26/12/2011

Espanholas Iberdrola e Gamesa firmam nova aliança

Ibedrola vai utilizar ao menos 50% de máquinas da parceira em suas usinas até 2022
As espanholas Gamesa e Iberdrola fecharam na última quarta-feira (21/12) um novo contrato para fornecimento e manutenção de turbinas eólicas até 2022. As duas empresas consideraram este novo contrato de cooperação mais flexível e adaptado à situação atual do mercado do que um anterior, que havia sido firmado em 2008 e que foi posteriormente suspenso. Segundo as companhias, o acordo vai proporcionar maior estabilidade e, ao mesmo tempo, permitir que as duas mantenham a liderança no setor éolico.
Pelo novo acordo, a Iberdrola assume o compromisso de comprar 50% de turbinas eólicas Gamesa no período entre 2013 e 2022 ou 3.800 MW em capacidade instalada - o que vier primeiro.
Este acordo incluiu ainda o fornecimento de serviços de operação e manutenção, por um período de três anos, de 1.748,3 MW de turbinas G4X (650 kW) e G5X (850 kW) instaladas em Portugal e na Espanha. Outros 2.312 MW, em aerogeradores G8X (2 MW) deverão receber por mais um ano os serviços de manutenção da Gamesa.
Por último, as empresas espanholas promoverão pesquisas na busca do aumento da confiabilidade das turbinas eólicas, estendendo seu ciclo de vida e a taxa de conversão dos aerogeradores. A parceira ainda buscará oportunidades para instalação de futuras eólicas offshore.

20/12/2011

Especialistas encaram leilão A-5 como a hora e a vez dos parques eólicos

Com poucas hidrelétricas e dúvidas sobre usinas do Parnaíba, a aposta é em uma contratação massiva de energia do vento
O leilão A-5 desta terça-feira (20/12) é considerado “atípico” por especialistas do setor. Isso porque as hidrelétricas previstas para a licitação não receberam licenças ambientais a tempo e as termelétricas a gás enfrentaram dificuldades em obter contratos de fornecimento do insumo. Com isso, é grande a expectativa em cima da energia eólica, que, pela primeira vez, entra nesse tipo de licitação, com cinco anos de prazo para início da geração.
O início do suprimento dos empreendimentos contratados está previsto para 1º de janeiro de 2016, com o fechamento de contratos nas modalidades por quantidade de energia, por 30 anos, para fontes hídricas, e por disponibilidade, por 20 anos, para eólicas e termelétricas. Ao todo, serão 6,2 GW em projetos habilitados, sendo 5,1GW em eólicas e o restante distribuído entre hidrelétricas, PCHs e biomassa.
Segundo o professor de energia elétrica da Universidade de São Paulo (USP), Roberto Huakai, esse volume de projetos eólicos, tem um sentido importante. Isso porque a fonte era considerada “antieconômica”, de 2005 até 2008. Com a crise mundial, houve redução dos custos, que agora estão baixos e levaram essas usinas a ganhar mercado, tornando a energia do vento atrativa.
“A fonte é importante para complementar as demais e, na minha opinião, (o patamar de) R$100 por MWh (alcançado pelas eólicas nos últimos leilões) é uma tarifa baixa. Mas ao se pensar em eólica para um leilão, é preciso muita cautela”, considera Huakai.
Para o professor, é preciso cuidado com os aventureiros - pessoas e pequenas empresas que encontram boa localização de vento, entram no leilão sem dinheiro, vendem a energia e depois saem em busca de capital. Ele também considera que, devido à importação de equipamentos, há um risco cambial alto, por conta da turbulência do mercado mundial.
Huakai também aponta que o Brasil tem tradição em hidrelétricas e vê no pequeno número de usinas da fonte no leião – apenas o Complexo Parnaíba e a UHE São Roque – um risco para o abastecimento no médio prazo. “Já está confirmada a presença do fenômeno La Niña para 2014 e, com isso, quem vai suportar a demanda são os reservatórios da região Sudeste, que também será atingida pelo fenômeno”, explica. Ele também critica o pouco tempo para levantar os projetos. “Estamos realizando um leilão A-5, que tecnicamente é uma A-4”, diz, devido à data do certame, no final de dezembro.
Já o pesquisador do Gesel - UFRJ, Guilherme Dantas, não considera esse certame diferenciado e também não crê que o preço das eólicas vá fugir do patamar alcançado nos leilões deste ano. “Eu acredito num leilão restrito para as eólicas, mas com bom nível de competitividade”, pontua.
Quanto aos preços fixados para o leilão, o diretor executivo da PSR Consultoria, Jorge Drinekenreich, avalia que a pouca oferta de projetos hídricos deverá fazer o preço baixar e a eólica se manter próxima dos R$ 100 por MWh.
“É pena que as térmicas a gás não vão entrar, e a biomassa é muito boa. Já a PCH vive um momento de purgatório: o custo da construção civil aumentou muito”, analisa.
O especialista também é cético quanto a alguns projetos colocados no certame. “As hidrelétricas do Parnaíba, que já foram ofertadas sozinhas em leilão anterior, não despertaram atenção. Portanto, só resta a eólica”, considera. A opinião lembra críticas da Chesf, que vê pouca atratividade no Complexo Parnaíba. As usinas, que não foram viabilizadas em 2010, ainda tiveram a tarifa-teto e o orçamento previsto apertados pelo governo.
Diante desse cenário cheio de incertezas, ninguém quis arriscar quantos MW serão contratados no certame. Mas o domínio da energia dos ventos é uma certeza. “Para competir com a eólica só mesmo as térmicas à gás. Como elas não vão estar presentes, sem dúvida, esse leilão será raro “, finaliza Drinekenreich.

