23/09/2009

Como o vento pode alimentar a China (e salvar o clima da Terra)

A China, hoje a maior emissora de gases responsáveis pelo aquecimento global, está caminhando rapidamente para reduzir seu impacto ambiental. Nos últimos cinco anos, o país dobrou anualmente sua capacidade instalada de gerar energia a partir do vento (com parques eólicos). E isso não tem um potencial pequeno. Segundo um novo estudo feito por pesquisadores de Harvard, nos EUA, e da Universidade Tsinghua, de Pequim, a China pode atender toda a sua demanda de eletricidade só com o poder dos ventos até 2030.

Os pesquisadores fizeram estimativas considerando as projeções econômicas de crescimento do país. Também avaliaram o potencial meteorológico e a disponibilidade de ventos constantes. No mapeamento do potencial eólico, excluíram as áreas urbanas e os terrenos impraticáveis. Igualmente, avaliaram o custo do investimento em eólicas. Descobriram que, em várias áreas do país, é possível gerar energia dos ventos a algo entre 6 e 8 centavos de dólar por killowat hora (kWh). Isso significaria a geração lucrativa de 9,96 trilhões de kWh. Essa energia é o dobro da demanda atual da China. Mas é o que se espera que seja o consumo em 2030.

São ótimas perspectivas para um país que hoje depende da queima de carvão mineral (o combustível mais poluente de todos) para gerar a maior parte de sua eletricidade. A passagem para energia eólica vai exigir um investimento pesado em infraestrutura de transmissão elétrica para ligar os grandes centros de consumo aos terrenos com maior potencial de geração, situados no norte e no oeste do país. Mas, se os pesquisadores estiverem certos, é uma forma economicamente viável de evitar que o desenvolvimento do país mais populoso do mundo acabe com o clima da Terra.

Também pode ser um exemplo para o Brasil, que descansa sobre sua bem sucedida política de álcool e esquece outros problemas, como a dependência no transporte de caminhão a diesel para cargas. Além disso, o Brasil tem uma das maiores empresas produtoras de cataventos eólicos, um potencial imenso, mas praticamente não investe nessa opção. E agora sonha com uma economia movida a petróleo do pré-sal, mas não tem planos para usar parte dos lucros para investir em fontes energéticas mais limpas, e com futuro mais longo.

Fonte: Alexandre Mansur - Revista Época - 18/09/2009

21/09/2009

Eólica de 54MW inicia testes no Ceará

Parque tem 26 aerogeradores e pertence à Siif Énergies

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) autorizou o início da operação em testes da usina eólica Icaraizinho, em Amontada, no Ceará. O empreendimento, que pertence à Siif Enérgies, possui 26 aerogeradores que somam a potência instalada de 54MW. A autorização foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (14/09).

A Siif deverá enviar à agência reguladora, no prazo de até 60 dias, o relatório final de testes e ensaios, ratificando ou refiticando a potênca das unidades geradoras. A solicitação do início da operação comercial sometne pdoerá ser efetuada após o fim dos testes e estará condicionada à apresentação de documentos solicitados pelo órgão regulador.

A usina recebeu investimentos de R$225,8 milhões e e é a quarta de um total de cinco usinas que a empresa pretende ter instaladas no País até o final de 2010. Juntos, os projetos vão somar custos de R$1,7 bilhão e 342MW em capacidade instalada.

