a que os atuais concessionários rebaixem tarifas, além de aceitar a indenização a ser calculada pela União para investimentos realizados pelas empresas que a lei manda reembolsar-lhes no vencimento da concessão.

É possível inferir do que já se divulgou que o Planalto busca uma tarifa média de geração de R$ 30 a R$ 40 por MWh (megawatt-hora), valor que estima ser suficiente para cobrir custos operacionais das empresas. Em alguns casos, porém, em especial no da Eletrobras, o corte pode tornar a operação deficitária. Assim, ao concentrar o ônus da redução nas empresas (por meio das tarifas), e não nos impostos, o governo arrisca comprometer novos investimentos.

As indenizações devidas pela União poderiam evitar esse estrangulamento, mas o governo sinaliza que não pretende pagar muito pelos ativos que restam por indenizar. Parece acreditar que seriam suficientes para isso os R$ 21 bilhões do fundo criado para dar conta dos ressarcimentos (RGR, ou Reserva Global de Reversão).

Alguns concessionários têm entendimento diferente. A direção da Eletrobras, por exemplo, já fez saber que espera indenização de R$ 27 bilhões só para as suas usinas.

A conta final só será conhecida daqui a alguns meses, pois depende de cálculos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e de conversações com as geradoras. Não será uma negociação fácil. E a insegurança que paira sobre as empresas de energia já fez suas ações despencarem na Bolsa.

Existe ainda o risco adicional de questionamentos à constitucionalidade da prorrogação por meio de medida provisória. Há quem defenda que seria necessária uma emenda constitucional para tanto.

O governo federal definiu um objetivo correto para a renovação das concessões: diminuir o peso desse componente importante do custo Brasil. Mas ainda não deixou claro se a medida não vai minar a capacidade do setor de manter os investimentos necessários.

Até que os valores envolvidos e a legalidade do procedimento estejam estabelecidos, a boa-nova permanecerá envolta em incerteza.


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22/08/2012

Saiba o que está incluído na sua conta de energia elétrica.

Vejam o interessante matéria e comentário de Miriam Leitão.


Baixar a conta de luz é ótima frente de competitividade

Na conta de luz existem vários penduricalhos: siglas que representam subsídios e tarifas para financiar os mais diversos programas. Isso torna a conta de luz mais cara para famílias e empresas. Tira a competitividade da economia. E o que é pior: é feito de um jeito que o consumidor não tem acesso às informações, não sabe nem que está pagando.

No total, são nove siglas federais que aumentam o preço da conta de luz no pais. Fora os encargos estaduais. Uma delas é a RGR (Reserva Global de Reversão), que existe desde 1957 para financiar a universalização do acesso à energia. Arrecadou quase R$ 2 bilhões no ano passado e tem R$ 16 bilhões em caixa, ou seja, dinheiro que não foi usado. Foi prorrogado no último dia do governo Lula para existir por mais 25 anos e deve tirar R$ 40 bi da economia nesse período. 

(...)


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21/08/2012

Acciona terá fábrica de hubs para turbinas eólicas na Bahia



Unidade, próxima de ser inaugurada, pode ser futuramente ampliada para incluir a produção de outros equipamentos  

A espanhola Acciona, fabricante de equipamentos para a geração de energia eólica, está bem próxima de instalar uma nova fábrica para hubs na cidade de Simões Filho, Bahia. O hub é uma peça que fica na frente do aerogerador e na qual são conectadas as pás. O equipamento é apelidado de “nariz da turbina”.

Apesar de a notícia coincidir com o recente descredenciamento da empresa do Finame, sob a alegação de não cumprimento dos índices mínimos de nacionalização exigidos pelo BNDES, a instalação estava aprovada pelo governo da Bahia há "bastante tempo". 

Segundo o secretário executivo da Câmara Transversal de Energia da Bahia, Rafael Valverde, o investimento só não foi divulgado antes "por uma questão de governança corporativa da Acciona". O técnico do governo, porém, diz que essa é "uma excelente oportunidade" para a empresa, uma vez que "mostra que ela já tinha uma estratégia de nacionalização”.

Segundo o secretário, a construção da fábrica está prevista para ocorrer em duas etapas, com a possibilidade de expansão da unidade para produzir outros produtos. A ampliação, no entanto, vai depender da evolução do market share da Acciona no Brasil.

Fechado
A Acciona anunciou em abril deste ano seu primeiro contrato de fornecimento de turbinas eólicas no Brasil. O negócio foi fechado com a CPFL Renováveis e prevê a fabricação e instalação de 40 máquinas, de 3MW cada, em parques no Rio Grande do Sul.


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10/08/2012

Energia Eólica em Curitiba!!!



Calma... A revisão do atlas eólico ainda não veio mas já tem gente querendo entregar aerogeradores aqui. Alguém poderia me sugerir como estas pás foram parar na esquina da Mario Tourinho com a Eng. Serafim Voloschen??

Preparem-se pois vai virar rotina em muitas cidades do Brasil! 