09/12/2011

Renova Energia decide ficar de fora do leilão A-5 e não aporta garantias

Companhia, que tinha 10 projetos eólicos habilitados, diz que vai focar desenvolvimento de usinas
A Renova Energia comunicou ao mercado nesta quinta-feira (8/12) que desistiu de participar do leilão A-5, marcado para 20 de dezembro. De acordo com informações enviadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa não aportou garantias referentes a seus 10 projetos eólicos que haviam sido habilitados para a disputa.
O certame contratará usinas para início de geração em 1º de janeiro de 2016. Participarão usinas eólicas, plantas a biomassa, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e hidrelétricas, sendo que a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) habilitou 6,2GW para a licitação. Os empreendimentos da Renova somavam 211MW.
A Renova destaca que, nos últimos cinco meses, comercializou 613MW de capacidade em novos projetos a partir dos ventos. Desse total, foram 213MW no mercado regulado e 400MW no livre, em acordo fechado com a Light, que entrou no bloco de controle da companhia recentemente. A capacidade total da empresa mais que dobrou, para 1.110MW, com início de operação distribuído ao longo dos próximos cinco anos.
"Desta forma, a companhia decidiu, neste momento, concentrar seus esforços na implantação dos parques eólicos e na preparação para o importante crescimento conseguido", explica a Renova. A companhia ainda lembra que as usinas retiradas do A-5 continuam no porfolio e estão prontas para participarem "nos próximos leilões regulados ou no mercado livre".