Fonte: Redação - Jornal da Energia 18/09/2009

17/09/2009

O futuro da energia eólica

Está marcado para 25/11 o leilão de energia eólica, com 441 projetos - dos quais 332 no Nordeste -, com capacidade de geração de 13.341 MW. O leilão é considerado, por especialistas e investidores, relevante para o futuro de um setor com peso ainda infimo (0,5%) na capacidade outorgada total, de 107,5 mil MW. Agências de crédito como o BNDES, o BNB e a Sudene financiam investimentos em usinas eólicas. Tramita na Câmara dos Deputados projeto que cria um fundo de estímulo à energia renovável, beneficiando as pequenas centrais hidrelétricas, usinas de biomassa e de energia eólica. Segundo os dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estavam em operação no País, até a semana passada, 35 usinas eólicas, com capacidade instalada de 550 MW. A mais recente é a unidade da Siif Énergies na Praia Formosa, em Camocim, no Ceará, cujos sócios são o Citigroup, o Liberty Mutual e o Black River. A companhia tem cinco usinas eólicas, com capacidade de 342 MW, e pretende adicionar 400MW à capacidade atual. O presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Lauro Fiúza, acredita que o leilão de novembro será um indicador-chave do interesse por essa modalidade energética, que se desenvolveu bastante em países como a Espanha e os EUA. Para ser considerado bem-sucedido, o leilão deverá assegurar a contratação, pelas distribuidoras, de 2 mil a 3 mil MW de energia, avalia Fiúza. Se a demanda for satisfatória, os geradores terão de investir entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões nos próximos anos. Para gerar 342 MW, a Siif Énergies investiu R$ 1,7 bilhão, dos quais 30% veio dos sócios e 70% foi financiado pelo BNB e a Sudene. O investimento em energias alternativas destina-se a criar energia de reserva, ou seja, para ser usada em caso de escassez. Entre as vantagens estão a formação de mão de obra especializada e a demanda de novos componentes, como aerogeradores (ou turbinas de geração eólica), produzidos no País. Outras justificativas para os estímulos à energia eólica são as vantagens ambientais e a diversificação das fontes de energia. Embora o custo de geração de energia eólica seja considerado elevado pelos especialistas, a Eletrobrás argumenta que ele é semelhante ao de outras fontes, como diesel e gás natural. Uma subsidiária da Eletrobrás, a Eletrosul, quer participar do leilão. No certame, a questão-chave estará nos preços da energia eólica, que terão de ser atrativos tanto para os geradores como para os consumidores. Fonte: Agência Estado – 14/09/2009

16/09/2009

Energia limpa pode empregar 6,9 milhões de pessoas até 2030

Estudo vê potencial de crescimento maior nas fontes alternativas de geração de energia

Em dezembro, líderes mundiais se encontram em Copenhagen para decidir as políticas para a diminuição das emissões de carbono, causadoras do aquecimento global. Se a opção for pelo investimento em fontes renováveis de energia como um dos modos de diminuir o impacto ambiental, o resultado será um forte crescimento dessa indústria, que pode representar cerca de 6,9 milhões de empregos em 2030. A estimativa aparece em estudo realizado pelo grupo ambiental Greenpeace e pelo Conselho Europeu de Energia Renovável (EREC, na sigla em inglês) e divulgado nesta segunda-feira (14/09).

A escolha da geração de energia limpa em substituição à gerada com carvão evitaria a emissão de 10 bilhões em emissões de CO2 e ainda criaria 2,7 milhões de empregos nos próximos vinte anos, caso o negócio siga o atual ritmo. Já o setor de eficiência energética poderia gerar outros 1,1 milhão de empregos. A indústria de geração por carvão é responsável atualmente por cerca de 4,7 milhões de vagas.

"Já há 450 mil pessoas trabalhando na indústria de energias renováveis europeia, representando um volume de negócios de mais de 45 bilhões. Essa pesquisa mostra que a energia renovávei é um ponto fundamental para enfrentar tanto a mudança climática quanto a crise econômica", afirma Christine Lins, secretária geral do EREC. Segundo Sven Teske, especialista em energia do Greenpeace, "para cada emprego perdido na indústria de carvão, três são criados na de energia renovável".