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09/08/2012

EPE vê preço menor da energia eólica em próximos leilões


A fala do diretor reflete uma visão exclusivamente política do assunto. Tanto no caso do preço da eólica se manter ou diminuir como no caso das tarifas para PCHs o discurso vai de encrontro com fatos como, por exemplo, a variação cambial e o imbróglio do BNDES. No caso das PCH`s sabe-se que, na prática, a redução de preços de equipamentos para PCHs reflete em menos de 30% do custo de implantação. Nestas obras o principal são as obras civis(novamente o aço e o cimento). 

A expectativa do diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) José Carlos de Miranda é de que os preços da energia eólica recuem nos próximos leilões, previstos para serem realizados em outubro. "É esperado que os preços da eólica continuem caindo ou se estabilizem. A perspectiva é de que em alguns locais os preços caiam ainda". Em 2011, a energia eólica chegou a ser contratada a R$ 99 por Mwh.

Questionado sobre se o governo também sinalizaria para uma redução, com a diminuição do preço-teto do leilão, Miranda disse que a decisão é do ministro de Minas e Energia e que a EPE faz o trabalho de levantamento junto ao mercado e leva em consideração também o resultado dos últimos leilões. Mas admitiu que a tendência é de que os preços sejam mantidos. "A redução é proporcionada pela própria competição", afirmou.

O diretor da EPE também comentou a respeito do preço da energia de PCH. Projetos dessa fonte não têm sido contratados nos leilões porque empreendedores consideram que os preços-teto já são baixos demais. Mas Miranda argumentou que, em recentes conversas, representantes dessa área teriam dito que já conseguiram reduzir preços de equipamentos.

"Claro que se contrata primeiro as usinas mais baratas e depois as mais caras, mas num processo em que os preços vêm caindo (para algumas fontes), estas vão ser contratadas antes de outras e as que ficaram mais caras vão ser contratadas no futuro", disse.


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08/08/2012

Projetos eólicos com máquinas que saíram do Finame pagarão financiamento mais caro


Como já avisado antes os maiores prejudicados beste imbróglio são os investidores. São na sua maioria brasileiros que acreditam no Brasil e que investem em nosso país na geração de energia limpa e de baixo impacto ambiental. 

Minha opinião: Política de conteúdo nacional com a deste caso só contribui para formação de cartéis( o do aço e do cimento prosperam no segmento eólico) e justificar aumento dos preços por parte dos fabricantes. Não colabora para a bendita modicidade tarifária. Vejam o que relata Wagner Freire do Jornal da Energia 

BNDES seguirá apoiando usinas, mas diz que juros seguirão IPCA e não TJLP

Os parques eólicos que venderam energia no mercado regulado e tiveram seus fabricantes de equipamentos descredenciados do Finame não ficarão sem o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A garantia é do chefe do departamento de fontes alternativas, Antonio Carlos Tovar. No entanto, os empreendimentos enfrentarão aumento de custos, pois as taxas de financiamento serão baseadas no IPCA e não mais na TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo).

"O banco não pode deixar de financiar um projeto que foi objeto de leilão público, que tem cronograma de entrada em operação com o poder concedente. Para que não exista esse prejuízo, o BNDES vai continuar apoiando esses projetos numa taxa com custo maior, corrigido pelo IPCA", explicou Tovar.

Segundo o diretor, todas as empresas que foram descredenciadas do Finame iniciaram o processo de regularização. Foram retiradas as fabricantes Vestas, Suzlon, Acciona e Clipper por não cumprirem o índice de nacionalização mínimo exigido pelo banco, que é de 60%.

Tovar disse também desconhecer rumores sobre empresas estrangeiras que teriam desistido de entrar no Brasil por causa do imbróglio do BNDES com os projetos eólicos. Além disso, o executivo garante que não há desembolsos parados no banco.

"Os projetos que nós vínhamos apoiando eram com fabricantes que continuam credenciados, então isso não tem nenhum prejuízo do cronograma de liberação. Até porque os projetos que o banco apoiou no ano passado são de fabricantes continuam no cadastro", ressaltou.

Tovar disse ainda que os fabricantes que foram descredenciados podem voltar ao cadastro do Finame a qualquer momento, desde que cumpram o índice de nacionalização mínimo exigido. O executivo do BNDES falou com a imprensa nesta terça-feira (7/8), após participar do 13º Encontro Internacional de Energia, organizado pela Fiesp, em São Paulo.

Planos adiados
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim, havia revelado que o governo pretendia aumentar o índice de nacionalização de equipamentos eólicos do BNDES. Mas o resultado da auditoria do banco, que concluiu que os fabricantes não cumpriam os patamares mínimos exigidos, surpreendeu e mudou os planos.

Em conversa com a imprensa, Tolmasquim admitiu que não é mais momento de falar em elevar os índices, mas sim de fazer com que as metas existentes sejam cumpridas. 

(Colaborou Luciano Costa)


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