30/11/2011

Alstom vai produzir turbinas eólicas de até 3MW em fábrica na Bahia

Unidades terão 40% de conteúdo nacional; meta é chegar a 60% em dois anos, conforme acordo com o BNDES
A francesa Alstom inaugurou na tarde desta quarta-feira (30/11) uma fábrica de aerogeradores em Camaçari, na Bahia. A unidade, que recebeu investimentos de R$50 milhões, terá capacidade de produzir 300MW em máquinas ao ano. Parte dos recursos veio de empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O head da área de energia da Alstom no Brasil e na América Latina, Marcos Costa, explicou que o financiamento está atrelado ao cumprimento de uma meta de nacionalização dos equipamentos. No início, 40% dos componentes serão fabricados localmente e o resto será importado. O objetivo acordado com o banco estatal é de chegar a 60% de conteúdo nacional em dois anos.
Serão fabricadas no local as máquinas Eco 86, de 1,67MW, e Eco 100, de 3MW, modelos que já possuem mais de 350MW instalados ou em construção ao redor do mundo. Segundo Alfonso Faubel, vice-presidente da Alstom Wind, a partir de fevereiro de 2012 a planta deve iniciar também a fabricação da máquina Eco 122, de 2,7MW.
O presidente da companhia francesa no Brasil, Philippe Delleur, disse que a Bahia foi escolhida por ter “o maior potencial eólico do Brasil”. E o polo de Camaçari, mais especificamente, pela proximidade com outros elos da cadeira produtiva. O executivo também elogiou a qualidade da mão-de-obra local e o envolvimento das autoridades locais e federais para viabilizar o negócio.
Além de atender o mercado brasileiro, a unidade deve exportar um terço da produção para outros mercados da América Latina, como Argentina e Chile. Até o momento, a Alstom tem contratos fechados para fornecer a projetos da Desenvix, também na Bahia, e da Brasventos, no Rio Grande do Norte. Marcos Costa, porém, destacou que há conversas avançadas com um agente que implantará um parque no Rio Grande do Sul. “O que mostra que nossa competitividade é em todo o território”, concluiu.

MME ignora Aneel e mantém exigência de dois anos de medições de ventos

EPE diz que investidores não têm encontrado dificuldades para entregar os dados pedidos pelo governo
O Ministério de Minas e Energia determinou à Empresa de Pesquisa Energética que somente sejam habilitados tecnicamente para leilões de energia parques eólicos com ao menos dois anos de medições de ventos. A exigência é válida para o A-5 de dezembro e o A-3 de março de 2012.
A posição contraria medida da Aneel, que alterou a Resolução 391/2009 para permitir que os investidores apresentassem apenas um ano de dados até o final de 2012. Em 2013, começariam a ser pedidas medições de três anos.
“A Aneel reduziu, mas o MME quer manter os dois anos de medições na habilitação dos leilões. Temos 600 projetos já cadastrados no A-3 com esses dois anos. Quem vai investir em eólica de verdade, e não como especulador, vai medir não um ano, mas dois, três, até cinco”, disse José Carlos de Miranda, diretor de estudos de energia elétrica da EPE.

18/11/2011

Parques eólicos poderão apresentar somente um ano de medições até o final de 2012

A partir de 2013, Aneel passará a exigir três anos de dados; agência diz que poucos agentes se mostraram contrários à ideia
Os investidores interessados em requerer outorga para a instalação de parques eólicos poderão, até o final de 2012, entregar dados de medição de ventos relativos a apenas um ano. Pela Resolução Normativa 391/2009 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), os empreendedores precisariam passar a apresentar, já em 2012, informações que contemplassem dois anos de levantamentos.
Na reunião de diretoria do órgão regulador, nesta quarta-feira (16/11), foi decidido também que será mantida a cobrança de três anos de estudos a partir de 1º de janeiro de 2013. A Aneel afirma que, durante audiência pública sobre a resolução, "apenas uma significativa minoria dos agentes (28%) pleiteou a diminuição definitiva do tempo exigido para a medição do vento exigida". A superintendência de concessões e autorizações de geração (SCG) da agência também realizou estudos que sugerem que sejam colhidos dados durante um período entre um e cinco anos.
A Aneel também aprovou a rebertura de audiência pública para obter contribuições e subsídios para uma nova resolução normativa que substituirá as de número 390 e 391 de 2009. Os textos estabelecem os requisitos necessários à autorização para exploração e alteração da capacidade instalada de térmicas, eólicas e usinas de outras fontes alternativas de energia. Serão recebidas sugestões entre 18 de novembro e 9 de dezembro.