Acesse o estudo completo em: http://www.greenpeace.org/raw/content/international/press/reports/working-for-the-climate.pdf

Fonte: Jornal da Energia - 15/09/2009 http://www.jornaldaenergia.com.br/ler_noticia.php?id_noticia=1473&id_tipo=2&id_secao=2&id_pai=0&titulo_info=Energia%20limpa%20pode%20empregar%206%2C9%20milh%F5es%20de%20pessoas%20at%E9%202030

14/09/2009

Abeeólica quer programação para leilões

Associação diz que é necessário fazer planejamento a longo prazo para o desenvolvimento da fonte Durante a cerimônia de inauguração da central eólica Praia Formosa, o vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica), Afonso Carlos Aguilar, falou da importância e programar uma sequência de leilões eólicos, para que os investidores possam se consolidar no Brasil. Segundo o executivo, a Abeeólica está desenvolvendo um programa denominado como “10x10”, ou seja, 10MW em 10 anos. “Desta forma, com programação de compra pode-se permitir instalação de fábricas”, analisa Aguilar. O executivo fez uma comparação entre Brasil e Uruguai. “O Uruguai está mais avançado que nós, eles têm um programa de energia eólica de longo prazo, mesmo sendo um país pequeno, até 2015 vai comprar 300 MW de energia eólica, dessa forma, diversos investidores estão se aproximando do país”, diz. A principal preocupação da Abeeólica é que se tenha uma programação a longo prazo sobre os leilões de energia eólica. “Não adianta nada construir um parque para vender em apenas um leilão, é necessário uma programação a longo prazo, como acontece no Uruguai”. O primeiro leilão brasileiro de energia eólica irá acontecer no dia 25 de novembro. * O repórter viajou a convite da Siif Énergies Fonte: Leandro Tavares, de Camocim (CE)*, Jornal da Energia 14/09/2009

Custo de conexão de parques eólicos representa até 10% do valor do empreendimento, diz ABEEólica

Associação quer que LTs de usinas eólicas também entrem no leilão de transmissão

O custo de conexão dos parques eólicos ao Sistema Interligado Nacional representa entre 8% e 10% do valor do empreendimento, de acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica, Afonso Aguilar. Segundo ele, a energia eólica é a única fonte que tem o ônus de pagar o sistema de conexão sozinha, o que acaba encarecendo o preço da energia vendida. Por isso, a ABEEólica está conversando com o governo para que as linhas de transmissão dos empreendimentos eólicos entrem em leilões de transmissão, assim como o de qualquer outro empreendimento de geração.

"O que nós queremos é isonomia. O empreendedor paga uma parte da linha até um ponto de conexão, ou até a instalação compartilhada de geração (ICG), e a partir desse ponto a LT entra em leilão", disse Aguilar durante a inauguração da central eólica Formosa, da Siif Énergies. De acordo com ele, as ICGs poderiam reduzir os custos de conexão em até 3%.

Como exemplo, o executivo citou as diversas centrais eólicas existentes no Ceará, que pela legislação atual, precisam construir uma linha de transmissão saindo de cada parque. "Diversos parques no Ceará tem linhas de transmissão, até paralelas com a de outros parques, chegando até a mesma subestação", declarou.

Aguilar comentou que os governos dos estados do Maranhão, Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte estão planejando fazer um linhão para interligar os parques eólicos desses estados. No entanto, esse projeto só deverá ser feito após o leilão de energia eólica. "Após o leilão, tendo conhecimento dos vencedores, será mais fácil fazer um planejamento do setor elétrico. Hoje é praticamente impossível fazer um planejamento do setor com a quantidade de projetos que se tem e com a incerteza de quem vai ganhar o leilão", explicou.

Quanto as regras do leilão de eólicas, previsto para acontecer no dia 25 de novembro, Aguilar afirmou que ainda não tem nada definido. "O governo quer licitar, mas ainda não definiu a potência exata. Além disso, tem que selecionar os players, pois se tem mais de 13 mil MW cadastrados no certame. Então, tem que se definir o que o empreendedor tem que apresentar para participar do leilão e qual a capacidade financeira que ele tem que ter", explicou o executivo. Segundo ele, isso é necessário para que não acontece como no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia, no qual alguns parques ainda não entraram em operação porque não conseguiram equalizar a questão financeira.

*A repórter viajou ao Ceará a convite da Siif Énergies

Fonte: Carolina Medeiros - Agência CanalEnergia - 11/09/2009